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27 de nov. de 2015

4º TRIMESTRE DE 2015 - LIÇÃO Nº 09 - 29/11/2015 - "BÊNÇÃO E MALDIÇÃO NA FAMÍLIA DE NOÉ"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 09 - DATA 22911/2015
TÍTULO: “BÊNÇÃO E MALDIÇÃO NA FAMÍLIA DE NOÉ"
TEXTO ÁUREO – Gn 9.26-27
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gn 9.20-29

PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO







I - INTRODUÇÃO:



É tempo de começar tudo outra vez. Passado o dilúvio, há que reconstruir a vida humana na terra. Esta é a função dos capítulos 09 e 10 de Gênesis. Eles nos mostrarão como a raça humana se constituiu e como a terra foi repovoada. Aprendemos também, à luz daqueles dois capítulos, que todos os povos  descendem do mesmo tronco. Mais um pouco à frente, na sequência da argumentação, no capítulo 11 de Gênesis, se nos mostrará como a humanidade foi dispersa. Assim como a humanidade teve uma origem comum, em Adão, o processo de distribuição dos homens pela terra remota a uma origem comum, a Noé.




II -  UM MOMENTO TRISTE — Gn 9.20-29



À semelhança de Caim, Noé foi um homem da terra. Um agricultor. Planta uma vinha, produz o vinho e se embriaga. Pela primeira vez esta hedionda prática surge na História. É pena que surja esta mancha no caráter de um homem como Noé. Mais uma vez temos a honestidade cristalina da Bíblia, que não oculta as falhas dos grandes vultos da Revelação. Várias referências a Bíblia fará depois sobre o risco de embriaguez. Dentre as muitas, recordemos Pv 20.1. A bebida zomba das pessoas a quem ela faz errar.



Como sucede com os embriagados, Noé perde um pouco de sua compostura e termina nu dentro de sua tenda, sem se cobrir. Cam (mais uma vez se declara que ele é pai de Canaã e isto tem m sentido, pois  a maldição  caiu sobre o filho de Cam) vê a nudez do pai e conta aos irmãos que estão do lado de fora da tenda. Sem e Jafé tomam uma capa e, andando de costas, para não verem a nudez do pai, cobrem-no.



Despertando Noé, vem a saber do ocorrido e amaldiçoa Canaã, filho de Cam,  enquanto abençoa a Sem e a Jafé, mais ao primeiro do que o segundo.



Datller, um estudioso das Escrituras, sugere que a razão da dura maldição sobre Canaã (Gn 9.25 e 27b) se deve à mentalidade dos povos agricultores e criadores de gado que dependiam da fertilidade do campo e dos animais. Cita Dt 28.3-4 em apoio a essa afirmação, até aqui óbvia:



"- Os órgãos de reprodução era uma coisa sagrada, um tabu e um mistério, que não devia ser desvendado e contemplado à toa, e muito menos ainda ser objeto de zombaria gratuita". Para ele, Cam não pecou contra o pudor e sim contra o costume que protegia a fonte a fertilidade e que exigia certo segredo.



Almeida, outro estudioso das Escrituras, associa ao episódio de Cam com as atitudes de alguns crentes, Ele não alegoriza, forçando o texto, e nos deixa uma lição muito valiosa:



"- Um crente vem a saber da queda de outro crente e, em vez de procurar restaurá-lo, sai contando aos outros o que viu, soube, ouviu dizer ou mesmo imaginou. O boato ou a triste notícia se veicula e avoluma-se. O crente que caiu não encontra um braço amigo para o levantar e permanece em queda e o seu exemplo, de boca em boca, adquire o contágio das epidemias. Quantos não estão hoje cometendo o pecado de Cam, a título de zelo espiritual, sem notarem que tal pecado é ainda pior do que o de Noé".



Sem e Jafé procedem respeitosamente e cobrem o pai. São abençoados: A bênção sobre Jafé é de fecundidade ("Alargue Deus a Jafé). Mesmo assim ele moraria nas tendas de Sem. Pode indicar um bom relacionamento entre os dois ou que haveria bênção para Jafé junto de Sem.



As duas interpretações são próximas. Melhor que torná-las excludentes é ajuntá-las.



Enquanto é isso, Canaã, filho de Cam, recebe a maldição (Gn 9.25).



Por que caiu sobre o filho do homem pecador a punição?



Porque Canaã é o antepassado dos cananeus, de quem os israelitas tomaram a terra de Canaã. Os cananeus tornaram-se  ferrenhos adversários dos israelitas, que tinham ordens de não se associar a eles e até mesmo destruí-los (Dt 7.1-2).



Justifica-se desde cedo a perversidade dos cananeus e o porquê do seu desarraigamento da terra em benefício dos hebreus. Que bonito! Nada na Bíblia é sem sentido! Tudo é explicado. Por isso, uma das regras (a primeira) de Hermenêutica (a ciência que estabelece as regras de interpretação da Bíblia) é que a Bíblia explica a própria Bíblia.




III - HOMEM ABENÇOADO — Gn 9.26



A bênção sobre Sem vem nestes termos:



"Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo".



A Bíblia Vida Nova, em nota de rodapé, sugere que uma melhor tradução seria:



"Bendito pelo Senhor meu Deus seja Sem".



Estaria colocando uma bênção de domínio sobre Sem, posto que Canaã lhe seria por servo.



Man­tendo, no entanto, a tradução da Versão Revisada, veríamos que "o Senhor" (lahweh) era o Deus de Sem.



Sem já cultuava Iavé, seguindo a linhagem espiritual de Sete (Gn 4.26).



Observe-se que para a bênção sobre Jafé, no versículo 27, aparece o termo "Deus" (Elohim, no hebraico).



Somente para Sem surge o nome sagrado e especial de Deus, lahweh. Há sentido nisso?




Há.



Iavé é o Deus do pacto, o Deus que se relaciona com o povo escolhido.



A partir do capítulo seguinte, o 10, a Bíblia se ocupa com a família de Sem, embora mostrando as outras. No capítulo 12 surge Abrão, descendente de Sem (11.10-26), o homem com quem Iavé entrará em pacto eterno. Esse é o homem que abre a genealogia de Jesus em Mateus 1.2. A família escolhida, que surgira no capítulo 12, é delineada aqui. Aqui se justifica sua piedade. Sem, antepassado de Abraão, tinha a Iavé como Deus.




IV  - CONSIDERAÇÕES FINAIS:



Esta lição nos mostra o quanto devemos ensinar nossos filhos sobre o respeito para conosco, e o preço que se paga por não se ter o devido cuidado no tocante à embriaguez, mesmo para aqueles que já nasceram de novo.



Se por um lado a Bíblia nos adverte sobre o mau uso do vinho, do qual o crente deve se abster, por outro lado nos é dito sobre as consequências da bebida e do deboche no lar de pessoas que conhecem a Deus. Portanto, eduquemos a nós mesmos e aos nossos filhos.


FONTES DE PESQUISA E CONSULTA:

Lições Bíblicas CPAD - 4º Trimestre de 2015 - Comentarista: Claudionor de Andrade

Gênesis I - JUERP - Isaltino Gomes Coelho Filho
 

20 de nov. de 2015

4º Trimestre de 2015 - LIÇÃO DE Nº 08 - 22/11/2015 - "O INÍCIO DO GOVERNO HUMANO"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 08 - DATA 22/11/2015
TÍTULO: “O INÍCIO DO GOVERNO HUMANO"
TEXTO ÁUREO – Rm 13.1
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gn 9.1-13

PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO








I - INTRODUÇÃO:



A dispensação do Governo Humano - Gn 8.5 a 11.19.



A duração desta dispensação foi de 427 anos, desde o tempo do dilúvio até o dia da dispersão dos homens sobre toda a superfície da terra - Gn 10.25; 11.10-19.




II - A ALIANÇA DE DEUS COM NOÉ:



Gn 8.20-22; 9.9-17 - Logo após sair da arca que o salvou das águas, Noé se aproximou de Deus levantando o altar, com o sacrifício de sangue. Deus atendeu a Seu servo, concedendo-lhe os termos de uma nova aliança com o homem. A primeira cláusula continha três provisões.



(1ª) - Deus não amaldiçoaria mais a terra.



(2ª) - Deus não mais feriria todo o ser vivente, como acabava de fazer.


