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7 de mai. de 2014

2º TRIMESTRE DE 2014 - LIÇÃO N° 06 - 11.05.2014 - "O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL 
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ 
LIÇÃO Nº 06 - DATA: 11/05/2014 
TÍTULO: “O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO”
TEXTO ÁUREO – Ef 4.11
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ef 4.7-16
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/








I – INTRODUÇÃO:




Correspondente com o sentido ou significado do título ministerial que estudaremos nesta lição, vamos encontrar no Novo Testamento três grupos de apóstolo. Nisto podemos obter a resposta para as questões e divergências quanto à vigência deste dom ministerial em nossos dias.





II – A PALAVRA “APÓSTOLO”:




Apóstolo significa enviado, mensageiro, embaixador, missionário. O título é aplicado a Jesus, como enviado pelo Pai; aos doze discípulos, como enviados pelo Filho; a Paulo, a Barnabé e a outros, como enviados pelo Espírito Santo, através da Igreja.





III – JESUS, O APÓSTOLO ENVIADO PELO PAI:




Hb 3.1 cf Jo 10.36 - Jesus é apresentado como apóstolo enviado pelo Pai e a ninguém encontramos melhor qualificado do que Ele para esse ministério.




Nos evangelhos, encontramos de maneira indubitável as características do Apóstolo Modelo, a saber: sua habilidade, suas qualidades, suas credenciais e sua obra. Vejamos, de forma bem resumida, cada uma delas.




(1) - Sua Habilidade - Apóstolo significa também mensageiro, e não se pode admitir mensageiro sem mensagem. Jesus, como mensageiro, não somente trouxe ao mundo a mensagem do Pai, como também poderia fazer o mais hábil apóstolo. Ele mesmo era o Verbo de Deus (Jo 1.1,14). Sua palavra era repassada de autoridade suprema. Seus ouvintes percebiam que Ele falava com autoridade e não como os escribas do povo. A razão dessa autoridade o próprio Cristo no-la apresenta - Jo 3.34. Podemos receber na capacidade de simples vaso, mas Jesus recebia do Pai, com a capacidade de uma fonte profunda e inesgotável.




(2) - Suas Qualidades - Jesus apresenta a sua espontânea submissão à vontade do Pai, como prova de ser enviado por Deus - o apóstolo. Tinha o executar a vontade de Deus, como a sua principal comida – Jo 4.34; 6.38.




A submissão de Jesus à vontade do Pai não era simples empenho por desincumbir-se de uma tarefa que lhe fora imposta, mas o interesse supremo e o desejo ardente de promover a glória dAquele que o enviou, o que apresentava como prova de ser enviado por Deus. Nisto repousa a autoridade dos seus ensinos, em contradição com os falsos apóstolos, que buscam a sua própria glória - Jo 7.18.




(3) - Suas Credenciais - Aos que duvidavam da autoridade do seu apostolado divino, Ele respondia - Jo 5.36. João Batista, quando assaltado pelas dúvidas, enviou os seus discípulos a Jesus com um questionamento, O Senhor Jesus apresentou aos mensageiros de João as suas credenciais – Lc 7.20-22. A questão seria se Jesus era de fato o prometido, o enviado de Deus. Os feitos maravilhosos de Jesus a tal ponto constituíam provas de ser Ele o enviado de Deus, que, aos que duvidavam, limitava-se em dizer – Jo 14.11. Os Seus discípulos reconheceram que Ele era "...poderoso em obras..." (Lc 24.19).




(4) – Sua Obra - Já vimos que apóstolo significa enviado, mensageiro, termo que traz a ideia de missão importante, e, em relação a Jesus, fala da importância da obra a ser realizada e das qualidades exigidas para a sua execução. Jesus não foi apenas um apóstolo, e, sim, o Apóstolo de nossa confissão. Satisfez todos os requisitos, apresentou todas as qualidades. Tornou-se grande modelo, cumprindo fielmente todos os itens de sua grande comissão, executando-a exemplarmente, nos seus ensinamentos, nas suas obras, na sua vida e na sua morte – Jo 3.17; 5.24.





IV - OS DOZE APÓSTOLOS ENVIADOS PELO FILHO:




Jesus foi enviado pelo Pai com uma grande comissão a ser executada, inicialmente por Ele, continuada até a sua segunda vinda. Por isto, tão logo começou o seu ministério, escolheu entre os Seus discípulos doze homens, a quem instruiu, treinou e adestrou a expansão e consolidação de sua Igreja, de acordo com o que determinara o Pai – Jo 20.21.




