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12 de ago. de 2014

3º TRIMESTRE DE 2014 - LIÇÃO Nº 07 - 17.08.2014 - "A FÉ SE MANIFESTA EM OBRAS"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL 
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ 
LIÇÃO Nº 07 - DATA: 17/08/2014 
TÍTULO: “A FÉ SE MANIFESTA EM OBRAS”
TEXTO ÁUREO – Mt 5.16
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Tg 2.14-26
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/






I - INTRODUÇÃO




Há quem veja, nas Escrituras, um provável conflito entre os escritos de Paulo e os de Tiago, com relação à justificação - se somente pela fé ou também pelas obras. Como veremos no estudo desta lição, a Bíblia não tem discrepâncias. As possíveis divergências são aparentes, e se desfazem sob o estudo cuidadoso dos textos.





II - CONCEITOS DE FÉ E OBRAS:




(1) - A fé - A palavra fé ocorre 244 vezes no Novo Testamento. Pode ser vista com diversos significados:




(1.1) - Fé comum aos que creem (Mc 16.17-18);




(1.2) – Fé como fruto do Espírito (Gl 5.22);




(1.3) – Fé como dom, outorgada pelo Espírito Santo (I Cor 12.9a).




(1.4) – Fé como meio para salvação (também denominada: Fé savífica), conforme Rm 5.1, que é o sentido pelo qual o termo é estudado na epístola de Tiago.





(2) – As obras – No sentido comum, as obras são realizações, execuções, ações, procedimentos, atuações humanas.




No sentido bíblico, temos acepções como:




(2.1) – As obras de Deus, que indicam aquilo que foi e continua sendo feito por Deus – Jo 1.3; 5.17; Cl 1.16; Hb 1.2.




(2.2) – Obras da carne – Gl 5.19-21.




(2.3) – Obras da Lei, as quais, no sentido da lição em estudo, tratam-se de obras humanas como meio de salvação, como práticas religiosas, orações, penitências, sacrifícios, flagelações, privações, enclausuramento, filantropia, doações, etc.





III – O RELACIONAMENTO ENTRE A FÉ E AS OBRAS:




(1) - No Antigo Testamento – Na velha aliança, as obras exteriores tinham um valor fundamental.




(1.1) – O tropeço na lei – Tiago diz que “qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos" (Tg 2.10).




(1.2) – Os sacrifícios - O livro de levítico dá-nos uma ideia de como Jeová queria que Seu povo se relacionasse com Ele. Deus exigia santidade do Seu povo (Lv 20.26). Por isso, dele eram exigidos sacrifícios os mais diversos, os quais eram obras que apontavam para Cristo, como “sombra dos bens futuros” – Hb 10.1




(2) – No Novo Testamento – Para entendermos melhor o assunto, precisamos lembrar que a justificação não é element isolado na salvação. Ela se integra com a regeneração,  a santificação e, no future, à glorificação.




(2.1) – A abordagem de Paulo:




(A) – Paulo não aceita o valor das obras da lei para justificação do homem. Em Rm 4.1-5, ele diz que mesmo Abraão foi justificado pela fé, sendo-lhe isso imputado como justiça – Gl 3.7-8.




(B) – O desvalor das obras da lei – O apóstolo Paulo, considerando que todos estão debaixo do pecado (Rm 3.9), ressalta que não há quem faça o bem – Rm 3.12, 20).




(C) – A maldição da lei - Paulo afirma claramente que, quanto à salvação pela fé em Cristo, "aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição" (Gl 3.10a), visto que a lei considera maldito todos os que não permanecem "em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las" – II Cor 3.6.




(D) – A lei serviu de aio - O apóstolo diz que a lei serviu para "nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados" (Gl 3.24), e conclui: "Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio" (Gl 3.25).




(E) - A justificação é somente pela fé - A Palavra afirma ainda como doutrina que "o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo", "para sermos justificados pela fé de Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada" - Gl 2.16 cf  Gl 5.3,4 e Rm 5.1.





(2.2) - A abordagem de Tiago.




(A) - A fé sem as obras pode salvar? -  Tiago faz uma pergunta incisiva: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?" – Tg 2.14




(B) – A fé sem as obras é morta - Após exemplificar o caso de mu n mão ou irmã necessitados, e despedidos por um crente, que os manda ir em paz, sem, contudo, dar-lhes as coisas necessárias, Tiago afirma categoricamente que "a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”.




(C) – A fé demonstrada pelas obras – Tg 2.18 – Tiago desafia alguém a mostrar a fé sem as obras e garante que pode mostrar a fé pelas obras. Ele, como Paulo, toma o exemplo de Abraão, destacando o aspecto visível da fé do patriarca, quando ofereceu seu filho para ser imolado (Tg 2.21), acentuando que a fé cooperou com as obras e estas aperfeiçoaram a fé, concluindo que "o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé" (Tg 2.24).