(3ª) - Enquanto durasse a terra, haveria sementeira e ceifa, dia e noite, frio e calor, verão e inverno - Gn 8.21-22,



Como sinal de que não mais destruiria a terra por água, Deus fez aparecer o arco-íris. Foram instituídas duas mudanças na natureza:



(1ª) - O medo do homem foi instilado nos animais, facilitando dessa maneira o domínio do homem sobre eles.



(2ª) - Apresentada a dieta de legumes, foi dada a carne para comer, havendo apenas uma restrição: O sangue do anima seria retirado antes.




III - A INSTITUIÇÃO DO GOVERNO HUMANO:



No século antediluviano não havia nenhum governo humano. Todo homem tinha liberdade para seguir ou rejeitar qualquer caminho.



Mesmo rejeitando o Caminho, não havia refreio contra o pecado.



O primeiro homicida, Caim, foi protegido contra um vingador - Gn 4.15,



Sucessivos homicidas, (Lameque, por exemplo), exigiram semelhante proteção - Gn 4.23-24.



Os homens, durante séculos, haviam abusado do amor e da graça de Deus e gastaram seu tempo entregues a toda qualidade de pecado e de vícios.



Após o dilúvio, o Caminho, o único Caminho para a vida eterna, ainda permanecia aberto diante deles, e cabia-lhes o direito de aceitar ou rejeitá-lo. Mas, se o rejeitassem, continuando desobedientes às leis divinas, eram passíveis de punição imediata por parte de seus contemporâneos, pois Deus instituiu um governo terrestre que serviria de freio sobre os delitos dos ímpios. A ordem divina está em Gn 9.6.



A pena capital é a função de maior seriedade do governo humano, e uma vez que Deus concedeu ao homem essa responsabilidade judicial, automaticamente todas as demais funções de governo foram conferidas.



O governo humano assim constituído, exercendo a prerrogativa da pena capital, foi e é sancionado pelo próprio Deus como meio de deter os desobedientes - Rm 13.1-7; I Tm 1.8-10.



A investidura dessa autoridade e responsabilidade no homem foi uma novidade do novo pacto de Deus com os homens, após o dilúvio.



É notável que desde o tempo de Noé nunca mais tem Deus tratado com alguém que represente a raça humana em sua totalidade entregando-lhe novos termos duma aliança afeta a toda humanidade. Por isso, desde os dias de Noé e até que chegasse o tempo de Deus dar novas leis à humanidade, a aliança com Noé continuaria em vigor. Só no milênio, sob o governo de Cristo, haverá outra aliança que substituirá a de Noé.




IV - A GRANDE FALHA NA ALIANÇA COM NOÉ:



O coração corrupto do homem não rejeitou o Caminho da redenção, como também deliberadamente desobedeceu ao mandamento especial que e os homens se espalhassem sobre terra. Antes, começaram a construir cidades e agregar-se. Nimrode, neto de Cão por Cush, foi o primeiro a ser poderoso. O princípio do seu reino foi Babel, mas construiu mais sete cidades - Gn 10.10-11.



O governo humano foi instituído por ordem divina, mas o Imperialismo de Nimrode e de outros daquele tempo já era diferente, sendo um plano de satanás que visava unir o mundo e fazer guerra contra o Senhor Jesus Cristo - Apc 16.14; 19.19.



Mesmo em tempos tão remotos os homens uniram-se para fazer planos para não se espalharem, planos pelos quais poderiam fazer para si um nome - Gn 4.17; 11.4.



O ponto alto desses planos para engrandecer o nome do homem foi a construção da Torre de Babel nas planícies de Sinear (Mesopotâmia), torre que imaginavam chegaria até o céu (Gn 11.4; II Tm 3.1-4; Sl 49.11-13.




V - O JUÍZO - A DISPERSÃO:



Novamente a Trindade conferenciou entre Si - Gn 3.22; 6.7. O Juízo sobre essa geração ímpia foi determinado - Gn 11.5-7. Veio na forma de confusão de línguas, tornando-se o meio utilizado por Deus para obrigar os homens a se espalharem sobre a superfície da terra. Serviu para refrear o seu caminho pecaminoso e suas ambições carnais. Só durante a grande tribulação virá a plena medida de juízo sobre o mundo pós diluviano.



Convém observar que esta diversidade de línguas que resultou, não foi porque os homens se espalhassem cada família para região diferente, e, sim, foi a confusão de línguas que provocou a dispersão - Gn 11.6. Foi uma intervenção milagrosa da parte de Deus que produziu a grande diversidade de centenas ou milhares de línguas.



