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26 de mar. de 2014

1º TRIMESTRE DE 2014 - LIÇÃO Nº 13 - 30/03/2014 - "O LEGADO DE MOISÉS"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL 
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ 
LIÇÃO Nº 13- DATA: 30/03/2014 
TÍTULO: “O LEGADO DE MOISÉS”
TEXTO ÁUREO – Dt 34.7
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Dt 34.10-12; Hb 11.23-29
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/








I – INTRODUÇÃO:




Hb 11.23-29 – O livro de Êxodo apresenta-nos a história de Moisés, o grande heroi de Deus. D. L. Moody disse que Moisés gastou...




(A) – 40 anos no Egito pensando que era alguém;




(B) – 40 anos em Midiã aprendendo que não era ninguém; e




(C) – 40 anos no deserto descobrindo o que Deus pode fazer por meio de um ninguém.





II – MOISÉS NO EGITO: 40 ANOS PENSANDO QUE ERA ALGUÉM:




Os planos de Deus acerca de Moisés incluíam sua passagem pelo palácio de Faraó, onde teve a oportunidade de se tornar um eloquente participante da vida real daquele país, que era o centro político, econômico e cultural do mundo, àquela época.




(1) - Ex 2.10; At 7.22 – Moisés foi viver no palácio de Faraó como “menino grande”. A Bíblia não revela a sua idade, quando de sua adoção definitiva pela filha do rei. Contudo, houve uma mudança radical no estilo de vida de Moisés. Ali, ele foi educado para ser ninguém menos que o herdeiro do trono egípcio: Tomou contato com a ciência e a literatura do País; conheceu a vida na corte de Faraó (suas festas e reuniões importantes); conheceu os cultos egípcios com seus rituais; familiarizou-se com as artes egípcias, que excediam a de muitos povos; e, para ser poderoso em palavras e obras, certamente foi preparado na oratória e na administração.




(2) – Ex 2.11 – Quando tinha cerca de 40 anos, após assumir importantes funções no palácio de Faraó (como era de se esperar de um membro da família real), Moisés passou a conhecer o seu povo. Observemos:




(2.1) – IDENTIFICAOU-SE COM SEUS IRMÃOS – Ao deixar o palácio, Moisés procurou verificar como eram tratados seus irmãos de raça. Ele viu como sofriam debaixo da servidão dura dos egípcios, enquanto ele, Moisés, que era também hebreu, regalava-se com as mordomias palacianas.




(2.2) – MOISÉS DEFENDEU UM HEBREU – Ex 2.11-12 – Ao atentar para o trabalho de seus irmãos, Moisés “viu que um varão egípcio feria um varão hebreu”. Certamente de um temperamento do tipo sanguíneo, olhou para um lado e para o outro, e, não vendo ninguém, investiu contra o agressor e o matou.




Ali estava o homem escolhido por Deus para ser o grande líder de Seu povo, cometendo um assassinato e ocultando o cadáver! Moisés pensava que usando sua própria força estaria agindo de modo correto. Entretanto, não era assim que Deus queria usá-lo; não seria por força nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor – Zc 4.6.




Essa atitude de Moisés mostra que o seu preparo intelectual, cultural, social e emocional adquiridos no Egito não lhe davam condições de equilíbrio e serenidade, tão necessárias a um líder do povo de Deus.




O descontrole emocional não aconteceu apenas com Moisés. Hoje, é comum ver-se líderes totalmente despreparados em termos emocionais para o exercício da função. Isso tem “matado” muita gente, pelo tratamento grosseiro e sem amor de certos líderes evangélicos. Tal comportamento é contrário à Palavra de Deus, que nos orienta da seguinte forma:




(A) – Considerar os outros superiores a nós mesmos – Fp 2.3;




(B) – Só fazer aos outros o que desejamos para nós – Mt 7.12; e




(C) – Não agir como por força, nem como tendo domínio – I Pe 5.2-3.




(3) – NADA FICA ENCOBERTO – Ex 2.12 – Após matar o egípcio, Moisés o ocultou na areia. No dia seguinte, pensando que tudo estava bem, percebeu que dois hebreus contendiam. Com o ânimo de apaziguar a desavença, Moisés dirigiu-se ao agressor, repreendendo-o. Foi nessa ocasião que ele constatou que seu crime não estava oculto. O hebreu, de certo com arrogância, perguntou a Moisés se estava pensando em fazer o mesmo que fizera com o egípcio no dia anterior.




Tal fato nos serve de lição, demonstrando que se nossas atitudes podem ser observadas por pessoas em nosso redor, quanto mais pelo Deus onisciente, que a tudo observa:




(A) – Deus conhece o assentar e o levantar – Sl 139.2;




(B) – Deus entende o pensamento de longe – Sl 139.3; e




(C) – Ninguém pode fugir do Espírito de Deus – Sl 139.7-10.