O Pai o enviara a proclamar a chegada do reino de Deus e a consumar a obra redentora, mediante a sua morte no Calvário. Esta tarefa era total e exclusivamente sua. Concluída, o Mestre enviou (constituiu apóstolos) a proclamarem os resultados de sua morte, a serem usufruídos por quantos viessem a crer na sua Palavra e a testemunharem dos seus feitos miraculosos e da sua ressurreição.




(1) – Habilitação – Mt 4.18-21; Mc 3.13-14 - Jesus já havia chamado alguns discípulos, constituindo-os pescadores de homens. Já nas expressões, "vieram para junto dele e para estarem com ele", encontramos a forma de preparo e habilitação dos apóstolos para a grande obra que lhes estava destinada. Não há dúvida de que a intimidade e comunhão com Cristo é o melhor preparo para o seu trabalho. O efeito desta convivência íntima com Cristo foi tão positivamente influente que, anos depois, as próprias autoridades e opositores dos apóstolos o reconheceram - At 4.13.




Não pode ensinar quem antes não aprendeu com Cristo. Não pode liderar quem não aprendeu a obedecer a ordens e a cumpri-las. Não pode ter autoridade quem não aprendeu a ser submisso.




Os discípulos a tal ponto foram influenciados pelo convívio com Jesus, que por fim abandonaram as pretensões de grandeza. Não mais cogitaram "quem dentre eles seria o maior"; ao contrário, o conceito que tinham de apóstolo era de uma missão, de grandes obrigações e não de uma elevada posição, com autoridade superior aos demais. Esta é a concepção certa: o ministério apostólico se identifica e é reconhecido pela realização da obra de apóstolo.




Desta convivência íntima com Jesus, os doze apóstolos receberam:




(A) - Conhecimento experimental – Jo 1.14; II Pe 2.16.




(B) – Autoridade - Autoridade em nome de Jesus sobre os homens para obediência e, como sua prova, autoridade sobre os demônios para os submeterem (Lc 10.17). Esta autoridade ninguém a possui, a não ser pela fé em o nome de Jesus. Nela está a presença do dom de Deus para o apostolado.




Os apóstolos reconheceram a autoridade emanada do nome de Jesus:




(B.1) – Para libertação da alma, do poder do pecado, pela remissão – At 10.43.




(B.2) – Para libertação do corpo das enfermidades – At 3.6, 16.




Para eles o nome de Jesus era fonte inesgotável de ilimitada autoridade. Era o estandarte que lhes assegurava o pleno domínio sobre todos os poderes oriundos do reino das trevas.




Foram testemunhas auriculares dos ensinos maravilhosos de Jesus. Foram testemunhas oculares dos seus feitos miraculosos e da sua ressurreição. A tal ponto levaram a sério a incumbência e as qualificações exigidas para o encargo que, diante do problema da substituição de Judas no apostolado, não olvidaram a importância de alguém que houvesse estado com Jesus todo o tempo - Lc 24.48; At 1.21-22.




Os doze foram privilegiados pelo fato de serem testemunhas diretas:




(A) - Dos ensinos de Jesus, ouvindo-o, dialogando e interrogando naquelas oportunidades, que só eles tiveram, o que ocasionou as explicações de ensinos difíceis de entender, como entre outros, as parábolas do semeador e do joio, que poderiam ser objeto de diferentes interpretações, se não houvessem sido explicadas pelo Mestre.




(B) – Dos milagres operados por Cristo, em afirmações unânimes, coerentes, exatas e seguras, como pela providência divina, para preservação da veracidade histórica dos seus feitos, como credenciais do seu ministério divino, ante as tentativas dos incrédulos e materialistas, de negarem a origem sobrenatural dos milagres do Senhor Jesus.




(C) – Da Sua ressurreição, em condições tais que Lucas, depois de acuradas investigações dos fatos, junto aos que foram deles testemunhas oculares (Lc 1.2,3), afirma que Cristo "...se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus" (At 1.3,4).




