ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 07- DATA: 16/02/2014
TÍTULO: “OS DEZ MANDAMENTOS DO SENHOR”
TEXTO ÁUREO – Rm 10.4
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ex 20.1-5, 7-10, 12-17
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
I - INTRODUÇÃO:
Os Dez Mandamentos são um
conjunto de normas espirituais, éticas e morais para o povo que Deus escolheu
para representa-Lo entre todas as nações do mundo, como Sua propriedade
peculiar, reino sacerdotal e povo santo.
II - ALGUMAS OBSERVAÇÕES
BÍBLICAS SOBRE OS DEZ MANDAMENTOS:
Os DEZ
MANDAMENTOS podem ser chamados de:
(1) - DECÁLOGO
ou DEZ PALAVRAS (Ex 34:28);
(2) -
FOGO DA LEI (Dt 33:1-2);
(3) - PALAVRA
FALADA PELOS ANJOS (Hb 2:1-2);
(4) - MINISTÉRIO
DA MORTE (II Cor 3:7);
(5) - MINISTÉRIO
DA CONDENAÇÃO (II Cor 3:9);
(6) - ORÁCULOS
VIVOS (At 7:38);
(7) - LEI
REAL (Tg 2:8);
(8) - LIVRO
DA LEI (Dt 30:10; Js 1:8);
(9) - LIVRO
DE MOISÉS (II Cr 25:4; 35:12);
(10) - LEI
DE DEUS (Lv 26:46)
(11) - Encontra-se
escrito em Ex 20:1-17 e também em Dt 5:1-21;
(12) - Foi
escrito em duas tábuas de pedras, chamadas TÁBUAS DO PACTO e TÁBUAS DO
TESTEMUNHO (Dt 9:9-11; Ex 25:16);
(13) - Foram
proferidos por Deus - Ex 20:1; Dt 5:4, 22;
(14) - Foram
escritos por Deus - Ex 32:16; 34:1, 28; Dt 4:13; 10:4;
(15) - Houve
terror no povo de Israel quando do recebimento do Decálogo - Ex 19:16-19;
20:18-20; Dt 5:5, 23-25.
(16) - Todos
os judeus deviam:
(16.1)
- CONHECÊ-LOS (Ex 18:16);
(16.2)
- OBSERVÁ-LOS (Dt 4:6; 6:1-2);
(16.3)
- ENTESOURÁ-LOS NOS CORAÇÕES (Dt 6:6; 11:18);
(16.4)
- RELEMBRÁ-LOS (Ml 4:4);
(16.5)
- ENSINÁ-LOS A SEUS FILHOS (Dt 6:7; 11:19);
(17) - Os
reis tinham que copiá-los e estudá-los - Dt 17:18-19;
(18) - Os
bons reis puseram os Dez Mandamentos em vigor (II Rs 23:24-25; II Cr 31:21);
(19) - Os
sacerdotes e levitas tinham de ensiná-los (Dt 33:8-10; Ne 8:7; Ml 2:7);
(20) - Os
escribas eram hábeis nos Dez Mandamentos e expunha-os (Ed 7:6; Mt 23:1-2);
(21) - Os
jovens eram instruídos na Lei, na instrução pública (Lc 2:46; At 22:1-3);
(22) - Os
que ignoravam os Dez Mandamentos eram reputados malditos (Jo 7:49)
III - ANÁLISE DOS DEZ
MANDAMENTOS:
(1) – O PRIMEIRO
MANDAMENTO – “Deus ou ídolo” - Ex 20.2-3 - A palavra “deuses” (Eloim ou Elohim),
é um termo genérico para divindade, bem como um nome próprio do verdadeiro
Deus, revelando-O como o Supremo Criador de todas as coisas visíveis e
invisíveis. Esse termo era, originalmente, um simples apelativo para designar
TODOS OS DEUSES e DEUSAS. É usado para:
(A) - Deuses pagãos - Gn
31:30; Ex 12:12;
(B) - Anjos - Sl 8:5;
(C) - Homens - Sl 82:6; e
(D) - Juízes - Ex 21:6.
É uma expressão utilizada
mais frequentemente como designação do verdadeiro Deus. Contudo, os judeus
consagraram este nome como SUBSTANTIVO DO NOME INFALÍVEL DE JEOVÁ. Os judeus,
então, o entendiam de duas formas:
(1º) - Para salientar que
o Senhor era o Deus por excelência e que o Criador era o Supremo de todo o
Universo; e
(2º) - Este nome indicava
que, apesar de Ser Uno, contudo, havia outras manifestações pluralizadas que
indicavam os demais membros da Santíssima Trindade, na Divindade. Seu sentido básico é: FORTE, LÍDER PODEROSO,
DEIDADE SUPREMA.
No Primeiro Mandamento, Deus
requer adoração exclusiva. Além disso, estabelece várias verdades fundamentais,
como segue:
(A) - AFIRMA A EXISTÊNCIA
DE UM SÓ DEUS, VIVO E VERDADEIRO - Todos os povos ao redor de Israel tinham
seus deuses, entidades imaginárias representadas por ídolos. Jeová, entretanto,
revelou-se ao Seu povo falando-lhe e manifestando Seu poder por meio de várias
maravilhas que operou no Egito, na travessia do Mar Vermelho e na peregrinação
até o Monte Horebe.
(B) - REVELA A
PERSONALIDADE DE DEUS - Ele se revelou como uma pessoa; um ser que pensa, ouve,
decide e atua segundo um propósito predeterminado. Jeová não é uma idéia, nem
uma concepção filosófica dos homens, nem uma força cega operante na natureza,
porém é uma pessoa.
(C) - NEGA O POLITEÍSMO -
Não há outros deuses. O que existe na mente dos povos, tomando o lugar do único
e verdadeiro Deus nos seus cultos, são criações da imaginação humana em seu
afastamento do Senhor.
Mt 22:37 - Esse é o maior
mandamento que apela ao nosso coração, à nossa alma, ao nosso entendimento, a
todo o nosso ser. Deus não quer dividir nosso coração com nada nem com ninguém.
Essa
verdade foi lembrada ao povo de Israel, que vivia em meio aos gentios com
muitos ídolos - Dt 6:4
Aquele
que rejeita o verdadeiro Deus da Bíblia, com toda certeza tem um ídolo: o
dinheiro; o marido; a esposa; o filho; o amigo; o orientador espiritual; o
animal de estimação; a superstição; a adivinhação; o horóscopo; os obscuros
métodos de curar (I Jo 5:21)
A
finalidade do primeiro mandamento não é apenas levar os homens a reconhecerem
Deus como único; é, também, e principalmente isso, levar Seus servos a manterem
com Ele um relacionamento em que a adoração e o serviço não se façam à base do
medo, mas do amor (Dt 6:4-5 cf Mt 22:38).
(2) – O
SEGUNDO MANDAMENTO – “Adoração de Deus em espírito” – Ex 20.4-6 - Deus agora
fala da verdadeira adoração ao verdadeiro Deus.
Adoração
significa “Bendizer a Deus por causa da Sua grandeza e glória, louvá-Lo por Sua
ação maravilhosa na história da humanidade e agradecer-Lhe pela Sua revelação a
nós” - Jo 4:24 cf Apc 4:11; 5:12 - Aquele que quer tornar Deus visível, não tem
mais o verdadeiro Deus invisível, mas produziu um ídolo para si.
O
Segundo Mandamento proíbe duas coisas:
(A) - Fazer
imagens com fim de adoração; e
(B) - Existindo
imagens previamente feitas por alguém, prostrar-se diante delas.
Este
Segundo Mandamento é tão importante, porque os efeitos da adoração psíquica, ou
mesmo de costumes pagãos na adoração continuam agindo como opressão até a
terceira e quarta geração. Temos grande responsabilidade pela geração vindoura!
Também,
este Segundo Mandamento mostra que a verdadeira adoração em espírito tem efeito
como bênção de Deus, que se transmite a filhos e netos!
A
visitação de Deus à iniqüidade dos pais nos filhos, no tocante à quebra do
segundo mandamento, não significa nenhuma injustiça de Deus. A constituição do
ser humano é de tal natureza que os filhos e netos dos homens ímpios entram na
vida em desvantagem. A
responsabilidade do pecado é sempre individual e intransferível, mas a
influência da maldade dos pais sobre os filhos é uma realidade. Ao fazer tal
advertência, Deus só quis chamar a atenção dos pais para a sua extrema
responsabilidade, mostrando-lhes que sua infidelidade a Deus traria consequências
danosas para seus filhos e netos, incentivando-os, destarte, a obedecerem.
