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27 de mai. de 2014

2º TRIMESTRE DE 2014 - LIÇÃO Nº 09 - 01/06/2014 - "O MINISTÉRIO DE PASTOR"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL 
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ 
LIÇÃO Nº 09 - DATA: 01/06/2014 
TÍTULO: “O MINISTÉRIO DE PASTOR”
TEXTO ÁUREO – Jo 10.11
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jo 10.11, 14; Tt 1.7-11; I Pe 5.2-4
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://Pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/








INTRODUÇÃO:




De todos os ofícios do ministério cristão, o Pastorado é o mais conhecido em nossos dias. Não raro, o título é dado até mesmo aos ministros em diferentes funções ministeriais. A profissão é tão honrosa, que o Antigo Testamento frequentemente atribui a Deus o título de Pastor de Israel - Jr 23.4; SI 23.1; SI 80.1.





II – A PALAVRA PASTOR:




O vocábulo originalmente aplicado a um guardador de ovelhas significa apascentador, guia, protetor (Is 40.11).




Estas definições correspondem às várias fases das atribuições e deveres do Pastor. Como no caso dos demais ministérios, encontramos em Jesus o grande exemplo de Pastor.





III – JESUS, O BOM PASTOR:




Jesus pode ser considerado o maior exemplo de verdadeiro Pastor. Deus o constituiu o nosso Pastor. Neste ofício, Ele se distingue por vários qualificativos da maior importância, os quais são:





(1) – O BOM PASTOR – O capítulo dez de João registra várias qualidades do Bom Pastor. Jesus como o Bom Pastor é o contraste do falso Pastor, representado por três caracteres:




(1.1) - O ladrão - que vem para matar, roubar e destruir;




(1.2) - O mercenário - que abandona o rebanho e foge; e




(1.3) – O lobo - que arrebata e dispersa.




O Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas é o grande contraste com estes caracteres, que simbolizam aqueles que só buscam os seus próprios interesses. Que buscam alimentar-se e não alimentar o rebanho. São as seguintes as qualidades do Bom Pastor:




(A) – DÁ A VIDA PELAS OVELHAS - Nos tempos bíblicos era comum o bom Pastor expor a sua vida na luta contra as feras que assaltavam o rebanho. Jesus, para proteger as suas ovelhas do "ladrão que vem para matar, roubar e destruir", deu a sua vida por nós, que "somos rebanho do seu Pastoreio" (Sl 100.3). Ele deu a sua vida por nós, para que tenhamos vida e vida com abundância, vida eterna;




(B) – CONHECE AS SUAS OVELHAS - Jo 10.14 - Julgamos quase impossível conhecer as ovelhas do nosso rebanho, quando o seu número sobe a milhares. As ovelhas do rebanho do Bom Pastor são milhões de milhões. E, como é maravilhoso, Ele as conhece pelos nomes. Conhece também "os lobos com pele de ovelhas". Conhece as que sofrem e conforta as fracas.





(C) -  GUIA AS SUAS OVELHAS - Jo 10.3-4 - O Pastor à frente do rebanho era a garantia de ser conduzido aos bons pastos e de preservá-lo da emboscada das feras. Era um costume de tempos remotos. Era o motivo da expressão confiante de Davi, com a sua própria experiência de Pastor – Sl 23 - Não deve ser menor a nossa confiança em nosso Bom Pastor.





(2) – PASTOR E BISPO DAS NOSSAS ALMAS – I Pe 2.25 – Significa o Pastor que tem verdadeiro cuidado de nossas almas, que as busca, alimenta e sustenta; que ama as suas ovelhas e as protege “sem tosquenejar”. Como bispo de nossas almas, Ele as supervisiona, dirigindo-as sábia e convenientemente. Guia-nos com segurança em toda a nossa peregrinação neste mundo de perigos espirituais.





O cuidado que Cristo tem de nós, como Pastor e Bispo de nossas almas, pode ser expresso nestas palavras – Sl 32.8




(3) – GRANDE PASTOR DAS OVELHAS – Hb 13.20 – Qualquer Pastor de ovelhas, em circunstâncias difíceis, poderá ver o seu rebanho emagrecer, enfraquecer ou morrer por falta de pastagem. O Grande Pastor das ovelhas diz: "...Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem" - Jo 10.9 -. Dele podemos dizer confiantes: "O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará" – Sl 23.1.




O mais zeloso e mais corajoso Pastor poderia ver uma ovelha perecer num assalto de uma alcateia de lobos famintos. O Grande Pastor das ovelhas afirma em relação aos que o seguem: "Jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará de minha mão" (Jo 10.28b).




As limitações de um Pastor de ovelhas, em alusão, tipificam as limitações dos Pastores de almas em todos os tempos. O Grande Pastor das ovelhas não está sujeito a nenhuma limitação. Suas possibilidades são infinitas. Seu cuidado é eterno!




(4) – O SUPREMO PASTOR – I Pe 5.4 – Supremo Pastor ou Sumo Pastor significa um Pastor superior a todos os demais Pastores. Cristo é o Pastor dos Pastores, pois esses são também parte do Rebanho do seu Pastoreio. Isto significa que nenhum Pastor é senhor absoluto do rebanho, "como dominador dos que lhe foram confiados" e também que nenhum fiel Pastor está abandonado. O cuidado que Cristo tem dos crentes fiéis, tem também do Pastor que lhe é subalterno, na proporção de sua grande tarefa.




A supremacia de Cristo como Pastor está relacionada com o seu aparecimento, quando será julgado o mérito do trabalho de todos os Pastores subalternos. Aqueles que forem encontrados fiéis no cumprimento dos seus deveres, receberão do Supremo Pastor, a "incorruptível coroa de glória".




Assim, pelo exposto, vemos em Jesus, o Pastor, um modelo que jamais será atingido por qualquer Pastor, mesmo da mais alta dignidade, pois Ele é o Bom Pastor, o Pastor e Bispo de nossas almas, o Grande Pastor e o Supremo Pastor. Só a Ele cabe estas distinções. A Ele a glória eternamente! Amém.






IV – O DOM DE PASTOR:




Como já dissemos antes, os títulos às vezes correspondem aos dons ministeriais, e estes se revelam na prática e na função dignas da aprovação de Deus. Os dons espirituais devem determinar o ministério e este evidenciá-lo pelo seu caráter eficiente e pelas qualidades virtuosas dos que os possuem.




O Pastorado eficiente é um dom de Cristo. Não depende de curso especial, nem é produto de treinamento. Cristo o deu à sua Igreja (Ef 4.11). Não pode ser substituído por nenhuma preparação intelectual. A instrução pode ser importante no exercício do ministério Pastoral, mas, não há dúvida de que este, para ser proveitoso, para ser uma verdadeira bênção para a Igreja, necessita ser um dom vindo do Alto (Tg 1.17).




Os dons ministeriais tanto habilitam e capacitam para o trabalho, como impulsionam a realizá-lo zelosamente. Disto se conclui que o ministro, cujo trabalho é infrutífero, é assinalado por constantes fracassos, possuía apenas o título e não o dom. O evangelista que não tem mensagem e não ganha almas recebeu um título inadequado. O Pastor que com pouco tempo no Pastorado de uma Igreja não pode mais ser tolerado pelos desacertos ou imprudências, demonstra a ausência do importante dom do Espírito para este ministério.




Não é o título que atrai o dom ministerial, pelo contrário, o título deve corresponder ao dom ministerial em evidência. O dom ministerial de Pastor se qualifica por diversas virtudes, exigidas para este ofício. É como disse alguém: "O trabalho do Senhor requer todas as boas qualidades que o homem possa ter". O homem consciente disto, o homem convicto da chamada de Deus, não aceitará o ministério, animado pelas honras que dele lhe advirão. Ao contrário, deverá sentir o peso da responsabilidade a ponto de exclamar como Moisés: "Quem sou eu?..." ou como Isaías: "Ai de mim..."




O dom divino de Pastor deve evidenciar-se também por um caráter disciplinado e uma personalidade normal, em virtude da complexidade de sua função, nas relações com pessoas de ambos os sexos, de diferentes condições sociais (l Tm 5.1,2).




Se às vezes o Pastor precisa ser inflexível em suas atitudes, outras tantas tem que ser condescendente, especialmente com os mais humildes, os tímidos ou que se consideram desprezíveis.





V – A DUPLA FUNÇÃO DO PASTOR:




O ofício Pastoral mediante o dom consiste na divina habilitação do ministro para governar a Igreja; na maneira correta de dirigir reuniões, sem aquele caráter de coisa rotineira ou decorada, invariável, de uma liturgia sem vida. Que não se prende ao formalismo e não se excede ao fanatismo. Que não aceita mistificações estéreis e não reprime a genuína operação do Espírito Santo, correspondente ao propósito divino de enriquecer a sua Igreja de bênçãos abundantes, para prosperar em todos os sentidos, sem limitações humanas. Que sabe reconhecer e utilizar os valores existentes na Igreja e não pretende sujeitar tudo à sua própria dependência. Que sabe orientar e instruir as decisões a serem tomadas pela assembleia, mas não despreza as opiniões construtivas e não desconhece a liberdade da consciência alheia. Que sabe ir ao máximo dos seus deveres e não excede ao limite dos seus direitos.




A chama de Deus para o ofício Pastoral e a habilitação pelo dom divino consistirá, inegavelmente, em ação produtiva e capacidade para liderar a congregação. Não raro, há casos que deixam de ser levados ao juiz e são submetidos ao julgamento do Pastor, em consonância com os preceitos bíblicos de l Coríntios 6.1-6. Muito frequentemente, cabe ao Pastor apontar a solução para problemas melindrosos, que envolvem muitas almas preciosas! Quão grande é a responsabilidade do Pastor pelos efeitos de suas orientações e sanções. Só o dom divino pode habilitá-lo suficientemente. Foi bem isto que sentiu o jovem rei Salomão, quando orou: "Dá, pois, ao teu servo um coração compreensivo para julgar o teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois, quem poderia julgar a este grande povo?" (I Rs 3.9).




As decisões temerárias prepotentes são aspectos negativos do dom Pastoral. Seus resultados são discórdias, tristezas e a delimitação do conceito do próprio Pastor.




Feliz é o Pastor que nunca precisa aplicar disciplina a quem quer que seja, por motivos pessoais. Ser-lhe-á mais proveitoso perdoar as ofensas à sua pessoa, a exemplo do Grande Pastor – I Pe 2.23.




Em João 21.15-17, no diálogo que Jesus manteve com Pedro, antes de sua restauração ao ofício Pastoral, o Mestre usou dois termos, que sugerem dupla função do Pastor:




(A) – APASCENTAR - O vocábulo significa “alimentar, dar de comer”. A linguagem é figurada e traduz o dever de doutrina, ministrar conhecimento, dirigir no bom caminho;




(B) – PASTOREAR - O sentido de Pastorear vai além de apascentar, incluindo tudo o que significa o ofício de Pastor, isto é, o dever de guiar o rebanho, e não somente alimentar, mas conduzir ao pasto, ou mesmo prover a pastagem para o rebanho. Nos tempos de seca, o Pastor precisava encontrar erva e água para alimentar o rebanho. Era isto um tipo do Pastor de almas, que, pela graça de Deus, deve sobrepor-se às diferentes crises que tenha que enfrentar, em condições de sempre prover o rebanho do vital alimento, pela orientação sadia, pela mensagem ungida, pela palavra vivificadora I Tm 4.6.




Era também dever do Pastor de ovelhas proteger do mau tempo e dos animais ferozes (Am 3.12). Davi teve que enfrentar um leão e um urso (l Sm 17.34,35). Estes exemplos de cuidado e coragem tipificam a capacidade que deve possuir o Pastor para proteger o rebanho sobre "...o qual o Espírito Santo o constituiu..." (At 20.28).




Além disto, o ofício Pastoral incluía a obrigação de buscar e recuperar a ovelha fraca e a doente ou desviada (Ez 34.8). Esta doutrina foi ratificada por Cristo em Lucas 15.1-7. Para tudo isto é necessário aquele amor que Jesus enfaticamente indagou haver em Pedro (Jo 21.15-17).




É claro que não cabia e nem cabe ao Pastor conduzir aos ombros, todo o tempo, indefinidamente, as ovelhas fracas, como alguns supõem seja obrigação do Pastor, presumindo que a salvação de suas almas depende mais do cuidado Pastoral do que de sua própria vontade de ir para o Céu. A boa vontade e os cuidados Pastorais têm por fim despertar os ânimos adormecidos e alentar as forças para a jornada, mas não eximem o crente de sua própria responsabilidade para com Deus e a Igreja.





VI – AS QUALIDADES DO PASTOR:




Como parte dessas funções, o ministério Pastoral abrange os seguintes encargos:




(A) - Doutrinar os crentes - l Tm 3.2.




(B) - Apascentar o rebanho de Deus com cuidado e com amor – I Pe 5.1-3.




(C) - Exercer vigilância espiritual sobre o mesmo - At 20.28.




(D) - Admoestar com longanimidade, com amor - At 20.31; 2 Tm 4.2.




(E) - Cuidar dos necessitados - Gl 2.9,10.




(F) - Visitar os enfermos e ajudá-los com a oração da fé - Tg 5.14,15.




(G) - Cumprir o papel de despenseiro dos mistérios de Deus – I Cor 4.l-2.




Leiamos I Tm 31-5 - Não há discordância quanto à aplicação deste texto ao Pastor, como norma divina para o seu ministério. Analisando-o, vamos encontrar três qualidades indispensáveis ao Pastor, que são condições para um ministério eficiente e frutífero, na seguinte disposição: um homem que se governa a si mesmo, um homem que governa a sua casa, um homem que governa a Igreja de Deus.




(1º) – UM HOMEM QUE SE GOVERNA A SI MESMO - Não há dúvida de que o domínio próprio constitui a qualidade básica de um ministro de Deus. Paulo, ao falar dos piores homens, se refere aos "...sem domínio de si..." (2 Tm 3.1-5). Ao mencionar as características do bispo, entre outras coisas, ensina que convém "...que tenha domínio de si..." (Tt 1.8). Paulo expõe o assunto em seus aspectos positivos e negativos:




(A) – QUE SEJAM IRREPREENSÍVEIS - O homem repreensível não tem "autoridade para repreender e exortar pelo reto ensino, para convencer aos que contradizem" (Tt 1.9). Além disto, a Bíblia recomenda aos crentes imitarem a fé de seus Pastores - Hb 13.7. Da observância deste preceito cristão depende este conceito lógico: "Tal Pastor, tal rebanho".




(B) – ESPOSO DE UMA SÓ MULHER - O bígamo ou polígamo é um homem governado pelas mulheres, em contradição ao preceito de Provérbios 31.3. Nestes casos teria que governar "as suas casas".




(C) – TEMPERANTE - O que possui o precioso fruto do Espírito, a temperança, virtude que modera e controla os apetites, as paixões. Sem isto o homem não pode se governar a si mesmo




(D) – SÓBRIO - A sobriedade é virtude pela qual o homem se priva do luxo e dos excessos que escravizam e dominam a muitos homens, tornando-os incompatíveis com o espírito do ministério cristão




(E) – MODESTO - O homem modesto em suas aspirações, nos seus atos, na estimação das suas próprias virtudes e habilidades, o homem despretencioso e sem vaidade é um homem que se governa a si mesmo, contra as pretensões do próprio "Eu".




(F) – HOSPITALEIRO - Não apenas que hospeda, mas o faz por amor. Para isto necessita não ser governado pelo conforto do ambiente puramente familiar. Isto, às vezes, envolve sacrifício.




(G) – APTO A ENSINAR - O que significa capacidade e prontidão para comunicar os conhecimentos recebidos de Deus, de conformidade com a sua palavra.




(H) – QUE TENHA BOM TESTEMUNHO DOS DE FORA - O Pastor não pode dizer: "Ninguém nada tem nada a ver com a minha vida". É melhor admitir que todos têm direito de observar o seu viver e ele deve a todos uma boa reputação. O mau testemunho o atirará ao opróbrio, à desmoralização, fazendo-o cair no laço do Diabo, mediante o enfraquecimento moral, ou mesmo o desespero.





(I) – NÃO DADO AO VINHO - Como lerão este texto os bispos que se embriagam?...




(J) – NÃO VIOLENTO, PORÉM CORDATO - O homem violento é governado pelos ímpetos e pelo espírito de discórdia e agressão; portanto, destituído de qualidade para o ministério Pastoral;




(K) – INIMIGO DE CONTENDAS - Que foge de discussões e animosidades, mas trata todas as coisas com serenidade, prudência e amor - Pv 17.19a.




(L) – NÃO AVARENTO - O avarento é governado pelo dinheiro e pelo amor ao lucro. A avareza é um grande mal para todos os homens, mas é pior ainda em um ministro de Deus. Além disto está incluída entre os pecados, que os que os cometem, "...não herdarão o reino de Deus" (l Co 6.10);




(M) – QUE NÃO SEJA NEÓFITO - Ao neófito pode "suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo". O homem é governado por um trio maldito: Orgulho, arrogância, presunção. A soberba é muito própria do homem ignorante espiritual, inexperiente.




Quanto mais conhecermos a Deus, tanto mais humildes seremos. A soberba dos homens é sempre do tamanho da sua ignorância espiritual. Um sábio cristão observa que "a soberba é o pecado que transformou anjos em demônios". O homem que se governa a si mesmo, não pode se ensoberbecer.




Estas são as características do homem que se governa a si mesmo. Estas devem ser as qualidades básicas de um Pastor de almas, que deve servir de modelo para o rebanho (Hb 13.7).




(2º) – UM HOMEM QUE GOVERNA BEM A SUA CASA - l Tm 3.4 - É grande a felicidade do Pastor cuja família pode servir de exemplo para todas as outras famílias da Igreja. A ele assiste o direito de governar a esposa e os filhos.




O Pastor deve ser cordato com a esposa, mas não pode ser governado por ela. A esposa do Pastor tem um vasto campo para ajudá-lo. Pode ser muito útil ao marido em seu ministério, aconselhando especialmente as senhoras jovens e a mocidade, fazendo isso com simplicidade e amor. Para tudo isto deve se credenciar pelo exemplo de sabedoria e prudência, no falar e no agir.




É certo, em grande proporção, que o êxito do Pastor depende do comportamento da família, especialmente da esposa.




A grande bênção da conversão da família, a grande vitória da integração dos filhos do Pastor no plano divino da salvação e nas atividades da Igreja depende sobretudo de Deus, mas também de nós em grande parte. É bem justo que o amor que tem o Pastor pelas almas se evidencie "...no cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa..." (l Tm 5.8). É certo também que o cuidado Pastoral ou do Pastor para com os filhos não os isenta da responsabilidade pessoal pela salvação de suas almas. Há, no entanto, os meios pelos quais poderão ser conduzidos a esta responsabilidade, e estes meios são aqui mencionados por Paulo: "Criando os filhos sob disciplina com todo o respeito".




(A) – DISCIPLINA - Esta palavra inclui instrução, direção, governo, imposição de autoridade e métodos correlacionais. Como se vê, significa muito mais que mero castigo.




Paulo, um homem sábio, certamente tinha em vista tudo isto ao empregar a palavra disciplina, como obrigação do Pastor, no governo de sua casa e na criação dos filhos. É o mesmo que em Ef 6.4 se recomenda aos pais, com relação aos filhos. A ausência da disciplina, em qualquer dos seus aspectos, pode resultar no desgoverno moral e espiritual dos filhos e consequentes problemas no ministério do Pastor.




A Bíblia ensina três métodos a serem empregados na criação dos filhos para Deus. Destes, dois são desconhecidos e desprezados e um é condenado pela sociologia moderna. São eles:




(B) – LEITURA DA PALAVRA DE DEUS - Pv 22.6; Dt 6.6-9 - Aqui fala de ensino persistente e leitura regular da Palavra de Deus aos filhos. A falta disto poderá resultar em insucesso na casa do Pastor - 2 Tm 3.14-17.




(C) – ORAÇÃO - Jó 1.5 - "Jó chamava os seus filhos". Orar com os filhos é mais importante do que orar por eles.




A fé não é hereditária e os filhos precisam recebê-la pelos mesmos meios que os estranhos e os adultos a receberam, mediante a pregação da Palavra de Deus e a oração intercessória. Leio, como sendo uma advertência de Deus para mim, pessoalmente, estas palavras: Lm 2.19 cf Tg 5.16.




(D) – CORREÇÃO - Leitura da Palavra de Deus e oração são métodos desconhecidos e desprezados pelos mestres em educação familiar. A disciplina em forma de castigo é condenada. Entretanto, faz parte dos métodos ensinados por Deus. Os séculos não envelhecem e não invalidam os preceitos de Deus. Qual será o sentido destas palavras contidas nos versos bíblicos? Pv 13.24; 22.15; 23.13,14; 29.15.




Já estarão superados estes preceitos bíblicos? Se, ao contrário, ainda vigoram como Palavra de Deus, não deixarão de ter sua utilidade na criação dos filhos, quando aplicados com sabedoria e amor. A disciplina deste tipo poderá ser aplicada depois de muitos outros meios correcionais, também ensinados por Deus em sua Palavra.




(E) – EXEMPLO - O respeito, de várias maneiras, constitui uma grande dívida dos pais para com os filhos, para também se tornarem credores do respeito destes. Confúcio ensinava: "Respeita-te e outros te respeitarão". Um outro pensador diz: "Quando os que ordenam perdem a moral, os que obedecem perdem o respeito". A integridade do Pastor, no trato, nas relações com as diferentes pessoas, na presença e na ausência, nas conversações, na presença dos filhos, há de ter muita influência sobre a vida espiritual dos filhos.




O Pastor é um homem que tem frequentes oportunidades de saber dos fracassos alheios. Se, ao contrário, do dever da absoluta confidência, neste sentido, são relatados ou comentados perante os filhos, isto os levará ao maior pessimismo a respeito da vida espiritual, chegando mesmo a pensar que não há diferença entre os crentes e os homens mais errados.




Indubitavelmente, as relações entre o papai e a mamãe muito influirão nas atitudes espirituais dos filhos, edificando-os ou destruindo-os! É de suprema importância para a criação dos filhos "na disciplina e admoestação do Senhor" o ambiente de cordialidade e respeito entre marido e mulher e entre os pais e filhos.




O lar deve ser o ambiente onde os filhos se sentem presos pelo amor, seguros pela confiança e dominados pelo respeito aos seus pais.




Por outro lado, nada deve se interpor nas relações do Pastor para com a Igreja. Se os filhos não forem motivo de inspiração ao Pastor, também este não deve ser influenciado pelas suas atitudes carnais e modos desordenados, em detrimento dos direitos dos membros zelosos e da boa ordem na Igreja.




(3º) – UM HOMEM QUE GOVERNA BEM A IGREJA DE DEUS - Só o homem que governa bem a sua casa terá suficiente autoridade para governar a Igreja de Deus (l Tm 3.5). Isto convém ao bispo (Pastor).




Entre os dons ministeriais, Paulo menciona "governos" ou habilitação de Deus para dirigir apropriadamente a Sua Igreja a sua Igreja (l Co 12.28). Esta habilidade para governar inclui:




(A) - Capacidade para distribuição de serviço aos membros da Igreja. Agostinho diz: "A cabeça dos desocupados é a morada de Satanás e o demônio procura as mãos ociosas para fazer a sua maligna obra".




(B) - Capacidade para administração financeira. A habilidade do Pastor para cuidar dos negócios da Igreja de modo proveitoso e honradamente inspira confiança nos membros para contribuir. Desperta o interesse de todos os fiéis.




Governar é um dom que não deve ser subestimado, pois dele depende a boa ordem, a estabilidade e o progresso da Igreja em todos os sentidos. Não é temeridade atribuir-se às frequentes crises de algumas Igrejas à falta de governo, pela ausência da divina capacidade de administração daqueles que estão à frente do rebanho. Esta capacidade deve constituir mais um motivo para ardentes súplicas ao PAI DAS LUZES, pois é uma necessidade imperiosa no ministério do Pastor, com a responsabilidade de "governar a Igreja de Deus".




Neste sentido, o apóstolo Pedro ensina – I Pe 5.2-3 -. Aqui temos três regras de grande importância:




(A) - "Não por constrangimento, mas espontaneamente". Qualquer trabalho material feito por constrangimento será assinalado pelas falhas. Isto se aplica melhor ao trabalho espiritual. Não terá êxito o Pastor que fizer o seu trabalho como cumprindo uma simples obrigação que lhe é imposta. Alguém, às vezes, tem dito: - "Se não leva o coração, não vá também". Se o Pastor está em uma Igreja, mas o coração está em outra, não haverá resultado do seu trabalho para o reino de Deus... Quaisquer que sejam as circunstâncias, convém ser "sempre mais abundante na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o seu trabalho não é vão", se feito "espontaneamente, como Deus quer".




(B) - "Nem por sórdida ganância, mas de boa vontade". O trabalho espiritual feito por ganância agrada muito bem ao "deus ventre" e pode ser feito sem qualquer dom da parte de Deus. Para tanto, as oportunidades independem da chamada e direção de Deus, podendo ser conseguidas por simples política ou por sagacidade. Como, entretanto, o fim a que chegamos depende do caminho que seguimos, os resultados serão sempre confusos: descontentamento e derrotas, que são o prêmio de um ministério sem a aprovação de Deus. Será um ministério sem vida, pois a ganância é qual germe que destrói totalmente a vida espiritual - Pv 1.19.




(C) – “Nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelo do rebanho". Este ensino concorda com a conhecida filosofia de que "pode mais a força do exemplo do que o exemplo da força".




Os que pretendem dominar a Igreja como sendo sua propriedade, deveriam estar a exercer uma profissão e não o Pastorado provindo de Deus.




A função do Pastor é guiar, servindo de modelo para o rebanho, sabendo que toda a autoridade edificante provém da Palavra de Deus, que o Pastor ensina e pratica. É isto que Paulo ensina - Tt 1.7-9.




Quando o Pastor profere a Palavra de Deus, autorizado pelo Espírito Santo, cabe a Deus a responsabilidade pelos efeitos da Palavra - l Rs 17.1.




As palavras arrogantes, irrefletidas, simplesmente ocasionam desgovernos, mas a Palavra de Deus prevalece e, “quem é de Deus, ouve a Palavra de Deus” – Jo 8.47.





VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS:




O Pastor que observa estas normais divinas, nunca lutará só; terá sempre a mão divina a ajudá-lo na solução de todos os problemas na Igreja. Terá paz e estará tranquilo, na esperança de que, logo que o Supremo Pastor se manifestar, receberá a imarcescível coroa de glória – I Pe 5.2-4.




FONTE DE CONSULTA E PESQUISA:


Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD – Estêvam Ângelo de Souza

19 de mai. de 2014

2º TRIMESTRE DE 2014 - LIÇÃO Nº 08 - DATA 25/05/2014 - "O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL 
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ 
LIÇÃO Nº 08 - DATA: 25/05/2014 
TÍTULO: “O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA”
TEXTO ÁUREO – II Tm 4.5
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: At 8.26-35; Ef 4.11
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/










I – INTRODUÇÃO:




Evangelista significa proclamador de boas-novas ou o que leva o Evangelho da Salvação. De acordo com o sentido etimológico do termo, o mesmo tem aplicação especial ao Senhor Jesus. É o que vamos estudar inicialmente.





