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28 de ago. de 2013

3º TRIMESTRE DE 2013 - LIÇÃO Nº 09 - 01/09/2013 - "CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 09- DATA: 01/09/2013
TÍTULO: “CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO”
TEXTO ÁUREO – Fp 3.18
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Fp 3.17-21

PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/






I – INTRODUÇÃO:


As advertências do apóstolo Paulo devem ser levadas muito a sério pela Igreja do Senhor na atualidade, pois muitos continuam sendo inimigos da cruz de Cristo.


II – ALGUMAS DOUTRINAS GNÓSTICAS:


Gnosticismo (do Gr. Gnostikós = conhecimento) – Escola teológica que floresceu nos primórdios do Cristianismo. Contrariando as pregações dos apóstolos, seus adeptos diziam-se os únicos a possuírem um conhecimento perfeito de Deus.


Seu arcabouço doutrinário considerava a matéria (o corpo humano; a carne) irremediavelmente má.


Leiamos I Cor 6.12 – O apóstolo Paulo já havia enfrentado inimigos na Igreja de Corinto. Agora, em Filipos havia outro grupo que adotava a doutrina gnóstica – Fp 3.18-19.


Este grupo de falsos crentes afirmava, erroneamente, que a matéria (o corpo físico; a carne) é ruim. Desta forma, não havia nenhum problema em pecar através da “carne”, pois toda e qualquer coisa que fizessem com o corpo e através dele, não afetaria a alma.


Já o termo “ventre” (Fp 3.19), está no sentido figurado e representa os apetites carnais e sensuais. Os inimigos da cruz de Cristo viviam para satisfazer os prazeres da carne (glutonaria, bebedice, imoralidade sexual, etc), satisfazendo todos os desejos lascivos, pois acreditavam que tais atitudes meramente carnais, não afetariam a alma, nem o espírito. Porém, leiamos Gl 5.16-17.


Paulo sabia que aqueles falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo, nem vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e, mesmo assim, queriam estar na Igreja como se nada tivessem feito de errado.


Em resumo: Os crentes gnósticos ensinavam que o mal era inerente ao corpo. Por isso, diziam que só se deve servir a Deus com o espírito. Afirmavam ainda que de nada aproveitava cuidar do corpo, pois este se perderá. Erroneamente acrescentavam que o interesse de Cristo é salvar apenas o espírito.


Os crentes gnósticos eram aqueles que viviam para as coisas terrenas. O apóstolo Paulo os trata como inimigos da cruz de Cristo, porque as atitudes deles invalidavam a obra expiatória do Senhor.


Leiamos Apc 2:12-17; 2:18-29 - Os balaamitas e os nicolaítas que ameaçaram a igreja em Pérgamo e os seguidores de Jezabel, na Igreja em Tiatira, eram, sem dúvida, representantes dos crentes gnósticos. Eram pessoas que aprenderam “as chamadas profundezas de Satanás”, crendo que podiam enganá-lo e participarem dos prazeres e concupiscências da carne, sem cometer pecado ou envolver a alma (I Jo 1:8).


Vejamos cada um dos ensinamentos daqueles personagens bíblicos:


II.1 - A DOUTRINA DE BALAÃO:


BALAÃO, O PROFETA MERCENÁRIO...:


(1) - Tinha contatos diretos com Deus - Nm 22:9, 20; 23:5, 16; 24:2;


(2) - Era famoso e possuía carisma - Nm 22:5-6;


(3) - Praticava encantamentos e agouros - Nm 22:7; 24:1;


(4) - Era habituado ao pecado e à avareza - II Pe 2:13-15; Nm 23:12, 16; 25:1; 31:16; Apc 2:12-17 - Por dinheiro, arrumou uma maneira de fazer o povo escolhido do Senhor pecar;  além de abençoar, revelou a senha do pecado, mostrando aos midianitas como derrotar Israel. Ou seja, de um lado, abençoou; do outro, deu conselhos de indução ao pecado. Logo, proferir palavras divinas e bíblicas não é sinal de espiritualidade. Ter trejeitos de profeta não implica em compromisso automático com Deus. Há muitos que se apresentam como porta-vozes do Senhor, sem terem vida exemplar. De um lado, são santos; do outro, profanos (Lv 10:8-11; Ez 22:26).