(3) – O
TERCEIRO MANDAMENTO – “O nome de Deus
é santo” – Ex 20.7 - Para entender o Terceiro Mandamento é necessário o
conhecimento do significado das expressões “NOME”, “TOMAR” e “EM VÃO”:
(A) - “NOME”
- No pensamento hebraico, liga-se intimamente à pessoa; umas vezes indica o seu
caráter; outras, a posição que ocupa. O nome do Senhor é, pois, um nome
maravilhoso, cheio de mistério, santo e reverendo, glorioso e terrível, cuja
glória foi revelada por Moisés, pelos profetas e, finalmente, em Cristo, pelos
discípulos.
(B) – “TOMAR”
- É pronunciar, expressar, usar ou aplicar a algum interesse.
(C) –
“EM VÃO” - Significa falsidade, afirmação falsa, vaidade, presunção, coisa vã,
oca, fútil, impostura.
Assim,
o Terceiro Mandamento pode proibir tanto o juramento leviano, fútil, quanto
simplesmente o falso juramento.
Tomar o
nome de Deus em vão é usá-lo, pronunciá-lo em conversas frívolas, em juramentos
tolos, feitos sobre assuntos comuns da vida. Pessoas de caráter não confiável
sempre sentem necessidade de invocar o nome de Deus para dar credibilidade às
suas palavras.
É
também associar o nome de Deus a piadas, a frivolidades desrespeitosas.
Finalmente,
é associar o nome de Deus a atitudes e posições assumidas, a empreendimentos
encetados, buscando a aceitação das outras pessoas.
Falsos
mestres, mistificadores, inventores de prodígios de mentira, religiosos que
buscam fenômenos sobrenaturais para aliciar pessoas e ganhar dinheiro, sempre
alegam agir por vontade de Deus e por terem recebido revelação ou ordem
expressa. Tudo isso é abusar do nome de Deus; é tomar o nome de Deus em vão.
É um
triste sinal de afastamento de Deus, que em nosso tempo a invocação leviana do
nome de Deus não é mais nem considerada pecado. Tornou-se mesmo costume
generalizado desonrar o nome de Deus através do praguejar leviano. Isso tem
graves consequências, pois justamente ao Terceiro Mandamento Deus acrescentou
uma séria palavra: “O SENHOR NÃO TERÁ POR INOCENTE O QUE TOMAR O SEU NOME EM
VÃO”.
Por que
o nome de Deus é santo?
(A) - Porque
é a expressão do caráter de Deus; nele há uma revelação de Deus. (Sl 8:1 cf Ez
36:23; Sl 105:3; 111:9; Ml 1:14; Mt 6:9).
(B) - Porque
se encontra nele um grandioso poder transmissor de bênção - Nm 6:27 cf Sl 129:8
- Abençoar significa, portanto, por o nome de Deus como abrigo sobre alguém de
maneira que fique guardado sob esse nome, como sob um forte escudo - Sl 20:1-2;
124:8.
(C) - Porque
nele há redenção - Sl 20:7 cf I Sm 17:45 cf At 4:12 cf Fp 2:9-11
Do
ponto de vista divino de observação, o nome de Deus é o nome por excelência (Zc
14:9), a ponto de, por temor religioso, Deus só pode ser chamado simplesmente:
(A) - O
NOME (Lv 24:11; II Sm 6:2);
(B) - NOME
SANTO (Lv 20:3; Sl 103:1; Ez 20:39; Lc 1:49);
(C) - NOME
GLORIOSO (Dt 28:58; Ne 9:5; Sl 72:19; Jo 12:28);
(D) - NOME
GRANDE (I Rs 8:42; Sl 76:1; Jr 44:26);
(E) - NOME
HONRADO (Dt 28:58);
(F) - NOME
EMINENTE (Sl 148:13);
(G) - NOME
TEMÍVEL (Sl 99:9 cf Ml 2:5; cf Dt 28:10; Sl 102:16);
(H) - NOME
PODEROSO (Pv 18:10; Sl 71:19);
(I) - NOME
ETERNO (Sl 72:17; Is 63:12);
(J) - NOME
MARAVILHOSO (Sl 40:5; Jz 13:18);
(K) - É
UM NOME QUE ESTÁ PERTO (Sl 75:1)
(L) – É
um nome que é sobre todos os nomes – Fp 2.9-11
Peçamos
ao Senhor que Ele nos dê o temor, o santo respeito pelo Deus Santo, para que
santifiquemos e glorifiquemos o Seu nome em nossa vida (Sl 86:11)
(4) – O
QUARTO MANDAMENTO – “A ordem de Deus na vida do homem” – Ex 20.8-11 - Deus fala
ao homem como Criador e Soberano, determinando o seu tempo de trabalho e de
descanso. O trabalho é um dom de Deus e isso só é percebido quando se está
doente ou velho e não se pode mais trabalhar. Logo, uma vida sem trabalho, sem
ativação das forças do corpo e da alma que Deus nos deu, é contra a vontade do
Senhor e rebelião contra Ele (Gn 3:19 cf II Ts 3:10)
A
palavra SÁBADO é tradução do hebraico SHABAT ou SHABBAT e do grego SÁBATON e
significa DESCANSO; CESSAR. Deus instituiu um dia de descanso, de cessação do
trabalho em cada período de sete dias.
O
Senhor justifica essa distinção com o fato dEle mesmo ter feito os céus e a
terra em seis dias, descansando no sétimo
(Gn 2:1-3). O descanso de Deus é a expressão da Sua obra acabada. Por isso,
Deus abençoou o sétimo dia e o santificou. O sétimo dia é, portanto, o grande
dia da criação acabada, o dia de descanso do Criador, o dia do Seu louvor e de
Sua glória.
Além de
ser um memorial da criação, o descanso é uma necessidade à vida humana, para
restauração de forças, para o equilíbrio emocional, para a prestação de culto a
Deus e para a aprendizagem de Sua palavra. É, finalmente, um símbolo profético
do repouso final que o povo de Deus alcançará na cidade celestial (Hb 4)
No Novo Concerto, sob o qual estamos, não existe
mandamento para guardar o sábado, embora encontremos todos os outros nove
mandamentos. Observemos o quadro abaixo:
1º Mandamento - NÃO TERÁS
OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM - Ex 20:2-3
|
No N.T. - I Cor 8:4-6; At
17:23-31; I Cor 10:7, 14
|
2º Mandamento - NÃO FARÁS
PARA TI IMAGEM DE ESCULTURA - Ex
20:5-6
|
No N.T. - I Jo 5:21; Jo
4:23-24
|
3º Mandamento - NÃO TOMARÁS
O NOME DO SENHOR TEU DEUS EM VÃO - Ex 20:7
|
No N.T. - Tg 5:12; Mt 5:34,
37
|
4º Mandamento - LEMBRA-TE
DO DIA DE SÁBADO PARA O SANTIFICAR - Ex 8-11
|
No N.T. - ???? - ESTE É O
ÚNICO MANDAMENTO QUE NÃO SE ENCONTRA REPETIDO NO NOVO CONCERTO. NÃO
ENCONTRAMOS NENHUM ENSINO DE JESUS OU DOS APÓSTOLOS PARA SANTIFICARMOS O DIA
SÉTIMO MAIS DO QUE QUALQUER OUTRO
|
5º Mandamento - HONRA A TEU
PAI E A TUA MÃE - Ex 20:12
|
No N.T. - Ef 6:1-4 - ESTE
MANDAMENTO FOI AMPLIADO, POIS INCLUI A RESPONSABILIDADE DE OS PAIS
DISCIPLINAREM OS PRÓPRIOS FILHOS
|
6º Mandamento - NÃO MATARÁS
- Ex 20:13
|
No N.T. - Rm 13:9; Mt 5:22;
I Jo 3:15 - JESUS INTERPRETA QUE ODIAR EQUIVALE A MATAR
|
7º Mandamento - NÃO
ADULTERARÁS - Ex 20:14
|
No N.T. - I Cor 6:9-10; Mt 5:27-28 - JESUS AMPLIA ESTE
MANDAMENTO PARA INCLUIR O DESEJO DO CORAÇÃO
|
8º Mandamento - NÃO
FURTARÁS - Ex 20:15
|
No N.T. - Ef 4:28
|
9º Mandamento - NÃO DIRÁS
FALSO TESTEMUNHO CONTRA O TEU PRÓXIMO - Ex 20:16
|
No N.T. - Cl 3:9; Tg 4:11;
Ef 4:25 - É UMA ADVERTÊNCIA CONTRA O
PECADO DE PERJÚRIO
|
10º Mandamento - NÃO
COBIÇARÁS - Ex 20:17
|
No N.T. - Ef 5:3, 5; Lc
12:15, 21
|
(1) - Jesus Cristo nunca
ordenou a ninguém que guardasse o sábado - Jo 5:16-18
(2) - Os grandes
acontecimentos do Cristianismo não se deram no sábado, mas no domingo - Mt
28:1-10; Mc 16:9-11; Lc 24:13-35; Jo 20:1, 11, 19, 26; (Lv 23:16 cf At 2:1-13);
At 2:14, 41; Apc 1:10.
(3) - A Igreja primitiva
guardava o domingo e não o sábado - At 26:6-7; I Cor 16:1-2.
(4) - O apóstolo Paulo
diz que não devemos julgar alguém que não guarda o sábado, porque todos os dias
são iguais - Rm 14:4-6; Cl 2:16-17.
(5) - Os judeus
invalidaram o sentido e a finalidade do sábado com os seus preceitos, com o seu
fanatismo, chegando a perpetrar maldades e violências inomináveis a pretexto de
fidelidade a Deus. O Senhor Jesus fez diversas curas nos sábados e quebrou as
tradições com as quais os judeus haviam invalidado o sábado; ensinou,
finalmente, que o sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa
do sábado (Mc 2:27).
(6) - O descanso dos
cristãos passou a ser celebrado no primeiro dia da semana. O Quarto Mandamento
não diz que O DESCANSO deve ser observado no sétimo dia da semana, e, sim, no
sétimo dia, depois de se trabalhar seis. A razão desse deslocamento é que o
Senhor Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana (Jo 20:1-10); apareceu aos
discípulos no dia da ressurreição e pela segunda vez uma semana depois,
novamente no primeiro dia da semana (Jo 20:19); além disso, os crentes
primitivos reuniam-se para o culto no primeiro dia da semana (At 20:7), e as
Igrejas da Galácia e de Corinto deviam recolher as ofertas para os crentes
pobres da Judéia no primeiro dia da semana (I Cor 16:1-2). Esse deslocamento se
fez em virtude da ênfase que os discípulos deram à comemoração da ressurreição
do Senhor. Os crentes continuam a guardar, portanto, o quarto mandamento em sua
essência, significado e finalidade.
(5) – O QUINTO MANDAMENTO
– “Honrar pai e mãe” – Ex 20.12 - HONRAR significar CONSIDERAR, DEMONSTRAR
RESPEITO NA MENTALIDADE, EM PALAVRAS E AÇÕES.
Em Lv 9:13 este
mandamento é referido como o dever que os filhos têm de temerem aos pais; em Ef
6:12 Paulo refere-se ao mandamento para exortar os filhos a serem obedientes.
Um homem está obrigado a honrar seus pais como honra a Deus.
A
partir deste Quinto Mandamento Deus aponta para o nosso ambiente, para as
pessoas com as quais vivemos.
Um
único homem pode tornar-se uma bênção ou uma maldição na sua família ou na
sociedade. Assim, do Quinto ao Décimo Mandamento são a base para qualquer
legislação popular saudável. Onde esses Mandamentos são cumpridos, um povo pode
prosperar; onde eles são desprezados ou alterados, o homem destrói a sociedade.
Jesus
Cristo transformou o cumprimento dos Dez Mandamentos num assunto do coração.
Ele diz que todos os mandamentos podem ser resumidos em dois mandamentos
principais (Mt 22:37-40). O apóstolo Paulo resume todos os Dez Mandamentos em
Um (Rm 13:10) - O amor é, num tempo como hoje, uma poderosa força na vida
humana. Porém, o materialismo do nosso tempo empurrou o amor para o canto:
falta amor entre os parentes próximos, entre empregados e subordinados, entre
irmãos em
Cristo... Entretanto , os Mandamentos de Deus que se referem à
convivência dos homens, começam na família e mostram aos filhos a posição
correta diante dos pais.
A
posição dos pais na família é santificada por Deus. Deus mesmo lhes deu uma
alta autoridade: os pais estão diretamente abaixo de Deus e o representam na
família! Com isso, o Senhor impõe em primeiro lugar uma grande responsabilidade
sobre os pais e educadores. Eles estão obrigados a exigir completa obediência
dos filhos. Por isso, Deus ordena a todo homem: “Honra a teu pai e a tua mãe”.
Mas
todos nós sabemos do grande problema nas famílias de hoje e também nas escolas:
A obediência incondicional da criança foi abolida; o homem hoje quer saber tudo
e melhor que Deus; ele quer que a criança desenvolva bem naturalmente, sem
qualquer coação de leis. A natureza do homem, entretanto, é má desde a sua
mocidade. Já na idade infantil domina o pecado e o vício, na juventude a
imoralidade e o crime assumem formas que nos assustam e espantam.
Esse
mandamento não tem limite de idade; os filhos adultos não são dispensados desse
Quinto Mandamento. Ele se aplica a todo aquele que ainda tem um pai ou uma mãe.
(Pv 1:8; 30:17; Cl 3:20).
O
Senhor Jesus acusou os fariseus de invalidar este mandamento apelando para o
voto de CORBÃ (Mc 7:9-13).
CORBÃ é
um voto que consistia do seguinte: As pessoas declaravam que tudo quanto
possuíam estava dedicado ao Senhor; assim, eram consideradas livres da
responsabilidade de sustentar seus pais com os seus bens. Nesse episódio, o
sentido do Quinto Mandamento é o dever de amparar os pais.
Em
resumo, o Quinto Mandamento estabelece obrigação dos filhos temerem aos seus
pais, obedecerem a eles e lhes prestarem assistência material
O
apóstolo Paulo referindo-se à promessa contida no Quinto Mandamento, aplicou-a
aos jovens cristãos, dizendo que o cumprimento desse mandamento lhes
prolongaria a vida (Ef 6:1-3)
Com
base na autoridade de Jesus Cristo, temos que firmar-nos incondicionalmente no
Quinto Mandamento: Mt 7:11-13 cf Lc 4:51; Jo 19:25-27 cf Gn 43:7, 26-31;
45:1-3, 9-14, 21-23; 46:1, 28-34; 47:1, 7, 11-12; 49:32; 50:17, 10; I Rs 2:19
(6) – O
SEXTO MANDAMENTO – “A vida pertence a Deus” – Ex 20.13 - Deus é o Criador e,
por isso, o Senhor de toda a vida (Jo 5:26). Cada vida é preciosa para Deus, a
vida do homem mais importante como a do menos importante, do saudável como a do
doente, do talentoso como a do débil (Jó 14:1-5).
A palavra hebraica que
foi traduzida por MATAR é RASAH, que normalmente indica o assassinato violento
de um inimigo pessoal.
No entendimento de Moisés
e do povo de Israel de seu tempo, este mandamento significava uma proibição
geral, EXCLUINDO a morte acidental, a causada em legítima defesa e a morte em
guerra defensiva; caso contrário, não teria o próprio Senhor incluído na lei,
logo a seguir aos Dez Mandamentos, a pena de morte para vários casos (Ex
21:12).
O Sexto Mandamento,
portanto, não atinge, em proibição, nem a pena de morte, nem a legítima defesa,
nem a morte na guerra defensiva e nem a morte acidental. Ele proíbe o
assassinato. Do contrário, a aplicação da pena capital, bem como a morte de um
inimigo em guerra defensiva seriam contrários à lei.
O Sexto Mandamento é a
expressão divina do respeito à vida humana. Deus castigou severamente Caim
porque ele assassinara seu irmão Abel; destruiu a humanidade pelo dilúvio
porque a terra havia se enchido de violência; e proibiu o derramamento de
sangue no pacto que fez com Noé logo após o dilúvio, tendo instituído a pena
capital (pena de morte) para quem quebrasse a proibição (Gn 6:13; 9:6). Neste
caso, o Senhor acrescentou a razão da proibição. O Objetivo da lei de Deus, no
Sexto Mandamento, é a preservação da vida e, mais do que isso, da honra à vida.
Desprezá-la constitui-se em desprezar o próprio Deus.
Jesus
colocou para nós o Sexto Mandamento na clara luz da Sua verdade penetrante (Mt
5:21-22 cf I Jo 3:15) - Ira e assassinato são a mesma coisa diante de Deus: uma
é a raiz, outro é o fruto. Assim, Jesus revelou que o crime de morte é apenas a
exteriorização do pecado básico e mais amplo, que consiste em total desprezo e
ódio que uma pessoa mantenha em seu coração contra o próximo. Desprezar um
semelhante a ponto de julgá-lo e desejar sua morte, considerar alguém
desprezível, não merecedor de viver, já é, no coração do homem, a quebra do
Sexto Mandamento.
(7) – O
SÉTIMO MANDAMENTO – “O matrimônio está protegido” – Ex 20.14 - A mais sagrada
área de convivência do homem é o matrimônio. Por isso, Deus protege o casamento
no Sétimo Mandamento. Ele rejeita qualquer intruso e diz com máxima autoridade:
NÃO ADULTERARÁS.
Adulterar
é violar a fidelidade conjugal, mantendo relação sexual com outra pessoa, que
não o cônjuge. O mandamento de Deus abrange tanto o homem como a mulher (Lv
20:10)
A
Bíblia nos esclarece que o matrimônio é uma santa ordem de Deus e não uma
instituição humana arbitrária, que muda em épocas e países diferentes, e assim
tem um significado individual para cada pessoa.
Gn
1:27; 2:24 - O matrimônio que Deus instituiu é, portanto, a exclusiva união de
um homem e uma mulher, que estão ligados por toda a vida, porque tornaram-se
uma só carne. No princípio da humanidade, portanto, está a monogamia; ela é o
matrimônio perfeito segundo a vontade de Deus. A poligamia é uma conseqüência
do pecado na decadência da humanidade. Quanto mais o homem se afasta de Deus e
de Sua vontade, tanto mais profundamente o pecado se mostra justamente na área
do relacionamento com o sexo oposto.
O
Sétimo Mandamento protege a família, a procriação ordenada e ética, e a honra
com que marido e mulher se devem considerar; protege a santidade do matrimônio,
do amor e da vida.
Mt 5.27-30
- O Senhor Jesus aprofundou e ampliou o sentido do Sétimo Mandamento. Longe de
anular este mandamento, Cristo o intensificou, incluindo como adultério muito
do que não é apenas tolerado, mas justificado por nossa sociedade permissiva.
Semelhantemente, Ele incluiu os pensamentos maldosos na proibição de adultério.
(8) – O OITAVO MANDAMENTO
– “A personalidade é propriedade privada” – Ex 20.15 - Deus nos dá o que
precisamos para viver, e também em tempos difíceis podemos experimentar Seu
auxílio. Também devemos estar dispostos a deixar que Deus tenha acesso à nossa
vida pessoal, apresentar-Lhe nossas perguntas e problemas, buscar e fazer Sua
vontade em todas as decisões. Se nossa vida diária transformar-se numa
convivência pessoal com Deus, então deixaremos de ter a aflitiva preocupação
pelo pão de cada dia. Não nos sustentamos mais a nós mesmos, mas reconhecemos
que, pela fé em Jesus
Cristo , Deus se tornou nosso Pai que cuida dos Seus filhos
também nas coisas bem práticas - Mt 6:25-26 -
Isso certamente não significa que não precisamos trabalhar ou que
devemos esperar ou mendigar de homens o necessário para a vida. Não, certamente
não. Mas significa que o Senhor vai abençoar-nos em nosso trabalho e que
podemos aceitar tudo que temos da Sua mão, como um presente Seu.
Existem
formas muito diferentes de furtar, caminhos diferentes e indiretos para
apropriar-se de bens alheios através do logro ou para alcançar vantagens
ilegais de recursos públicos. Tudo isso é furto, proibido por Deus. Se
observássemos e cumpríssemos corretamente as orientações que nos são dadas na
Bíblia sobre o trabalho e salário, muitas questões sociais estariam
solucionadas e deixaria de haver também muita oportunidade de insatisfação e de
roubo (Lc 10:7 cf Tg 5:4-6)
Não
furtar é o dever da honestidade no relacionamento do homem com as coisas e na
convivência com as outras pessoas e com as instituições. O valor que Deus
preserva com o Oitavo Mandamento é o direito que o homem tem de possuir como
seu, para si e seus dependentes, os bens adquiridos lícita e honradamente com o
esforço de seu trabalho. O Oitavo Mandamento é, portanto, um mandamento que
preserva o direito de propriedade e exalta o valor moral do trabalho, ao mesmo
tempo em que estabelece um elevado padrão de justiça nas relações humanas, na
esfera da propriedade de bens. O bem que o homem adquire pelo trabalho, seja
físico ou intelectual, representa aplicação de parte de sua própria vida. Por
isso mesmo é ilícita e pecaminosa a aquisição pelo furto de qualquer bem que a
outrem pertença.
A
apropriação de bens pertencentes a outrem recebe várias designações nos códigos
modernos, conforme certos aspectos peculiares, como roubo, apropriação
indébita, enriquecimento ilícito, chantagem, seqüestro, peculato, sonegação,
etc. Entretanto, a essência de todos esses delitos é uma só, consubstanciada no
Oitavo Mandamento: a atitude de ganância em
relação aos bens e o desprezo aos semelhantes.
(9) – O NONO MANDAMENTO –
“O efeito da palavra mentirosa” – Ex 20.16 - O falso testemunho é uma forma de
expressão da mentira. Deus repudia toda manifestação de falsidade, porque Ele é
a verdade. Em Sua natureza e em Seu caráter não há nenhum engano (Tt 1:1-2)
O Nono
Mandamento proíbe o falso testemunho, a afirmação mentirosa, não apenas diante
de uma corte de justiça, mas no intercurso comum da vida, pela qual a vida ou o
caráter de uma pessoa corra risco, seus interesses sejam afetados, ou seus
sentimentos envolvidos.
Mt
12:36 - É grave dizer algo injusto.
Muitos que pensam poder subsistir diante da Lei de Deus porque não mataram, nem
roubaram, nem adulteraram, têm que se calar quando Deus os lembra das suas
próprias palavras que falaram. Devemos tomar cuidado para não darmos um falso
testemunho contra uma pessoa em juízo, sabendo que isso é passível de pena,
principalmente se testemunhamos sob juramento - Mt 7:1-5 cf
Rm 14:4.
(10) – O DÉCIMO MANDAMENTO – “O que importa é o coração”
– Ex 20.17 - A palavra
hebraica traduzida por COBIÇAR é HAMAD que significa querer algo que pertence a
outro: sua casa, sua mulher, seu servo, seus bens, seu automóvel e sua posição.
Em si próprio, é um termo neutro; Ele só exprime pecado quando a intenção
íntima da pessoa se dirige ao que não pode ser desejado, porque já pertence a
outra pessoa. Assim, a ideia básica para a palavra COBIÇAR É POR O CORAÇÃO
SOBRE ALGUMA COISA.
O
Décimo Mandamento proíbe um sentimento, uma atitude e um ímpeto do coração, que
é a raiz da quebra de todos os demais mandamentos. O apóstolo Paulo declarou
que a cobiça era a causa de todos os seus pecados (Rm 7:7-8)
Deus
conhece a todos nós. Ele não somente vê nossas ações. Ele é testemunha das
nossas palavras, Ele conhece cada pensamento, cada desejo do nosso coração,
todos os sentimentos que nos ocupam e todos os anseios da nossa alma! Ninguém
pode esconder-se dEle. Isso é uma poderosa interferência de Deus em nossa vida
bem pessoal, naquela área que está oculta aos olhos dos homens, e que tanto
gostaríamos de resguardar para nós.
Mt
15:19 - Primeiro os Mandamentos de Deus são transgredidos no coração antes que
aconteça a ação. O coração é o palco da luta, no coração acontece a decisão e
lá é dada à mão a ordem para agir.
No
Décimo Mandamento a Palavra de Deus ilumina nosso coração, que é a sede de
governo, donde é dirigida toda a vida. Coisas boas e más procedem do coração.
Assim, a raiz mais profunda de todos os pecados em pensamentos, palavras e
ações é a cobiça do coração. O desejo de possuir algo que o outro tem, leva ao
roubo, ao adultério, e ao assassínio. (Tg 1:14-15).
A
cobiça produz a inveja e da inveja procede o ciúme, que busca meios e caminhos
para conseguir o desejado. Mas o ciúme é como um veneno, que contamina a
atmosfera, e como uma faca que corta as relações entre os homens. No fundo,
porém, essa cobiça é um pecado contra Deus. Aquele que deseja o que pertence a
outro, não está satisfeito com o que tem; é ingrato a Deus, que a cada um deu o
que é Seu (Hb 13:5).
IV -
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Examinemos
nosso modelo de comportamento à luz dos Mandamentos de Deus. Encontrando algum
mal, arrependamo-nos, confessemos e firmemos o propósito de não pecarmos mais.
Endireitemos nossas veredas, pois, se formos vigilantes em oração e andarmos
com inteligência no caminho reto, glorificaremos o nome de Deus, andando conforme
a Sua vontade (Sl 101:2).
FONTES DE
CONSULTA:
1)
Conciso Dicionário Bíblico - Imprensa Bíblia Brasileira
2)
A Bíblia Vida Nova
3)
O Significado dos Dez Mandamentos Para o Homem de Hoje - Obra
Missionária Chamada da Meia-Noite - Gertrud Wasserzug
4)
Quem É Deus - CPAD - Severino Pedro da Silva
5)
O Deus Vivo e Verdadeiro - CPAD - Geziel Gomes
6)
A Bíblia Livro por Livro - Volume 4 - Êxodo II - JUERP - Delcyr de
Souza Lima