II – JESUS, O EVANGELISTA:




Dos cinco dons ministeriais mencionados em Efésios 4.11, o evangelista é o único que não é atribuído de modo específico ao Senhor Jesus. No entanto, jamais se poderiam encontrar em outra pessoa melhores características do verdadeiro ministério de evangelista. Ele o desempenhou com atividade, intensidade, zelo e eficiência muito além de qualquer homem na terra. Consideremos os seguintes tópicos:




(A) - Seu Ministério Predito - Neste ministério, como nos demais, Ele foi, na presciência de Deus, objeto de maravilhosas predições, não somente quanto ao seu trabalho como Evangelista, mas também quanto ao caráter maravilhoso que o distinguiria - Is 61.1-3 cf Lc 4.18,19 - Jesus, de fato, revelou-se este Evangelista-pregador de boas-novas que consistiam na libertação da alma, pela salvação, e do corpo, pela cura das enfermidades. Estas características correspondem ao duplo aspecto da obra redentora, a ser realizada por Cristo, o que de fato realizou. Foi disto que falou Isaías - Is 53.4-6; Mt 8.16,17.




São numerosos os textos bíblicos que descrevem a pregação de Jesus aliada à cura das enfermidades - Mt 4.23; 9.35; Mc 1.34-38.




(B) - O Poder de Atração – Mt 15.30-31; Mc 6.56 - Sem divulgação, sem propaganda! Era esta maravilhosa realidade que atraía "muitas multidões" a ouvir a pregação de Jesus. Os seus ouvintes podiam ver neste caráter maravilhoso do seu ministério evangelístico, inesquecível triunfo em um desafio dos poderes infernais, pois é o que se pode deduzir de "um monte de enfermos" aos pés de Jesus!




Mc 15.15b; Mt 4.24 - A despeito de suas advertências para que não o expusessem à publicidade, convém observar que "toda a Síria", não significa apenas o país que conhecemos com este nome, e, sim, a província romana que abrangia vários países, inclusive a Palestina. Tal era a extensão atingida pela "fama de Jesus"!




Se a esta forma de ministério evangelístico de Jesus se deve denominar de "evangelismo em massa", eis o tipo de evangelista que Ele foi... Eis o ministério que Ele desempenhou! Eis como o realizou!...




Se pensarmos no outro método de evangelização, tipo como dos mais eficientes em nossos dias - evangelismo pessoal – também podemos encontrá-lo exemplificado da melhor maneira, na pessoa do Senhor Jesus. Tão maravilhoso era o poder de atração do ministério evangelístico de Jesus que lemos: "E todo o povo madrugava para ir ter com ele no templo, a fim de ouvi-lo" (Lc 21.38).




(C) - Motivação do seu Ministério - O amor e a compaixão o moviam a pregar às multidões que vinham ter com Ele - Lc 8.1.




Ele também se detinha para atender a um indivíduo, sem levar em conta a sua condição social e espiritual. Com o mesmo interesse com que se demorou, à noite, a falar do novo nascimento ao nobre Nicodemos, mestre em Israel, deteve-se, ao meio-dia, a falar da água viva, à mulher samaritana, pobre, que não tinha quem lhe fosse buscar água na fonte (Jo 3. l-15; 4.5-30). Que maravilhoso exemplo de zelo e imparcialidade!





III – O DOM DE EVANGELISTA:




Evangelista é um vocábulo encontrado apenas três vezes no Novo Testamento:




(1) - "...Filipe, o evangelista..." (At 21.8);




(2) - "Ele mesmo concedeu uns para evangelistas..." (Ef 4.11); e




(3) - "...Faze o trabalho de evangelista..." (2 Tm 4.5).




Como vemos, a primeira referência é a um homem como evangelista; a segunda, ao dom de evangelista e a terceira, ao trabalho de evangelista - um homem, o dom, o trabalho.




Talvez não haja aqui apenas mera coincidência, mas a sabedoria da Providência a estabelecer o esquema divino para a grande obra de evangelização, que é a força motriz da fé cristã e a causa eficiente da existência da Igreja na terra e de milhões de salvos na glória!




A despeito das poucas referências ao evangelista, este importante ministério esteve em franca evidência na Igreja Primitiva; também tem estado presente na Igreja em todos os tempos, bem assim na atualidade.




Regra geral, admite-se que "a base para o ministério de evangelista deve ser um ardente amor pelas almas e um irresistível desejo de ganhar os perdidos para Cristo. Evangelista é, portanto, dádiva de Cristo à sua Igreja, para o importante trabalho de ganhar almas, e não a designação de um ministério de categoria inferior, como supõem alguns".




Filipe, o único homem chamado de evangelista no Novo Testamento, era um dos sete diáconos da Igreja Primitiva, um dos que foram dispersos por causa da perseguição que culminou com a morte de Estêvão (At 6.5; 8.1-5).




A perseguição que elevou Estêvão, o diácono, à categoria de mártir, elevou Filipe, também diácono, à categoria de evangelista. Nele podemos encontrar duas importantes qualidades:




(A) - Era um homem que até das adversidades sabia tirar proveito em favor da evangelização; era ativo e não um refugiado medroso;




(B) - Era um homem a quem Deus podia falar por intermédio dos anjos. Que estava pronto a obedecer. Estava apto a ser dirigido por Deus (At 8.26-29).




Não temos informação de que Filipe fora ordenado como evangelista para Samaria. Entretanto, a chama divina ardente em sua alma o impulsionava a "anunciar a Cristo" aos samaritanos. Das características de seu ministério, podemos aprender lições importantes:




(A) - O Verdadeiro Evangelista nunca é constrangido por ninguém ou não depende de incentivo. O Espírito Santo o constrange. O amor pelas almas o move. A vocação divina o inspira e anima. Ele é capaz de exclamar como Paulo: "...Sobre mim pesa a obrigação (...) e ai de mim se não pregar o evangelho" (l Co 9. 16).




Devido à incorreta concepção do ministério de evangelista, vemos, às vezes, um "Evangelista" ocupado com uma pequena Igreja, completamente fora de sua função ou mesmo sem qualquer evidência deste dom ministerial. É evangelista simplesmente porque alguém o determinou ou porque lhe deram este nome. Isto nada tem a ver com o verdadeiro ministério de evangelista; isto não tem nenhum fundamento bíblico. Nem se pode admitir que seja o meio correto de descobrir vocação para um ministério “mais elevado” ou habilidades para promoções.




(B) – O Verdadeiro Evangelista, conquanto seja um instrumento nas mãos de Deus para ganhar muitas almas, com a consequente formação de novas igrejas, não tem, por isto, direito de se julgar independente do ministério de origem. Não deve se considerar dono da igreja por haver ganho. Não atribui a si superioridade. Não se ensoberbece. A sublimidade dos dons de Deus não leva a pessoa a exaltar-se. Quanto mais reais forem os dons divinos no homem de Deus, tanto mais profunda a sua humildade. Tanto mais visível a sua serenidade. Tanto mais pronta a sua submissão.




Os apóstolos foram cientificados de que Samaria recebera a Palavra de Deus (At 8.14). Foram reconhecer oficialmente a nova igreja, levando-lhe as normas doutrinárias de integração na plenitude do Evangelho da graça - o batismo no Espírito Santo.




Filipe plantou, Deus fez nascer a boa semente. Então Filipe apela para os apóstolos, para que a venham regar. Filipe reconhecia que "há diversidade de ministério". Que algo podia ser feito com maior proveito pelos apóstolos do que por ele. Sabia ele que um membro do corpo não pode prescindir dos demais e nem exercer a função de todos. Isto evidencia a existência de um dom de Deus. A presença de um dom espiritual traz luz divina!





IV – O TRABALHO DE UM EVANGELISTA:




No ministério de Filipe temos importante modelo deste trabalho.




A didática moderna prima pelo método de ensino audiovisual. É o meio mais fácil de entender. É o que vemos no ministério de Filipe. E o que precisamos ver no ministério da Igreja em nossos dias:




Leiamos At 8.6-8 - Era o Evangelho completo. Evangelho é "nova de grande alegria". Feliz o pregador do Evangelho que pode usar este método!




No ministério de Jesus, foi a razão do que lemos: ...Varão profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e todo o povo" (Lc 24.19).





A mensagem pura do Evangelho é coisa que se ouve e a fé vem pelo ouvir, é certo; mas a operação milagrosa, os sinais, são coisas que se podem ver e não se confundem com os embustes grosseiros dos feiticeiros e mistificadores.




As publicidades exageradas podem atrair multidões e em seguida afastá-las para mais longe. O poder de Deus atrai, transforma, liberta e enche de alegria. O próprio Simão, o mágico, “...acompanhava Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados” (At 8.13).




Assim, temos a revelação clara de que o trabalho do evangelista é pregar salvação e cura divina. É proclamar o poder de Deus para libertar a alma e o corpo, sem contudo dar exagerada ênfase à cura divina, colocando-a em plano superior à salvação, sabendo também que as maravilhas reais não precisam ser propagadas. Estas características, à luz do N.T., assinalam especialmente os ministérios pioneiros como apóstolo e evangelista, embora a operação miraculosa não se limite em sua instância a estes ministérios.




Por outro lado, a respeito daqueles que foram usados por Deus com poderes miraculosos, não há a mais leve menção a qualquer publicidade das curas operadas em nome do Senhor. As multidões eram atraídas pela realidade incontestável dos sinais visíveis e palpáveis. É provável que os apóstolos, e Filipe, o evangelista, como fazem corretamente muitos servos de Deus na presente época, falassem do poder de Deus para curar a enfermidades, a fé para receber a cura divina também "vem pelo ouvir a palavra de Deus". Daí a importância da instrução ao enfermo, antes dá oração pela sua cura. Ao depois, entretanto, eram os fatos que falavam sem admitir contestação. Os agentes das publicações eram os cegos que viam, os paralíticos e coxos a transitarem pelas ruas, manifestando incontida alegria. Eram os libertos dos espíritos imundos, em estado de admirável sensatez e felicidade. Os que eram atraídos pelos milagres eram presos pela palavra. Os sinais constrangiam as multidões a atender. A pregação os fazia entender, e crer conscientemente - At 8.12.




A palavra de Deus desperta a razão. Ilumina a consciência! Produz o arrependimento. Promove a conversão. Aprofunda a convicção da verdade e comunica a natureza divina, que modifica a natureza humana, em seu aspecto tríplice: pensamento, sentimento e vontade: Os pensamentos são iluminados para entender a verdade; o sentimento é influenciado para amar a verdade e aborrecer o erro; a vontade é movida para aceitação da verdade libertadora - Jo 8.32.




A natureza da pregação de Filipe explica a razão do maravilhoso êxito do seu ministério; o seu grande tema era o nome de Jesus, tanto pra a salvação das almas, como para a cura das enfermidades, tanto em Samaria como no encontro com o etíope na estrada deserta – At 8.12, 35 - Filipe cria como Pedro, que em nenhum outro nome há salvação senão no nome de Jesus (At 4.12). Esta é a crença
do verdadeiro evangelista. É o seu tema predileto, o mais proveitoso "Jesus Cristo e este crucificado".