(4) – PERDEU A CONDIÇÃO DE FILHO DA FILHA DE FARAÓ - Ex 2.15 – Diante da descoberta do crime, Moisés foi perseguido por Faraó, que, com ira, queria mata-lo. Em face daquela circunstância, e tendo em vista a conscientização que ele tivera acerca de seu povo, de seus irmãos, do seu sofrimento e opressão, Moisés decidiu uma vez por todas abandonar o Egito.




Quanta riqueza e importância foram deixadas de lado de forma consciente. Na verdade, ser filho de Deus é mais importante do que qualquer outra condição social deste mundo. Temos uma herança muito mais importante – Sl 37.29; Is 65.9; Mt 5.5; Gl 4.7.




(5) – ESCOLHEU SER MALTRATADO COM O POVO DE DEUS – Ex 2.16; Hb 11.25 – Fugindo do Egito, Moisés passou a ser um homem procurado pela justiça do rei. Mesmo distante de seus irmãos e indo habitar na terra de Midiã, Moisés passou para o lado dos de sua raça, preferindo estar assim, a por pouco tempo ter o gozo do pecado.





III – MOISÉS EM MIDIÃ: 40 ANOS DESCOBRINDO QUE NÃO ERA NINGUÉM:




A vida trepidante do palácio fez de Moisés um temperamental. Toda cultura, as ciências e letras do Egito não foram suficientes para credenciar Moisés como um homem chamado por Deus.




Moisés precisava de outro aprendizado; então, Deus o levou Moisés para a Sua “UNIVERSIDADE DA SOLIDÃO”, localizada em Midiã. Lá Moisés teve o seu preparo completado.




(1) – CASOU-SE COM UMA CAMPONESA, E NÃO COM UMA PRINCESA – Ex 2.21 – O jovem Moisés estava sendo preparado para ter um casamento real, na corte egípcia, visto que fora criado pela filha de Faraó. Esse era o plano humano. Entretanto, Deus tinha outro plano para a vida de Moisés. Ao chegar em Midiã, foi acolhido pelo sacerdote da terra, de nome Jetro, que lhe deu sua filha Zípora por esposa. Sem dúvida alguma foi a esposa que o Senhor preparou para o futuro líder de Israel, que haveria de passar quarenta anos caminhando pelo deserto.




(2) – FOI PEREGRINO, E NÃO ENTRONIZADO – Ex 2.22;




(3) – COMO PASTOR, APRENDEU COM AS OVELHAS A TER PACIÊNCIA, HUMILDADE E SIMPLICIDADE – Ex 3.1 – No deserto, apascentando o rebanho de seu sogro, Moisés foi sendo talhado para o cumprimento da missão extremamente difícil que lhe seria confiada dentro de mais algum tempo.




Talvez Moisés pensasse que Deus o havia esquecido. Porém, quem pode sondar os passos da providência? Eis que aos oitenta anos de idade Moisés é convocado a uma sublime missão: libertar os hebreus da servidão. Após as relutâncias iniciais, dirige-se ao Egito. Lá mostra ao povo as credenciais que lhe entregara Jeová. Apresenta-se em seguida ao estulto Faraó e entrega-lhe o sucinto recado de Deus: “Deixa o meu povo ir”.





IV – MOISÉS NO DESERTO: 40 ANOS DESCOBRINDO O QUE DEUS PODE FAZER POR MEIO DE UM NINGUÉM:




Deus não chama ninguém sem que lhe dê as devidas credenciais. Estas se constituem sinais evidentes de que a pessoa chamada tem autoridade do Senhor para cumprir uma determinada missão. Isso é fator fundamental para o sucesso da ação. Sem os sinais de Deus na vida, o obreiro se torna frágil, inseguro, duvidoso, derrotado.




Deus chamou um homem que se tornara simples pastor de rebanho de seu sogro, durante décadas, para ser enviado à presença do maior governante do seu tempo, com o objetivo de lhe dizer que Jeová, o Deus Todo-Poderoso, lhe dava ordens. Mais que isso: Como Deus chamou um homem, preparando-o para liderar cerca de três milhões de pessoas, em sua saída do Império Egípcio em demanda da Terra Prometida.




(1) – CONDIÇÕES DE MOISÉS – Depois de 40 anos na “UNIVERSIDADE DA SOLIDÃO”, na calmaria do deserto de Midiã, Moisés completou o seu curso de preparação de liderança segundo a vontade de Deus.




No Egito, os animais que mais conhecera de perto foram os cavalos de Faraó. Em Midiã, conheceu muito bem as ovelhas de seu sogro e, com elas, aprendeu, certamente, muitas coisas, inclusive a paciência, a submissão, a humildade e a dependência do pastor. Outras qualificações ele já houvera adquirido no Egito, tais como comando, controle, organização, direção, etc.




A cultura egípcia já ficava um tanto para o passado. Agora, Moisés, sem o apoio político da filha de Faraó, era um homem pobre, humilde, que nem era dono sequer do rebanho que cuidava. Era um peregrino em terra estranha.




Isso mostra que Deus, quando chama alguém, procura dar-lhe preparo indispensável para o cumprimento da missão. Em nossos dias, tem ocorrido grandes decepções no ministério e, principalmente, na obra missionária, porque homens tem sido enviados sem terem o preparo exigido por Deus.