O privilégio de conversar com Cristo, antes e depois da morte, na sua humilhação e na sua glorificação, coube exclusivamente aos doze apóstolos. NESTE PARTICULAR, OS DOZE NÃO TIVERAM SUBSTITUTOS. Estes privilégios não os tiveram outros chamados apóstolos posteriormente. Mattew Henry diz: "Os doze discípulos, os primeiros enviados por Cristo, são eminentemente chamados apóstolos; são os Primeiros Ministros de Estado do seu reino".




Por estes motivos, como memorial eterno, estarão gravados nos doze fundamentos da muralha da Nova Jerusalém "...os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro" (Ap 21.14), e assentar-se-ão "...em tronos para julgar as doze tribos de Israel" (Lc 22.30). Este juízo será baseado na doutrina que receberam diretamente do Filho de Deus e transmitiram aos seus contemporâneos, das doze tribos de Israel.





V - PAULO, BARNABÉ E OUTROS APÓSTOLOS ENVIADOS PELO ESPÍRITO SANTO:




At 13.1-4 - Aos doze, Jesus chamou e enviou. Aqui é o Espírito Santo quem chama e envia. O Espírito Santo tem autoridade divina para chamar e enviar, e os termos são os mesmos usados por Cristo, indicando o mesmo ofício e a mesma comissão.




Paulo e Barnabé não apenas seguiram em uma viagem evangelística ou missionária; foram enviados pelo Espírito Santo, e por isto e porque o trabalho que realizaram era realmente uma obra apostólica, foram reconhecidos como apóstolos.




A respeito da luta destes enviados pelo Espírito Santo, em Icônio e Listra, encontramos o seguinte registro - At 14.4,14.




Em Romanos 16.7, lemos que Adrônico e Júnia eram notáveis entre os apóstolos ou como apóstolos. Presume-se que eles se tornaram merecedores deste título, pelo seu zelo apostólico, como pregadores ou missionários. De igual modo, o ofício apostólico é também atribuído a Tiago, irmão do Senhor (Gl 1.19), que certamente converteu-se depois da morte de Cristo (Jo 7.5; At 1.14). Estes foram chamados apóstolos, constituídos e enviados pelo Espírito Santo e, sem dúvida, exerceram um ministério com aquelas características apostólicas.




(A) – Suas credenciais - Paulo as apresenta aos coríntios, nos seguintes termos - 2 Co 12.12. Como já estudamos, foram estas as credenciais do Grande Apóstolo, Jesus, ainda que em proporções maiores. Foram também as mesmas apresentadas pelos doze.




Quando as autoridades dos judeus procediam contra os apóstolos Pedro e João, por causa da cura do coxo da porta Formosa, os membros do Sinédrio "consultavam entre si, dizendo: Que faremos a estes homens? Pois, na verdade, é manifesto a todos os habitantes de Jerusalém que um sinal notório foi feito por eles e não podemos negar" - At 4.15-16. A cura divina e a operação de milagres no ministério dos apóstolos constituíam credenciais aceitas até mesmo pelos inimigos do Evangelho.




Quando Pedro curou Enéia, paralítico há oito anos, as cidades de Lida e Sarona abriram as suas portas para o Evangelho, assim como toda Jope – At 9.33-35, 40-42.




Quando Paulo e Barnabé curaram o homem aleijado e paralítico em Listra, "...as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: "Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós" (At 14.8, 11). Sem estas credenciais, os judeus incrédulos e os gentios pagãos, na melhor das hipóteses, poderiam fazer acertadamente o conceito errado, como ocorreu ao dizer: "São pregadores de deuses estranhos" (At 17.18).




De alguns apóstolos nada sabemos de seus ministérios, mas do que nos informa o relato bíblico ou mesmo as tradições, a operação miraculosa, sempre presente em suas atividades apostólicas, constituíam credenciais divinas e distingui-los dos pregadores das diferentes seitas religiosas da época.




(B) – Suas Qualidades Apostólicas - Verificamos na vida dos apóstolos fraquezas e imperfeições que os identificam como seres humanos, sujeitos a elas. Entretanto, esses acidentes não ocultam a beleza das qualidades e a nobreza de caráter com que se qualificaram para um ministério, em todos os aspectos, sobrenatural. Entre outras, destacamos pelas suas relações com o dom apostólico, a humildade, a modéstia e a honestidade, com que reconheciam a sua dependência de Deus, em tudo quanto de maravilhoso realizavam pela graça de Deus. Essas qualidades eram resultado de uma profunda experiência espiritual e a prova de sua habilitação para um ministério que iria chamar a atenção de multidões para eles, que seria o tipo de tentação a que muitos homens têm sido incapazes de resistir – Pv 27.21. Naturalmente que a árvore quanto mais alta e mais frondosa tanto mais precisa de raízes possantes e profundas; do contrário, não resistirá ao impacto dos fortes ventos – Leiamos At 3.4-16; 14.14-15; I Cor 15.10 cf Sl 115.1a.




É quando nos reconhecemos meros vasos, que Deus pode encher-nos e usar-nos para o desempenho das mais importantes tarefas. As propagandas exageradas a respeito de conversões de milhares e de grandes milagres, repetidamente, não tem apoio nestes exemplos.




(C) - As Obras dos Apóstolos - Como nos itens anteriores falamos das credenciais e das qualidades dos apóstolos, sem fazer distinção entre os doze, e Paulo e Barnabé, trataremos também aqui, da obra do apóstolo, nos seus aspectos comuns, visto que neste mesmo capítulo já analisamos os privilégios, particularmente dos doze.




Cristo lançou o fundamento da Igreja Universal. Os apóstolos lançaram os fundamentos da igreja como assembleia, a ser constituída e organizada em diferentes lugares – I Cor 3.10; Ef 2.20.




A Igreja em Samaria foi organizada pelos apóstolos Pedro e João, mas teve a Filipe como fundador, na qualidade de pregador pioneiro (At 8.4-13).




Com esta e poucas exceções, foram os apóstolos que lançaram o fundamento das igrejas, quer como pioneiros da evangelização, quer como organizadores e doutrinadores. Disto provinha a autoridade para reclamações como esta: "...Acaso não sois fruto do meu trabalho no Senhor?.. .Vós sois o selo do meu apostolado no Senhor" (l Co 9.1,2).




Paulo, ao que nos informa o Novo Testamento, foi o mais destacado neste grande ministério. De modo a magnificar a graça de Deus, como causa do êxito extraordinário do seu apostolado, apresenta-se como "sábio construtor" e faz transparecer a presença de todos os dons ministeriais na sua própria pessoa - 2 Timóteo 1.11.




Identifica-se também como um autêntico pastor - Gl 4.19; 2 Cor 11.28,29.




Assim, vemos que os doze foram apóstolos em um sentido único. Que houve apóstolos enviados pelo Espírito Santo, depois dos doze. Que este dom ministerial Deus estabeleceu na Igreja, "com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo" - a Igreja (l Co 12.28; Ef 4.11,12).





VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:




Sabemos que apóstolo significa também missionário e que não é apenas um título ministerial. É um dom de Deus à sua Igreja, para um ministério extraordinariamente poderoso. Daí não nos parece razoável afirmar que “os pastores estão no lugar dos apóstolos”. Como um apóstolo pode possuir o dom de pastor, em um pastor pode ser visto um apóstolo, mas isto não é comum, não é fácil, não é regra, e só é justo admiti-lo em face das qualidades, das credenciais e da obra de apóstolo, no sentido escriturístico.




Também não se pode aceitar que um missionário seja, em regra, um apóstolo. Não nos cabe determinar, especificamente, o trabalho do missionário e, de fato, em vários setores de atividades evangelísticas, poderão ser muito úteis. Não é justo desconhecer o mérito e a importância do verdadeiro missionário, entretanto, nesta esfera ministerial, tem havido meras aventuras. A alguns se poderia chamar "turistas remunerados". Há os que se ocupam de esportes e de seus próprios negócios e de nada mais. Que vivem de fotografias de grupos que não foram ganhos por eles. Há os que se abrigam à sombra das grandes Igrejas, a espreitar oportunidades para liderar. Que não estão infringindo o preceito bíblico, "edificando sobre o fundamento alheio", porque afinal não estão edificando nada. Os que usam o poder econômico de suas missões de origem, para exercer influência sobre os pastores locais. A despeito de tudo isto, "Deus tem levantado homens com a dignidade e poder apostólico, especialmente nos campos missionários, conquanto não sejam conhecidos como tais, mediante este título, e sim pela manifestação do poder espiritual para a realização de trabalho realmente apostólico".



FONTE DE PESQUISA E CONSULTA:

Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD – Estêvam Ângelo de Souza