A doutrina de Balaão refere-se a mestres e pregadores corruptos que levam as congregações à transigência fatal com a imoralidade, o mundanismo e as falsas ideologias; tudo por amor à promoção pessoal ou vantagem financeira.


A doutrina de Balaão é o compromisso com o mundo. É a mistura das coisas santas com as profanas. É ter um pé na Igreja e outro no mundo. Com semelhante ensino, esse grupo de Pérgamo ameaçava destruir a Igreja. Um pouco de fermento leveda toda a massa. Um pequeno foco de pecado prejudica todo o corpo. O mal, pois, precisa ser eliminado.


Observemos, pois, os detalhes bíblicos abaixo:


(1) - II Pe 2:15 - “CAMINHO DE BALAÃO” - comercialização do dom profético ou, de maneira mais geral, o dinheiro e outras vantagens materiais exageradas, adquiridos mediante a comercialização da religião;


(2) - Jd 11 – “ERRO DE BALAÃO” - consiste na suposição de que Deus deve amaldiçoar o Seu povo, quando este pratica o que é errado. No entanto, Deus julga, mas não amaldiçoa os que são Seus - Hb 12:5; e


(3) - Apc 2:14 – “DOUTRINA DE BALAÃO” - é a corrupção de pessoas piedosas, levando-as a abandonarem sua atitude de santidade e a se degradarem na imoralidade e no mundanismo. Vemos, assim, que é possível corromper àqueles que não podem ser amaldiçoados (Nm 22:5, 22:5; 31:15-16).


II.2 – A DOUTRINA DOS NICOLAÍTAS:


A tradição conta que Nicolau foi um dos primeiros líderes da Igreja. Mas apostatando, começou a ensinar que o crente pode viver como quiser. Seu objetivo: achar um meio termo entre a vida cristã e os costumes da sociedade greco-romana.


Na realidade, os nicolaítas combinavam os ideais cristãos com a imoralidade e a idolatria. O resultado era uma heresia devastadora que ameaçava a existência da Igreja. Eles pervertiam a graça de Deus. Ensinavam que nenhuma lei moral de Jesus está vinculada ao cristão atual. Reafirmando a idolatria de Balaão, encorajavam os crentes a envolverem-se com todo tipo de perversão, podiam viver da maneira que bem entendessem, pois a graça cobre todas as coisas. Não há consequência para o pecado.


Em resumo, a doutrina de Balaão em conjunto com a dos Nicolaítas ensina o seguinte:


“Buscai primeiro o reino deste mundo e as coisas espirituais vos serão acrescentadas”. 


II.3 - JEZABEL, A MULHER QUE SE DIZIA PROFETISA:


Leiamos I Rs 16:21; 19:1-3; 21:1-15; Apc 2:18-29 - JEZABEL representa a idolatria e a perseguição aos santos; Tiatira tolerava o pecado, a iniqüidade e o ensino antibíblico.


O marido de Jezabel era um presbítero ou diácono, ou ainda um proeminente homem de negócios. De qualquer forma, era ela quem dirigia a Igreja. Como agente do poder, puxava as cordas nos bastidores.


Usando sua influência como profetisa, desviava a muitos. Ela levava os incautos a se prostituírem e a comerem os sacrifícios da idolatria.


Sarcasticamente, Jesus diz que ela se autodenominava  profetisa. Ela mesma se intitulara porta-voz de Deus. Mas nem todo aquele que declara falar sobre Deus, fala por Deus. Através de seus ensinamentos, Jezabel encorajava aos seus seguidores a abraçarem a imoralidade e a idolatria.