Em contraste  com o fenômeno citado no parágrafo anterior, temos no Capítulo 2 do Livro de Atos dos Apóstolos, a miraculosa concessão do dom de línguas no Dia de Pentecoste, cujo grande alvo era espalhar as bênçãos do Evangelho a toda criatura em todas as partes da terra. Podemos ainda concluir que, sendo a diversidade de línguas em forma de juízo sobre o homem, uma vez que todos aceitarem a Jesus como Redentor e o pecado for afastado, então haverá uma só língua pura sobre a terra - Sf 3.9.



A dispersão aconteceu cerca de 100 a 300 e poucos anos depois do dilúvio, PROVAVELMENTE, nos dias de Pelegue - Gn 10.25; 11.16-19. É impossível estabelecer com exatidão em que data isso teria acontecido, pois Pelegue viveu 340 anos. Mas, certamente foi por volta do ano 2000 antes de Cristo. A dispersão não significou o fim da dispensação do governo humano, pois a mesma vigorou até a chamada de Abraão - Gn 12.1.



Como terminou essa dispensação? Será que os homens tornaram-se mais santos?



Apesar das restrições impostas por Deus, e a instituição de governo, os homens seguiram o caminho e o espírito de Caim. Venceram o obstáculo da diversidade de línguas, e, ajuntando-se em alianças, estabeleceram o imperialismo - Gn 14.1-9.



O Senhor Deus ainda tolerará esse imperialismo até o mesmo chegar ao seu apogeu na pessoa do anti-cristo - Dn 2 e 7. Então, como nos dias de Noé, visitará este mundo com o castigo terrível que será a grande tribulação, e marcará o fim do presente século pós-diluviano.




VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS:



O governo humano é uma instituição divina. Foi criado pelo Senhor objetivando levar a civilização a cumprir seus objetivos, até que o Seu Reino seja instaurado entre nós através de Jesus Cristo, Seu Filho.



Enquanto isso, todos somos exortados a obedecer aos mandatários e governantes, desde que estes não baixem leis que contrariem à Palavra de Deus, que está acima de todas as legislações humanas - At 5.29.



FONTES DE CONSULTA E PESQUISA:

O Plano Divino Através dos Séculos - CPAD - N. Lawrence Olson
Lições Bíblicas CPAD - 4º Trimestre de 2015 - Comentarista: Claudionor de Andrade

13 de nov. de 2015

4º TRIMESTRE DE 2015 - LIÇÃO Nº 07 - 15.11.2015 - "A FAMÍLIA QUE SOBREVIVEU AO DILÚVIO"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 07 - DATA 15/11/2015
TÍTULO: “A FAMÍLIA QUE SOBREVIVEU AO DILÚVIO"
TEXTO ÁUREO – Hb 11.7
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gn 7.1-12
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO













I - INTRODUÇÃO:



Noé é um dos maiores personagens da Bíblia. Sua vida íntegra e reta diante de Deus, fez com que ele e sua família fossem salvos do dilúvio. Mesmo vivendo em meio a uma geração corrompida e perversa, Noé achou graça diante do Senhor, e alcançou testemunho de que era justo e reto, e andava com Deus (Gn 6.9). Somente não perecerá aquele que estiver abrigado na arca da salvação – Jesus Cristo.




II - QUEM FOI NOÉ?:



(1) - Noé era filho de Lameque, o décimo descendente de Adão (Gn 5.28,29);



(2) - O nome Noé vem de um termo hebraico que significa “alívio”, “descanso” ou “consolo”;



(3) - Teve três filhos: Sem, Cão e Jafé (Gn 5.32; 9.18,19);



(4) - Construiu uma arca por ordem divina (Gn 6.11-22);



(5) - Reuniu os animais na arca e entrou nela com sua família;



(6) - Após o dilúvio, saiu da arca com sua família, edificou um altar e ofereceu holocaustos a Deus (Gn 8.16-20);



(7) - Tornou-se o segundo pai da raça humana (Gn 9.18,19);



(8) - Sua história é mencionada em Gn 5.28-10.32;



(9) - É um dos integrantes da galeria dos heróis da fé (Hb 11.7);



(10) - Ele é mencionado nas Escrituras como pregador da justiça (II Pe 2.5).




III – ASPECTOS DO CARÁTER DE NOÉ:



Apesar de viver em meio a uma geração cheia de corrupção e maldade, Noé teve uma vida reta e íntegra diante de Deus. Vejamos alguns aspectos do seu caráter:



(1) - Noé era Justo e Reto: Não é à toa que Moisés, inspirado por Deus, declara que Noé era varão justo e reto em suas gerações (Gn 6.9). Esta declaração foi feita exatamente para revelar o contraste entre o comportamento de Noé e o dos seus contemporâneos, que, com certeza, praticavam injustiça. Ele também é descrito como justo em Ez 14.14,20.



(2) - Noé andava com Deus: Tal qual Enoque, Noé também é descrito como um homem que andou com Deus (Gn 5.24; 6.9). A expressão “andar com Deus” aponta para a sua conduta, caracterizada pela vida de comunhão e obediência a Deus.



(3) - Fé: Noé é um dos integrantes da Galeria dos Heróis da Fé. O escritor aos hebreus diz: “Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.” (Hb 11.7). Quando avisado sobre o dilúvio, Noé não hesita e nem questiona. Ele crê! E foi por causa de sua fé, que, tanto ele como a sua família, foram salvos da destruição.



(4) - Obediência: A obediência de Noé, era, sem dúvidas, uma das principais características do seu caráter. Podemos ver isto, pelo fato de que Noé obedeceu a voz de Deus: Ao construir a arca (Gn 6.22); Ao entrar na arca juntamente com sua família (Gn 7.13); Ao colocar os animais na arca (Gn 7.8,9,14); Ao sair da arca, junto com os seus (Gn 8.15-18). Por duas vezes as Escrituras afirmam que Noé fez “conforme a tudo o que o SENHOR lhe ordenara” (Gn 6.22; 7.5).



(5) - Devoção: Ao sair da arca com sua família, Noé edificou um altar e ofereceu holocaustos ao Senhor (Gn 8.20). Isto demonstra que Noé cultivava uma vida de devoção à Deus, pois, altar e holocausto representam oração, adoração e consagração a Deus.



Enoque, por haver andado com Deus, havia sido trasladado para o céu antes que a maldade humana chegasse ao auge e Deus tivesse que desencadear o julgamento por meio do dilúvio. A mistura dos filhos de Deus com os filhos dos homens havia gerado gigantes, valentes e varões de fama, mas Deus viu que “a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn 6.5).




IV- NOÉ, UM HOMEM FALÍVEL COMO NÓS:



A bíblia é um livro imparcial. Ela nos revela tanto as virtudes e qualidades dos personagens, bem como suas falhas e defeitos. Isto também pode ser visto na vida de Noé. Apesar de ser um homem justo, reto e de andar com Deus, Noé, após o dilúvio, plantou uma vinha, embriagou-se e mostrou a sua nudez (Gn 9.20-27), perdendo momentaneamente a sua reputação. Com este incidente na vida de Noé, aprendemos sobre a necessidade de sermos vigilantes em todo o tempo, pois, as tentações nos sobrevém durante toda a nossa vida (I Co 10.12; I Pe 5.8; Ap 3.11).




V - CONTEXTO SOCIAL DO TEMPO DE NOÉ:



Os dias de Noé não eram muito diferentes dos dias atuais. Vejamos o que as Escrituras descrevem acerca daquela geração:



(1) - Uma geração caracterizada pela Maldade: Desde que o pecado entrou no mundo, a maldade passou a fazer parte da história da humanidade. No entanto, à medida que a humanidade ia se multiplicando, multiplicava-se também a maldade: “E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn 6.5).



(2) - Uma geração caracterizada pela Corrupção: Outra característica daquela geração era a corrupção. As Escrituras afirmam que “A terra estava corrompida diante da face de Deus…” (Gn 6.11). O homem perdeu o poder de fazer o bem e, a geração antediluviana vivia mergulhada em práticas pecaminosas e imorais.



(3) - Uma geração caracterizada pela Violência: A maldade e a corrupção daquela geração abriram as portas para a violência. Os homens dos dias de Noé viviam agredindo-se mutuamente, pois as Escrituras afirmam que “… encheu-se a terra de violência” (Gn 6.11 b).



(4) - Uma geração caracterizada pela Incredulidade: Como se não bastasse a maldade, a corrupção e a violência, aquela geração também era caracterizada pela incredulidade, pois não deram crédito à pregação de Noé “pregoeiro da justiça” (II Pe 2.5). Nem mesmo a observação do milagre da entrada dos animais na arca, fez com que eles tomassem a iniciativa de arrepender-se dos seus pecados e entrar na arca para salvar as suas vidas.



Tudo isto fez com que Deus tomasse a iniciativa de destruir a sua criação e, através de Noé, dar início a uma nova geração.




VI - A MALDADE HUMANA E SUAS CONSEQUÊNCIAS



A condição do homem perante Deus era só má continuamente, e isso em virtude da mistura da semente santa com a impura, que resultou nas piores consequências. O alvo de Satanás continua o mesmo: misturar para corromper. Por isso pergunta o apóstolo: “Que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14).



(1) - A sentença divina (v. 7). O Senhor arrependeu-se de “haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração” (v. 6). O arrependimento de Deus e sua tristeza, embora admitidos como a transferência de atributos humanos para a divindade, expressam realmente uma experiência real de Deus, que teve de mudar de atitude em relação ao homem que criara.



Nada menos do que o fim de toda a carne produziria efeito. Os valentes e os varies de fama tinham de ser igualmente varridos da face da terra. Tinha de haver completa destruição de tudo o que havia sido corrompido.



(2) - Tal como nos dial de Noé. Tal como ocorre nos nossos dias, também na época de Noé a mensagem do iminente juízo divino não encontrou aceitação por parte das classes brilhantes dos políticos, dos artistas, dos intelectuais, dos “valentes” e dos “varões de fama”. A lavoura, a pecuária, a ciência, as artes e talvez a própria religião, tudo parecia indicar que o “modus vivendi” prosseguiria inalterável. Os cidadãos continuariam comendo, bebendo, casando-se e dando-se em casamento. Falar em juízo divino era uma loucura.




VII - O JUIZO DE DEUS:



(1) - Deus anuncia o dilúvio a Noé (Gn 6.13). A Bíblia afirma que Noé era homem justo e reto, e que andava com Deus. Isso não significa que ele era sem pecado, pois todos pecaram (Rm 3.23), mas que ele prezava a retidão e a integridade, e que confiava em Deus. Por isso Deus revelou-lhe seu plano.



(2) - Noé constrói a arca (Gn 6.14-16.22). Durante 120 anos (v. 3) o patriarca trabalhou naquele imenso empreendimento, certamente ouvindo as zombarias dos seus contemporâneos. Estes não podiam crer na possibilidade de um dilúvio, pois tal coisa era contrária à própria natureza (Gn 2.5,6). Porém, a Bíblia afirma que “Noé, divinamente avisado das coisas que ainda se não viam, temeu, e para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé” (Hb 11.7).



(3) - Noé aguarda ordens de Deus (Gn6.22). A arca estava já terminada e Noé esperava, agora, ordens de Deus. Não vemos aqui nada de precipitação, mas fé” A fé” sabe esperar com paciência (Sl 40.1), e não comete os erros de Israel, que não pode esperar por Moisés e caiu na idolatria (Ex 32.1-8), ou de Saul, que se impacientou com a demora de Samuel e acabou rejeitado por Deus (1 Sm 13.8-14).



(4) - Noé e sua família entram na arca (Gn 7.1,13). A ordem divina chegou e Noé e sua família abrigaram-se dentro da arca, “e Deus o fechou por fora” (v. 16). Isso significa plena segurança para os que estão dentro e eterna perdição para os que estão de fora. Noé não fechou a porta por dentro; Deus a fechou por fora! A segurança dos que estavam na arca não poderia ser obra do homem, mas de Deus. É Deus mesmo cerra a porta por fora, revelando seu especial cuidado para com os que haviam crido nele e obedecido sua palavra. Noé creu e obedeceu. Nada se diz de sacrifícios oferecidos por Noé nos capítulos 6 e 7 de Gênesis, certamente porque “o obedecer é melhor do que o sacrificar” (I Sm 15.22). Isso não quer dizer que ele não adorava ao Senhor, pelo contrário, ele o fazia de modo perfeito através das obras da fé. A fé sem as obras é morta (Tg 2.17).




VIII - O SIGNIFICADO ESPIRITUAL DA ARCA:



(1) - As condições do mundo antediuviano (Mt 24.37-39). Jesus, ao apontar como um sinal dos tempos os dias de Noé, afirma que as pessoas “comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento”. É evidente que nada de errado há nessas coisas, quando praticadas dentro de suas próprias limitações, tal como ensinou Jesus (Mt 6.33). Mas, naqueles dias de Noé, a indiferença para com as exigências divinas era tão grande que só pensavam em seguir “o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2).



Muitos, em nossos dias, teimam ainda em anunciar um novo mundo criado pelas boas iniciativas humanas. Os teólogos da libertação e os adeptos do evangelho social, na sua distorcida compreensão do reino de Deus, planejam alcançar as bem-aventuranças da Bíblia pelo esforço próprio. As palavras de Jesus cortam pela raiz todas essas vãs e ilusórias especulações, ao afirmarem que “assim será também a vinda do Filho do homem”.



(2) - A arca aponta para Cristo (1 Pe 3:18-22). Assim como a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, igualmente, hoje, a mesma longanimidade divina, não querendo que alguns se percam, espera que todos se arrependam (2 Pe 3.4). Foi essa longanimidade que salvou os ninivitas nos dias de Jonas.



Além do longo tempo de espera enquanto Noé construía a arca, Deus ainda esperou sete dias mais. Uma semana para que o mundo se arrependesse! Todavia continuaram zombando de Noé e rindo da sua “loucura”! Desde que a arca da nossa salvação foi terminada na cruz, sua porta ainda continua aberta para receber os crentes. É a porta da graça, que um dia será definitivamente fechada pelo próprio Deus. Em todo esse tempo, Cristo está dizendo: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim salvar-se-á” (Jo 10.9). O tempo para abrigar-se do juízo divino é hoje (Hb 3.7,8). Amanhã pode ser muito tarde.



As águas do juízo divino não haveriam de atingir Noé e sua família, mas fazê-los flutuar em segurança Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo - nossa Arca (Rm 8.1). A mesma palavra que condena os de fora (Jo 12.48), salva os de dentro (Jo 10.28). Dentro da arca misericórdia; fora da arca, ira divina (Jo 3.36). A zombaria dos contemporâneos de Noé transformou-se logo em desespero, e seu desprezo pelos avisos divinos terminou em pavor e destruição. Chegará o tempo de Deus mostrar a diferença que há entre aquele que o serve e o que não o serve. “Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que o não serve” (Ml 3.18).




IX – UM NOVO RECOMEÇO:



O propósito divino era fazer com que o dilúvio fosse, tanto destrutivo como construtivo, pois, através do dilúvio Deus estaria destruindo aquela geração e estabelecendo um novo começo para a humanidade. Três coisas novas acontecem:



() - Uma nova geração: Tendo em vista que aquela geração ímpia pereceu nas águas do dilúvio, a raça humana começa a multiplicar-se, através de Noé e de seus filhos. De certo modo, Noé tornou-se o segundo pai da raça humana (Gn 9.18,19);



() - Um novo estilo de vida: Ao sair da arca, Deus abençoou Noé e sua família e lhes deu orientações sobre o modo de vida que eles deveriam ter, a partir de então (Gn 9.1-8);



() - Um novo pacto: Deus estabelece um pacto com Noé, e lhe promete que nunca mais haveria dilúvio para destruir a terra (Gn 9.11). Um arco, então, foi colocado nas nuvens, como sinal daquele pacto (Gn 9.13,17).




X - CONSIDERAÇÕES FINAIS:



A história de Noé nos leva a refletir sobre o nosso viver de maneira íntegra, em meio a uma geração má e perversa. Noé não se deixou ser levado pelas práticas pecaminosas de sua geração. Por isso, achou graça diante de Deus e foi poupado, juntamente com sua família daquela inundação.



Semelhantemente, aqueles que forem fiéis à Deus, e “entrarem na arca”, serão, no futuro, poupados do juízo vindouro.

FONTES DE PESQUISA E CONSULTA:

(1) - Lições Bíblicas CPAD - 1º Trimestre de 1988 - NOÉ, UM HOMEM JUSTO E INCORRUPTÍVEL - Comentarista Abraão de Almeida

(2) - Fonte: www.radioboasnovas.net