Jesus Cristo foi o evangelista modelo. Filipe foi grande exemplo de imitação do Mestre. Pode ser tomado como paradigma deste importante ministério.




Jesus tanto pregava às multidões como a um indivíduo. Filipe desprendeu-se da grande popularidade que já desfrutava em Samaria; deixou as multidões maravilhadas e, na direção do Espírito do Senhor, foi ao encontro de um único homem a quem evangelizou com o mesmo interesse e grande resultado para o reino de Deus. Uma tradição informa que no quarto século do Cristianismo ainda existia uma grande igreja cristã na Etiópia, como fruto do testemunho daquele homem, ganho para Cristo por Filipe, na estrada deserta.




O ardor pelo trabalho da evangelização é a característica mais notável do verdadeiro evangelista e o poder de atrair as almas para Cristo, o Salvador, a evidência deste dom. A sua operação é tão eficaz nas multidões como nos indivíduos. É uma paixão que envolve amor e sofrimento. É como disse alguém: "Os filhos são gerados no amor, mas nascem na dor”. De fato são esses os elementos que mais poderosamente determinam a decisão de rompimento definitivo com o mundo e o pecado e de aceitação de Cristo como Salvador e Senhor. Como Salvador da alma e Senhor da vida, com o direito de governá-la.




O texto de 2 Timóteo 4.5 não diz que Timóteo era evangelista, entretanto a recomendação - "...faze o trabalho de evangelista...", evidentemente nos revela que existia este dom em Timóteo, a respeito do qual o apóstolo Paulo recomenda o seguinte:




(A) - Deve Exercitar-se - l Tm 4.7 - Como se relaxam os músculos e se atrofiam as forças físicas e mentais por falta de exercício, de igual modo, a força da vocação divina, quando exercitada, com dedicação e com zelo, no poder do Espírito Santo, desenvolve-se e se torna poderosa. A divina vocação ministerial, não sendo atendida e exercitada, à semelhança do talento enterrado, se tornará improdutiva. Desgasta-se. Por isto Paulo incentiva Timóteo, dizendo: l Tm 4.15,16 -. Nenhum evangelista poderia prescindir desta regra.




(B) – Deve evitar a negligência - l Tm 4.14 - O trabalho de evangelista é indubitavelmente um trabalho pioneiro. O evangelista é, em linguagem popular, "um desbravador". Um homem negligente, comodista, nunca terá condição de fazer o trabalho de evangelista. Aquele em quem não "habita ricamente a palavra de Cristo" não terá força para proclamá-la fluente e poderosamente. O que negligencia a oração não terá poder para orar pelos enfermos. O homem natural não pode fazer um trabalho espiritual. O seu trabalho não poderá ser realizado sem esforço; o esforço que resulta de amor profundo pelas almas. Este amor que é produzido pelo Espírito de Cristo, o anima a enfrentar o desconforto da solidão, a intolerância e mesmo perseguições.




Não é esta a mesma situação dos evangelistas que fazem seu trabalho de evangelização em massa, com o apoio material, moral e espiritual das grandes igrejas. O trabalho, nestas condições, poderá ser bem mais fácil. Uma autêntica mobilização de recursos e forças poderá ser de grande proveito, desde que a propaganda ou a publicidade não coloquem o pregador no lugar que pertence a Cristo. Quando isto acontece, os resultados são sempre inferiores à propaganda e uma campanha poderá produzir mais incredulidade do que fé... Com um auditório previamente preparado, a mensagem salvadora, ungida pelo Espírito Santo, poderá ter o efeito da boal semente lançada no terreno suficientemente adubado.




(C) – Deve reavivar o dom – II Tm 2.6 – Para ter êxito permanente, o evangelista precisa ser reavivado constantemente. Para que obtenhamos vitórias frequentes e contínuas, precisamos de constantes experiências com Deus, dessas experiências renovadoras. Só aquele que está reavivado pode produzir reavivamento. Eloquência e ousadia naturais, diante de um grande auditório, podem empolgar, sem, contudo, deixar resultados positivos, reais e duradouros. O melhor pregador precisa ser renovado. O fato de haver obtido êxitos em determinados trabalhos, cem certas ocasiões, não e garantia de tê-lo sempre, em quaisquer circunstâncias.




Reavivar o dom de Deus tem sentido de fazer acender o fogo que está em brasas, debaixo das cinzas. Certo doutrinador diz: “Usa os dons e terás os dons”.





V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:




A maneira mais eficiente para desenvolver os dons ministeriais é aproveitar todas as oportunidades para usá-los, encorajadamente, animado pela fé na proteção e ajuda de Deus. Não há dúvida de que o temor ou inibição, frutos da pobreza espiritual, levam o homem a deixar debaixo das cinzas o fogo dos dons espirituais. Por isto Paulo adverte   a Timóteo: II Tm 1.7 – Sim, Deus nos tem dado o espírito de poder ou coragem e resolução; o espírito do amor de Deus, que nos coloca acima do temor do perigo; o espírito de moderação ou de quietude e serenidade, diante das ameaças.




O trabalho de evangelista exige coragem e estas virtudes o imunizam contra o medo. Tudo isto se encerra na exortação de Paulo - "Admoesto-te que reavivas o dom de Deus". As virtudes aí expostas correspondem às boas condições espirituais do evangelista e, de algum modo, de todos os crentes.




É certo que o poderoso dom de evangelista não é comum a todos os crentes; no entanto, a responsabilidade de pregar o Evangelho a toda a criatura é comum a todos os salvos, a quantos amam a Deus e a sua obra!



FONTE DE CONSULTA E PESQUISA:
Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD – Estêvam Ângelo de Souza