(2) – A CHAMADA PROPRIAMENTE DITA – Ex 3.10 – Temos aqui uma chamada específica para uma missão definida. Para tanto, Deus deu credenciais a Moisés.



Ex 3.11 – Ante à indagação de Moisés, o Senhor ofereceu as indicações insofismáveis de Sua chamada e autoridade dadas a Seu servo. Vejamos:



(A) – O SENHOR ERA COM ELE – Ex 3.12a – Essa foi a primeira credencial. Consciente da presença de Deus em sua vida, Moisés poderia estar seguro de que contaria com direção divina, com a orientação necessária para o êxito da missão e com o poder de Deus par agir em Seu Nome.




É por demais importante e até indispensável que aqueles que desejam trabalhar na obra do Senhor tenham certeza de que Deus está com eles. Grandes decepções e fracassos tem havido em muitas Igrejas, porque enviam pessoas para o trabalho sem que essas demonstrem ter a presença de Deus em suas vidas.




Se o Senhor não for com o obreiro, virão lutas sem vitórias, as tentações avassaladoras, a insegurança, a falta de poder, e a derrota no ministério não legitimado pelos sinais da presença de Deus.




(B) – UM SINAL PARA O FUTURO – Ex 3.12c – Deus prometeu a Moisés que, como prova de sua chamada, um dia ele haveria de retornar àquele lugar, ao monte, para servir a Deus com o povo que haveria de libertar. Sem dúvida alguma, esse é um apelo à fé do homem chamado por Deus. Não era um sinal imediato, visível a olhos humanos. Moisés não questionou esse sinal, numa prova que creu no Senhor. A razão quer ver para crer; a fé crê para ver; ela é a prova daquilo que não se vê – Hb 11.1.





V – O LEGADO DE MOISÉS:




(1) - Suportou murmurações (Ex 15:24);




(2) - Alimentou uma multidão (Ex 16:15-16);




(3) - Teve seu rosto iluminado (Ex 34:35);




(4) - Os irmãos estiveram contra ele (Nm 12:1);




(5) - Intercedeu pelo povo (Ex 32:32);




(6) - Escolheu 70 auxiliares (Nm 11:16);




(7) - Esteve a sós com Deus 40 dias em jejum (Ex 24:18);




(8) - É chamado de Servo do Senhor (Ex 14:31);




(9) – Foi fiel em toda sua casa (Nm 12:7; Hb 3:5)




(10) – Foi chamado de homem de Deus (Dt 33:1)




(11) - Profeta que não teve igual (Dt 34:10-11)




(12) Foi chamado de o escolhido de Deus (Sl 106:23)




(13) - Foi difamado e invejado pelos próprios irmãos; era humilde; tinha uma comunhão extraordinária com Deus; tinha um relacionamento íntimo com Deus; tinha um amor fraternal ao orar pelos seus difamadores e Deus atendia as suas súplicas (Nm 12:2-3, 6, 8, 13, 14)




(14) – Pronunciou palavras de encorajamento para o seu sucessor - Dt 31:1-3, 7-8, 23.




(15) – Mesmo sabendo que ia morrer, preocupou-se com o futuro do seu povo - Nm 27:12-17;




(16) - Nm 27:18-23 - Deus atendeu à oração de Moisés. O melhor tipo de líder é aquele que é escolhido por Deus.





VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS:




Nesta última lição, vimos que Moisés teve que se submeter às mais diversas aprendizagens, antes de iniciar a libertação dos hebreus. Em primeiro lugar, passou quarenta anos na corte faraônica, onde entrou em contato com a ciência do Egito. No seu entender, a cultura do Nilo era mais do que necessária para ajuda-lo no desempenho de sua tarefa. Todavia, haveria ainda de assimilar outras lições, pois os obreiros do Senhor não podem orbitar apenas em torno de teorias. Há de ter também suas próprias experiências. Por esse motivo, levou-o a divina providência a Midiã. Na companhia de Jetro, aprendeu a apreciar as agruras da vida campesina e a rudeza da gente comum. Foram mais quarenta anos de aprendizado. E, só então, foi convocado por Jeová a realizar a grande obra de libertação dos hebreus.




Como obreiros de Cristo, precisamos trilhar o mesmo caminho. Além das teorias (que são necessárias), necessitamos ingressar, de igual modo, na escola das experiências e das lágrimas. Só assim estaremos aptos a entender a dor e a agonia de nossos semelhantes. Diz o profeta Isaías que Cristo foi um Homem de dores. E, como Seus discípulos, não estamos imunes aos cardos e espinhos que juncam o ministério cristão. Portanto, soframos com Cristo para que com Ele também sejamos glorificados e, assim, deixemos um legado para as futuras gerações. Amém.


FONTES DE CONSULTA:
Estudo Panorâmico da Bíblia – Editora Vida – Henrietta C.Mears
Lições Bíblicas CPAD – 4º Trimestre de 1991 – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora e Distribuidora Candeia – R. N. Camplin e J. M. Bentes