Na Igreja, alguns costumam tolerar tais falsos ensinos por indiferença, medo de confronto, amizade pessoal ou pelo desejo de harmonia, autopromoção ou dinheiro. Deus excluirá tal Igreja, porque Ele condena o pecado da transigência com o erro e percebe a bem camuflada e oculta deterioração na Sua casa; Ele revela coisas ocultas (Hb 4:13).


A igreja não pode tolerar tais práticas. Precisamos desembainhar a espada de dois fios e removê-las do meio do arraial dos santos. A Bíblia não mudou e Deus também não (Ex 20:14; I Cor 6:16; I Ts 4:3; Hb 13:4; Ef 5:3).


III – ALGUMAS DESCRIÇÕES BÍBLICAS SOBRE OS CRENTES GNÓSTICOS:


Na carta de Paulo aos Colossenses encontramos algumas questões que foram tratadas a fim de combater o gnosticismo. Vejamos:


(A) - Tudo foi criação de DEUS - Cl 1:16;


(B) - Cristo como mais um intermediário e possuidor da plenitude de Deus. Cl 1:19; 2:9;


(C) - Adoração a anjos: Cl 2:18;


(D) - Vida ascética: Cl 2:21-23;


(E) - Cristo está acima dos supostos intermediários ou mediadores; Ele o único mediador - Cl 3:1.


Lemos também sobre o assunto gnosticismo no Livro de Judas. Vejamos:


Jd 3-19 - Judas estava preocupado com o fato de os cristãos poderem afastar-se da verdade por causa dos mestres enganadores de falsas doutrinas, ou seja, aqueles que, embora tendo negado a fé, ficaram ainda como membros da Igreja - Jd 4.


O tom da carta de Judas é polêmico, pois ele repreende os falsos mestres que enganam crentes instáveis e corrompem a mesa do Senhor.


Neste livro (de Judas), encontramos ainda algumas CARACTERÍSTICAS DOS FALSOS CRENTES:


(1) - Carne contaminada (prostituição) - Jd 7


(2) - Rejeitam à dominação (não aceitam governo na Igreja) - Jd 8


(3) - Não tem temor (pecam voluntariamente) - Jd 10


(4) - Tipificam três personagens perigosos do Antigo Testamento:


(4.1) - Caim (homicida);


(4.2) - Balaão (o que ensina a prostituição); e


(4.3) - Coré (rebelou-se contra a liderança e autoridade de Moisés) - Jd 11


(5) - Não gostam de pastor; Apascentam-se a si mesmos; São nuvens sem água (espiritualmente artificiais); São árvores murchas (não dão frutos) - Jd 12


(6) - Ondas bravias do mar que espumam suas próprias sujidades; Estrelas errantes - Jd 13


(7) - São murmuradores, descontentes, andam segundo as suas paixões; Suas bocas vivem propalando grandes arrogâncias e São oduladores dos outros, por motivos interesseiros - Jd 16


IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS:


I Pe 4:17 - As doutrinas de Balaão, Nicolau e Jezabel tiveram efeito devastador sobre a Igreja. Basta uma gota de veneno para contaminar toda a botija. Mas não devemos esquecer que o julgamento há de começar pela casa de Deus. Ser tolerantes com tais doutrinas, faz da Igreja cúmplice daqueles três personagens e seus falsos ensinamentos.


A Igreja de Cristo precisa expulsar o pecado, para que Jesus não a expulse de Sua presença. Se ela não disciplinar seus membros, o Senhor far-lhe-á guerra com a espada de dois gumes, lutará contra qualquer Igreja que tolerar a imoralidade e a idolatria. A mensagem é clara: Idolatria e imoralidade não serão toleradas, pois a Igreja de Cristo FOI, É e SEMPRE SERÁ SANTA!

FONTES DE CONSULTA:

1)       A Bíblia Responde - Escola Bíblica do Ar - Pastor David Gomes
2)       Através da Bíblia Livro Por Livro - Editora Vida - Myer Pearlman
3)       Sintetizando a Bíblia - CPAD - José Apolônio da Silva
4)       A Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
5)       O Futuro Glorioso do Planeta Terra – Editora Betânia – Arthur E. Bloomfield
6)       Comentário Bíblico Moody – vol. 5 – Charles F. Pfeiffer e Everett F. Harrison – Imprensa Batista Regular
7)       Comentário Bíblico Broadman – JUERP
8)       Dicionário Teológico – CPAD – Claudionor Corrêa de Andrade

19 de ago. de 2013

3º TRIMESTRE DE 2013 - LIÇÃO Nº 08 - 25/08/2013 - "A SUPREMA ASPIRAÇÃO DO CRENTE"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 08- DATA: 25/08/2013
TÍTULO: “A SUPREMA ASPIRAÇÃO DO CRENTE”
TEXTO ÁUREO – Fp 3.14
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Fp 3.12-17

PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/







I – INTRODUÇÃO:

É difícil vivermos nesse mundo de pecado, sendo constantemente cirandados pelo diabo, pelo mundo e pela nossa própria carne.

Contudo, Cristo venceu para nos ajudar a vencer. Ele é nosso maior exemplo e incentivador. Então, levantemos a cabeça porque somos de Deus e vamos vencer, por maiores que sejam os obstáculos desta nossa corrida.

Não desanimemos, pois o Senhor está conosco! Ele nos sustentará!


II – POR QUE E COMO DEVEMOS CORRER A CORRIDA DA VIDA CRISTÃ:

Fp 3.12 – Na Estrada de Damasco, Paulo foi conquistado por Jesus Cristo (At 9.3-6), e agora ele corre, a fim de conquistar o prêmio. Antes do primeiro passo que o cristão dá nessa corrida da fé, o Senhor Jesus já conquistou essa pessoa, dando-lhe a nova vida (Fp 3.14). No entanto, os cristãos ainda precisamos continuar a correr para conquistarmos o prêmio (Fp 2.12.13).

As competições olímpicas eram práticas apreciadas e admiradas no mundo antigo. Ainda hoje, eventos olímpicos mexem com a emoção de muita gente.

Paulo e autor da Carta aos Hebreus fizeram constante menção das atividades esportivas em seus escritos, delas retirando lições preciosas para a vida cristã.

Devemos entrar nessa corrida também!

Observemos, pois, três motivos básicos para participarmos da corrida cristã e de fé:

(1º) – A CORRIDA CRISTÃ E DE FÉ É DETERMINADA POR DEUS – Hb 12.1 – Notemos que a passagem bíblica diz justamente: "corramos... a carreira que nos está proposta".

Não há necessidade de se especular sobre quem estaria propondo esta corrida para os filhos de Deus. Está claro que é o próprio Deus quem a propõe. Em última análise pode-se dizer, por isso mesmo, que esta corrida cristã e de fé é também a corrida da graça. O próprio Deus é quem a estabelece para nós e é quem nos capacita a corrê-la com triunfo (I Cor 15.10; 2 Cor 3.5).

A corrida cristã é a corrida de Deus para nós. Nela não estaremos sós e nunca seremos deixados à própria sorte. De outro modo, estaríamos todos condenados à destruição. Quem está apto para correr por suas próprias forças a corrida da fé? Ninguém! A corrida que Deus nos propõe é a corrida da graça que nos capacita para a vitória.

Além disso, estando determinada por Deus, ninguém, sendo cristão autêntico, ficará fora dessa corrida. Deus a determinou para todos nós. Deus não nos deixará correr sozinhos, mas nos incentivará sempre e nos capacitará para uma chegada triunfal.

(2º) - A CORRIDA CRISTÃ E DE FÉ É INCENTIVADA PELOS HERÓIS DA FÉ - O autor aos Hebreus nos relata que "temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas".

Além do próprio Deus como maior interessado em que sejamos vencedores nesta corrida (porque nós seremos salvos e Deus glorificado), temos a rodear-nos "tão grande nuvem de testemunhas".

Esta grande nuvem de testemunhas significa aqueles grandes exemplos de fé que o escritor sagrado acabara de citar no capítulo 11.

Pensemos, então, num herói como Abel que, pela fé, "ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela (da fé), também mesmo depois de morto, ainda fala" (Hb 11.4). E por aí seguem exemplos como os de Noé, Abraão, Raabe, etc.

Entretanto, em que sentido os homens e mulheres de Deus do Antigo Testamento são testemunhas para nós que corremos hoje?

O teólogo F. F. Bruce, em seu comentário ao livro de Hebreus, responde:

"Provavelmente não no sentido de espectadores, observando seus sucessores enquanto correm a corrida na qual entraram; mas no sentido que, por sua lealdade e perseverança, deram testemunho das possibilidades da vida da fé".

Convém ressaltar que o escritor sagrado não está dizendo que os espíritos dos heróis da fé estariam conosco para nos ajudar na corrida cristã. Hebreus 9.27 dá a entender que este não era o ponto.

A verdade é que os heróis da fé estão na presença de Deus aguardando a nossa vitória.

(3º) – A CORRIDA CRISTÃ E DE FÉ É INSPIRADA NA VITÓRIA DE CRISTO - "Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não fatigueis, desmaiando em vossas almas" (Hb 12.3).

Pouco antes, o autor de Hebreus diz que Cristo "suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia" (Hb 12.2).

Quantas e quantas vezes não somos tentados a desistir dessa corrida? Às vezes parece que a nossa linha de chegada nunca será alcançada. Se olharmos para trás, corremos o risco de tropeçar e cair; se corrermos de cabeça baixa, arriscamos não ver quão perto possa estar a nossa chegada.

A corrida cristã é dura, mas a chegada é certa! Portanto, ergamos os nossos olhos para o horizonte e contemplemos Jesus Cristo: Quanta dor, quantas aflições Ele passou! Porém, que vitória espetacular! Pois Ele suportou tudo sem nunca deixar de correr.

É isso que o autor aos Hebreus e também o apóstolo Paulo, na carta aos filipenses, pedem que façamos: "Não desanimem, olhem para Jesus".


III – COMO DEVEMOS CORRER A CORRIDA CRISTÃ E DE FÉ?

Esta pergunta pode ser respondida de duas maneiras: NEGATIVAMENTE e POSITIVAMETE. Vejamos:

(1) - Negativamente falando:

(1.1) – DESEMBARAÇANDO-NOS DE TODO O PESO - É importante não perdermos de vista a figura dos atletas dos jogos olímpicos. Para nosso objetivo, trata-se daqueles atletas que praticam uma das modalidades mais antigas das olimpíadas, a prova de velocidade. Portanto, são velocistas correndo a prova dos 100 ou 200 metros, com barreira.

Segundo os estudiosos dos tempos bíblicos, quando os atletas estavam treinando para as olimpíadas, eles costumavam vestir roupas pesadas e amarrar pequenos pesos nos tornozelos. Porém, no dia da corrida propriamente dita, as roupas pesadas e as tornozeleiras eram tiradas. Isto dava a sensação de leveza que, dentre outras coisas, garantia a vitória.

O autor aos Hebreus também fala de peso. Que peso é esse que o escritor nos pede para desembaraçar? Quais as implicações do mesmo para a corrida cristã?

Antes de tudo, notemos que peso aqui não é o pecado, pois sobre ele (o pecado) o escritor sagrado fala depois.

Portanto, peso significa aqui tudo aquilo que na vida cristã impede o nosso bom relacionamento com Deus e, consequentemente, com o próximo.

Não é o pecado propriamente dito, mas pode facilmente levar a ele, se não vigiarmos e orarmos.

Por exemplo, namorar não é pecado, mas um namoro pode servir de peso na vida do casal que se descuida do compromisso com Deus e de Sua Palavra.

Assistir TV em si não é pecado, porém, a televisão pode tomar (e como toma!) o tempo precioso de dedicação a Deus. E por aí vai...


Há na nossa vida alguma coisa que está roubando o tempo de Deus, a comunhão e vida de santificação com o Senhor?

(1.2) - E DO PECADO QUE TENAZMENTE NOS RODEIA - Além do peso que devemos nos desfazer, ainda é necessário, para que corramos bem, nos desembaraçar do "pecado que tenazmente nos rodeia".