(D) - O exemplo de Raabe - Tiago diz que Raabe, a meretriz, que acolheu os espias enviados por Josué, creu em Deus e foi justificada pelas obras. Ou seja: pelo seu ato consciente de que estava acolhendo servos do Deus Altíssimo (Tg 2.25).





IV - A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ E TAMBÉM PELAS OBRAS:




(1) - A aparente discordância entre os Livros de Romanos e Tiago - Não há contradição sobre os ensinos da justificação pela fé e também pelas obras, nos livros acima. Romanos trata da justificação do pecador, do ponto de vista de Deus, e como um ato perante Ele; ao passo que Tiago trata do mesmo assunto, do ponto de vista humano, e como um processo contínuo na vida cristã, aqui no mundo. O salvo é cidadão do céu, mas também da Terra.




(2) - A aparente discordância explanada por Paulo e Tiago – O apóstolo Paulo no cap. 4 de Romanos (e noutras partes desse livro) trata da doutrina fundamental da justificação pela fé; justificação esta perante Deus, cuja lei o pecador, agora arrependido e penitente, violara continuamente. Na salvação do pecador a evocação de obras humanas é um ultraje a Deus. Tiago, porém, no cap. 2 do seu livro, trata da mesma doutrina, mas de outro ângulo: o pecador perante o mundo, isto é, o lado visível da justificação; aquilo que o próximo pode ver no crente. O mundo não pode ver a fé, mas vê as obras, isto é, a nova vida do crente em Cristo. Portanto, o pecador é justificado pela fé somente, em Cristo, na presença de Deus; mas perante os homens, o pecador é justificado pelas obras da luz vista, nele.




(A) - Paulo vê a justificação inicial - Esta é ato meritório de Deus e não da justiça obtida pelas obras da lei ou das obras humanas, quando o homem aceita, pela fé, Jesus Cristo como Salvador.




(B) – Tiago vê a justificação progressiva – É a justificação sob o ponto de vista das evidências através das obras da fé, ou seja, as consequências da fé. O que, em última análise, irmana-se à santificação, que é o aspecto da salvação em processo. Isso porque uma fé sem evidências é uma fé morta. Não é a fé salvífica, pois esta não pode ser estéril.




(C) - As causas da justificação. Não é a fé inconsequente nem as obras da lei que justificam o homem. Este é justificado, da parte de Deus:




(C.1) - Pela graça - Rm 3.23,24;




(C.2) - Pelo sangue de Cristo - Rm 5.9; e




(C.3) - Pela ressurreição de Cristo - Rm 4.25.




(D) - O meio da justificação - Aqui, sim, entra o papel da fé. Ela não é causa nem é fim. É meio entre a graça e a justificação. E a Bíblia nos dá luz sobre isso, quando diz – Ef 2.8.




(E) – O resultado precípuo da fé – Rm 5.1 – É o mesmo que dizer justificados por meio da fé. A justificação faz parte da salvação. Esta vem da graça, mediante a fé, resultando na “paz com Deus” por intermédio de Jesus Cristo.




(F) – As evidências da justificação – Tg 2.17 – Isto não é uma contradição entre os escritos de Paulo e Tiago, pois ambos foram inspirados pelo mesmo Espírito. É que Tiago aborda a justificação sob o ângulo dos efeitos, das evidências, na vida do crente fiel, enquanto Paulo vê o assunto sob o ângulo das causas da justificação como ato perante Deus.




(G) – Paulo também salienta as obras dos salvos - Sim! Após dizer que a salvação não vem das obras (como causa), ele assevera que Deus nos fez "criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.10). As obras dos salvos são tão importantes que Paulo diz que Deus "recompensará cada um segundo as suas obras". Ele dará "vida eterna, aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção" (Rm 2.6,7), mas "indignação e ira" aos desobedientes, e "tribulação e angústia sobre toda alma do homem que faz o mal" (Rm 2.8,9).






V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:




Uma síntese entre a fé e as obras:




(1) - A fé puramente intelectual não é a fé salvífica;




(2) - A fé salvadora é, também, fé servidora;




(3) - As obras aperfeiçoam a fé (Tg 2.22);




(4) - As obras justificam a fé (Tg l .21);




(5) - A fé sem as obras (do salvo) é morta (Tg 2.17) e as obras (da lei, dos atos humanos, da carne - Gl 5.19; II Tm l.9) sem a fé, são mortas; e




(6) - A fé salvífica tem que andar juntamente com as obras do salvo, demonstradas pela obediência em "santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).



FONTE DE PESQUISA E CONSULTA:

Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre de 1999 – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima.