COMENTE

Caro Leitor,

Caso queira, na parte final de cada um dos Subsídios, você tem a liberdade de fazer seu comentário. É só clicar na palavra "comentários" e digitar o seu. Não é preciso se identificar. Para isto, após o comentário, click em "anônimo" e pronto. Que Deus continue abençoando sua vida, em nome de Jesus.







4 de jan. de 2012

1º TRIMESTRE DE 2012 - LIÇÃO Nº 02 - 08/01/2012 - "A PROSPERIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 02 - DATA: 08/01/2012
TÍTULO: “A PROSPERIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO”
TEXTO ÁUREO – Gn 39.3
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Dt 8.11-18
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/


I – INTRODUÇÃO:






Os ensinos atuais sobre a prosperidade estão baseados, quase que exclusivamente, em passagens do A.T.. Isso nos leva à perigosa definição de que a prosperidade significa, apenas, o acúmulo de posse, bens ou de alguém que possui saúde perfeita. Desta forma, fica impossível termos uma radiografia correta da prosperidade bíblica, tomando-se por base apenas textos do A.T. e ignorando aquilo que o N.T. diz sobre esse assunto. Somente interpretando o A.T. à luz do Novo será possível termos um estudo equilibrado sobre a prosperidade bíblica.


II – RICOS E POBRES NO ANTIGO TESTAMENTO:






O contraste entre ricos e pobres no A.T. é de fácil percepção. Leiamos Rt 2.1-2 e analisemos:

(1) - Boaz, homem de Deus, era “senhor de muitos bens”;

(2) – Rute, mulher de Deus, ia atrás de Boaz para “apanhar espigas”.

(3) - De acordo com a Lei de Moisés, somente aos muito pobres era dado o direito de colher as espigas que caíam atrás dos segadores – Lv 19.9-10; 23.22; Dt 24.19.

Desta pequena análise, podemos considerar que: Ao contrário do ensino dos mestres da fé, que nos passam a ideia de que no A.T. o povo estava pisando em ouro, já havia um enorme contraste entre pobreza e riqueza.

Além do mais, as causas para a pobreza não podem ser vistas de forma tão simples assim. O historiador William L. Coleman (citado no livro “A Prosperidade à Luz da Bíblia” – CPAD – José Gonçalves), mostra que um estudo criterioso sobre a pobreza no mundo bíblico deve levar em conta alguns fatores determinantes. Diz aquele historiador:

- “Eram vários os principais fatores que contribuíam para a existência de um grande número de pobres em Israel. É claro que havia muitas variáveis. Mas, para entendermos bem o quadro geral, precisamos considerar alguns dos obstáculos com que eles se defrontavam:

(A) – IMPOSTOS – O sistema de impostos constituía um grande peso para muitas famílias, para os pequenos agricultores e negociantes.

(B) – DESEMPREGO – Como o preço dos escravos era muito baixo, os ricos chegavam a ter um servo simplesmente para conduzir o seu cavalo. Por isso, o homem livre tinha que aprender um ofício, se quisesse conseguir um bom salário.

(C) – A MORTE DO CHEFE DA FAMÍLIA – Essa perda quase sempre deixava a família na pobreza, principalmente se os filhos fossem pequenos – II Rs 4:1

(D) – SECA E FOME – Às vezes, a própria natureza destruía rapidamente toda a colheita de uma temporada, acabando com todo o sustento de uma família de uma hora para outra - Sl 32.4.

(E) – AGIOTAGEM – Pela lei, era proibido cobrar juros de empréstimos feitos a pobres – Ex 22.25. Mas, apesar dessa recomendação divina, muitos credores tinham atitudes impiedosas, cobrando juros exorbitantes e empregando métodos cruéis para receber o pagamento da dívida”.

Portanto, fica bastante evidente que a pobreza não era um sinal de maldição ou pecado pessoal, assim como a riqueza não o era de bênção. No A.T. ninguém era amaldiçoado por ser pobre ou estar em pecado, nem tampouco abençoado por ser rico.

Por exemplo: I Sm 25.1-6, 25-26 – Nabal era um “homem muito poderoso”, possuidor de muitos bens e foi reconhecido por Davi como um próspero. Porém, era um “homem duro e maligno”, um filho de Belial. Possuía muitos bens materiais, mas nenhum valor moral ou espiritual. Isso nos faz constatar que há outros valores que o A.T. revela que, embora não sendo materiais, são tidos como grandes riquezas, verdadeiros tesouros. Dentre elas, destacamos:

(1) – O conhecimento – Pv 3.13; 20.15

(2) – A integridade – Sl 7.8; 78.72

(3) – A justiça – Sl 15.2; Pv 8.18; 14.34

(4) – O entendimento – Pv 15.32; 19.8

(5) – A humildade e a paz – Pv 12.20; 15.33; 18.12

Por isso, Salomão sabia que “a bênção do Senhor é que enriquece” – Pv 10.22

Logo, o que fica claro nas Escrituras da Antiga Aliança é que, tanto o pobre como o rico dependem do favor do Senhor.


III – NO SUOR DO ROSTO:






Leiamos Dt 8:11-18 e meditemos:

A prosperidade no A.T. está intimamente relacionada com o trabalho. A ideia de prosperar e enriquecer por outros meios que não seja o trabalho, é completamente estranha à Escritura.

Gn 2.15 – Ainda no paraíso, coube como tarefa ao primeiro homem cuidar do jardim, vigiando-o e lavrando-o.

Assim, a teologia do A.T. refuta a prática que transforma Deus em uma espécie de gênio da lâmpada. O Deus do Antigo Concerto faz prosperar, mas o faz através do trabalho.

Dt 8.18 – A palavra traduzida como “FORÇA” significa VIGOR e FORÇA HUMANA. A referencia é claramente ao esforço humano como resultado do seu trabalho.

Por outro lado, a palavra “PODER” mantém a idéia de EFICIÊNCIA, FARTURA e RIQUEZA. A idéia aqui é que prosperidade e trabalho são como as duas faces de uma mesma moeda: Onde um está presente, o outro também deve estar.

Aqueles que trabalham com diligencia dentro da sua especialidade, alcançarão o sucesso material necessário para satisfazer seus desejos.

Pv 28.19 – Aqui há uma advertência que, se abandonarmos os esforços na nossa área para seguirmos os conselhos dos levianos, ou colocarmo-nos sob sua influência, estaremos abandonando o caminho da sabedoria.

Não nos deixemos enganar por pessoas que parecem bem-sucedidas à primeira vista e oferecem “esquemas para enriquecermos da noite para o dia”, bons demais para serem verdadeiros.

Salomão nos garante que aqueles que trabalham com diligência, terão cada vez mais sucesso e riquezas, porém o dinheiro que vem fácil demais, sem verdadeiro esforço, quase sempre é perdido – Pv 13.11

Por outro lado, a Palavra de Deus condena veementemente a indolência e a preguiça – Pv 21.25 -, pois, além de dignificar o homem, o trabalho o faz prosperar.

Assim, diante do Senhor ninguém será considerado “mais crente” por se ocupar somente de coisas espirituais e negligenciar as práticas materiais.

Em muitos casos, aqueles que alegam “trabalhar somente para o Senhor” na verdade estão dando trabalho para a Igreja. Dizem que vivem da fé, mas, na verdade, vivem da boa fé dos outros – Pv 6.6.


IV – BEM-ESTAR FÍSICO:






Para uma compreensão correta sobre a prosperidade no A.T., além de levar em conta primeiramente os valores espirituais, também fornece uma compreensão correta dos valores materiais e bem-estar físico. Na verdade, o A.T. destaca uma variedade de doenças que afligiam o povo. São doenças que vão desde uma inflamação na pele, até mesmo tumores com diagnósticos fatais – Jó 2.7; Is 38.21. A medicina nos tempos antigos possuía limitações enormes e os médicos dos tempos bíblicos quase que se restringiam a tratar dos ferimentos exteriores – Is 1.6; 3.7; Jr 8.22; Ez 30.21; 34.4; Os 6.1.

Nesse contexto de limitações da medicina, a Escritura apresenta Deus como o médico de Israel – Ex 15.26.

É interessante observarmos que nessa mesma passagem do livro de Êxodo onde Deus é apresentado como aquEle que Sara, ele também aparece como aquEle que fere: “... nenhuma das enfermidades... QUE PUS SOBRE O EGITO...”.

Logo, o Deus da Bíblia é poderoso para curar, mas também é soberano para permitir a doença – Dt 7.15; Jó 5.18.

Essa visão teológica do A.T. revela que sobre todas as coisas está a soberania de Deus. Até mesmo o sofrimento pode atender aos Seus propósitos –Sl 119.67


V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:






Há algumas Escrituras no A.T. que revelam que os justos sofrem e os maus prosperam – Sl 73.1-28.

Parece ilógico o profeta Eliseu, que curou a tantos, morrer doente – II Rs 13.14.

O livro de Jó detalha a luta de um homem que, à primeira vista, reconhecia apenas o princípio da retribuição. Jó não entendia por que um homem obediente podia sofrer. É evidente que por trás do sofrimento de Jó está a soberania de Deus, que permite ser ele provado, mesmo a Escritura deixando claro que Jó era um homem irrepreensível – Jó 1.1-2.

Os amigos de Jó compartilham da visão tradicional de que se alguém sofre ou passa reveses na vida é porque algum pecado está por trás disso – Jó 4.8

Todavia, observando o livro no seu todo, constatamos que o seu real propósito não é focalizar o sofrimento humano, mas como Deus se relaciona com Seus filhos. Nesse relacionamento, até mesmo o sofrimento ou reveses podem fazer parte do Seu plano soberano para nos abençoar ou fazer prosperar, como o próprio Jó reconheceu – Jó 42.3

Fica, pois, estabelecido que a prosperidade no A.T. vem como resultado da bênção do Senhor sobre os empreendimentos do Seu povo. Essa prosperidade não se fundamenta em méritos pessoais, mas é uma resposta à obediência que se constrói como resultado de um relacionamento correto com Deus. A prosperidade, portanto, não é meramente circunstancial, nem tampouco pode ser entendida apenas como uma lei de causa e efeito, mas deve levar em conta a soberania de Deus.

FONTE DE CONSULTA:

A Prosperidade à Luz da Bíblia – CPAD – José Gonçalves