O pecado sempre está às portas - (Gn 4.7) - Do mesmo modo que a Caim foi ordenado, também cumpre a nós dominá-lo. Tem que ser assim porque o pecado faz separação entre nós e Deus (Is 59.2). Por isso devemos orar para que Deus não nos deixe cair em tentação. A queda rompe o bom relacionamento com o Espírito Santo que em nós habita.

Na corrida olímpica quem não pula os obstáculos será desclassificado, mesmo se chegar em primeiro lugar. Na corrida cristã nunca correremos bem, se tivermos o pecado como nosso treinador.


(2) - Positivamente falando:

(2.1) – DEVEMOS CORRER COM PERSEVERANÇA - Alguém disse com acerto que "a persistência é a alma da conquista". Nada que seja verdadeiramente útil nesta vida é adquirido sem perseverança.

Se quisermos fazer bem feito e atingir os nossos objetivos na vida, então temos que trabalhar a ponto de exaustão - I Co 9.24-27.

Quando o atleta olímpico estava disputando a corrida com seu adversário, ele colocava toda força no enrijecimento de seus músculos. As dores também eram terríveis, superadas somente pelo ideal de vencer.

Na corrida cristã, o lema é vencer ou vencer. Não há lugar para perdedores no Reino dos Céus. Devemos garantir o nosso lugar, porque Deus não correrá por nós.

É verdade que Ele nos capacita, nos incentiva, etc., mas a corrida é nossa. Deus não correrá por mim e nem por você. O escritor sagrado é claro nisso quando diz com o imperativo verbal, "corramos"! Corramos com perseverança a carreira que nos está proposta.

(2.2) – OLHANDO FIRMEMENTE PARA JESUS - O modo correto para se correr bem é exatamente este: "Olhando firmemente para Jesus". Podemos dizer que aqui está a parte mais importante da corrida.

E por quê?

Porque quando nós corremos olhando firmemente para Jesus não há tempo para ocupações triviais da vida e muito menos tempo para pecar. Corremos com confiança.

Além disso, voltamos o nosso olhar para Aquele que é o maior vencedor e maior incentivador da corrida cristã: Jesus, e somente Ele, é o Autor e Consumador da nossa fé.

E o que isso quer dizer?

Quer dizer que Jesus "preparou o caminho da fé com triunfo diante de nós, abrindo assim um caminho para os que O seguem".

Como Consumador da fé, Ele é "o completador e aperfeiçoador; no sentido de levar uma obra até o fim, não por decurso de prazo".

Enquanto estivermos correndo olhando para Jesus estaremos garantindo nossa vitória na corrida cristã e da fé.


IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Ao falar sobre a vida cristã, Paulo, bem como o autor da Carta aos Hebreus, usaram imagens ou comparações tiradas da vida esportiva; eles comparam a vida cristã com uma corrida. Porém, Paulo deixou claro que ainda não havia alcançado a linha de chegada, mas que ainda estava participando ativamente da corrida da vida cristã – I Cor 9.24-27; I Tm 4.7; 6.12; II Tm 2.5; 4.7-8 cf Hb 12.1.

Todos que iniciamos no Cristianismo e que tenhamos chegado à maturidade na fé, devemos aceitar a disciplina, o esforço e a agonia da vida cristã. Pode ter outra forma de pensar, mas, se formos honestos, Deus nos mostrará com clareza que jamais devemos deixar-se estar em nossos esforços ou diminuir nossas normas, mas, sim, irmos sempre para frente, rumo à meta, rumo ao fim. Na mente de Paulo, o cristão não é outra coisa senão um atleta de Cristo.

Que Deus faça de nós grandes campeões e vencedores em Cristo Jesus. Amém.


FONTES DE CONSULTA:

Estudo Bíblico: “A corrida cristã: Por que e como devemos corrê-la?” – Rev Josivaldo de França Pereira.

A Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

A Bíblia Anotada – Editora Mundo Cristão