COMENTE

Caro Leitor,

Caso queira, na parte final de cada um dos Subsídios, você tem a liberdade de fazer seu comentário. É só clicar na palavra "comentários" e digitar o seu. Não é preciso se identificar. Para isto, após o comentário, click em "anônimo" e pronto. Que Deus continue abençoando sua vida, em nome de Jesus.







27 de mar. de 2010

LIÇÃO Nº 01 - 04/04/2010 - "JEREMIAS, O PROFETA DA ESPERANÇA"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DA
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO 01 - DIA 04/04/2010
TÍTULO: “JEREMIAS, O PROFETA DA ESPERANÇA”
TEXTO ÁUREO – Jr 1:7
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jr 1:1-10
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e.mail: geluew@yahoo.com.br
http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/



I – INTRODUÇÃO:

• Desde o ventre materno, Jeremias foi escolhido por Deus para ser profeta. Portanto, o que ele falou, mesmo em desacordo com a vontade do povo, foi a mensagem divina contra a idolatria judaica. Perseguido e preso, persistiu no propósito de combater o erro, a fim de que a nação se arrependesse e fosse salva do cativeiro. O ministério de Jeremias durou cerca de 40 anos e se estendeu pelo reinado dos cinco últimos reis de Judá, quais sejam:

• (1) – Josias – O soberano por meio do qual aconteceu o último despertamento espiritual de Judá – II Cr 34 e 35;

• (2) – Jeoacaz, também chamado Salum, o qual, após três meses de governo, foi deposto e levado para o Egito – Jr 22:11-12; II Cr 36:1-4;

• (3) – Jeoiaquim, também chamado Eliaquim, irmão de Jeoacaz – II Cr 36:4-8 – Rei idólatra e mau, que foi duramente repreendido por Jeremias – II Rs 23:7; Jr 22:13-19;

• (4) – Joaquim, também chamado de Conias ou Jeconias – Jr 22:24; 24:1 – reinou por um período de três meses; e

• (5) – Zedequias, também chamado de Matanias. Era o tio do rei Joaquim e, portanto, filho do rei Josias – II Rs 24:17 – Foi um rei fraco, vacilante e joguete nas mãos dos políticos de sua época. Não se humilhou perante o profeta Jeremias que lhe falava da parte do Senhor. Por sua desobediência à Palavra de Deus, pagou muito caro – II Cr 36:12; II Rs 25:5-7.

• Só nas mãos de Jeová seria possível a um jovem, nascido numa aldeia de um país insignificante na arena política do mundo, chegar a influenciar o destino das nações. Mas foi isto que Deus propôs ao jovem Jeremias. Não é de admirar que sua reação tenha sido: “SOU UM MENINO”.

• Deus, entretanto, não precisa tanto de homens experimentados quanto de homens dedicados; o Senhor dá a capacidade e experiência necessárias para que Sua obra seja executada; tudo para Sua honra e glória.

II – A IGREJA E O PODER POLÍTICO NO BRASIL:

- Pelo livro do Profeta Jeremias vemos que não é possível unir a vida política com a religiosa. A maioria dos reis de Judá perseguiu o Profeta Jeremias, não dando ouvidos às advertências de Deus.

- Nos últimos tempos em nosso País, principalmente por ocasião das eleições, podemos ouvir com bastante frequencia e fervor muitos pregadores e líderes evangélicos afirmando que a Igreja deve conquistar o poder político no Brasil e impor sobre a sociedade um governo baseado na Bíblia Sagrada.

- Multiplicam-se as vozes a favor do domínio da Igreja sobre as instituições sociais e políticas da nação. Surgiram há alguns anos as seguintes frases:

- (1) - “O Brasil é do Senhor Jesus! Povo de Deus, declare isso!”

- (2) - “A solução dos problemas do Brasil está na Igreja!”

- (3) - “Chegou a hora de a Igreja ocupar os postos de liderança desta nação!”

- (4) - “O caos social, político e econômico do Brasil é decorrência, numa primeira instância, das maldições espirituais que repousam sobre o nosso país!”

- (5) - “Já somos 35 milhões de evangélico no Brasil e está na hora de assumirmos o governo deste País!”

- No entanto, a situação política, social e econômica do Brasil não é decorrência apenas da situação espiritual. Se assim o fosse, o Japão não seria uma das maiores potências do mundo. Ora, o que predomina lá é o Budismo, o Xintoísmo e o culto aos antepassados. Logo, os problemas do Brasil são bastante complexos e não serão resolvidos apenas com a eleição de alguns evangélicos ou de um Presidente da República cristão.

- Para piorar a situação, podemos constatar, ao longo dos anos, que o envolvimento de muitos evangélicos com a política tem produzido resultados desanimadores, um vexame para a Igreja do Senhor. Muitos evangélicos, depois de eleitos, perceberam que legislar não é a mesma coisa que contar histórias bíblicas ou dar gritos de “glória Deus e aleluia!”

III - BASE BÍBLICA USADA PELOS ADEPTOS DA TEOLOGIA DO DOMÍNIO:

III.1 - Gn 1:26-28

- REFUTAÇÃO - A ordem original que Deus deu ao homem era o domínio sobre o ambiente e não sobre os seus semelhantes;

III.2 - Mt 28:18-20

- REFUTAÇÃO - Fazer discípulos de todas as nações não significa ensinar princípios bíblicos às instituições políticas do mundo. 

- De fato, o N.T. usa “nações” para referir-se a entidades políticas (Mc 13:8; At 2:11). Mas também (e com maior frequencia) para grupos de pessoas, especialmente gentios (Mt 6:32; Gl 2:9; Ef 2:11). Além disso, batizam-se e ensinam-se à pessoas e não à instituições civis!

IV - EXEMPLOS BÍBLICOS DA VIDA POLÍTICA EM DESARMONIA COM A RELIGIOSA:


IV.1 - I Sm 13:8-14:

• Acumular os atributos dos sacerdotes com os do rei era proibido aos judeus. Saul foi desobediente ao porta-voz de Deus. Ao invés de esperar por Samuel, ofereceu um holocausto para unir o povo e prepará-lo para a guerra. Preferiu adorar a ética situacionista, em vez da ética bíblica e, depois, ofereceu desculpas para sua conduta. Saul tentou se justificar ao invés de confessar seu pecado (Lv 14:19-20).

IV.2 - I Rs 21:17-29; II Rs 1:1-17:

- Em atenção à humildade do terceiro capitão, Elias recebeu ordem do Anjo do Senhor para descer. Mas não recebeu ordem de alterar a mensagem que Deus tinha para aquele rei!

IV.3 - II Cr 26:16-21:

- Homens de firmeza - sua firmeza e sua coragem provinham do hábito de respeitarem mais a Deus do que aos homens. Deus julgou Uzias acometendo-o de lepra por ter usurpado prerrogativas que cabiam aos sacerdotes (Ex 30:1-10).

- Aqueles sacerdotes resistiram ao rei. O rei não podia reger fora do alcance de sua autoridade. A lei considerava todos os leprosos como cerimonialmente imundo, INCLUSIVE O REI.

- Uzias não se separou do pecado e para o Senhor. Por isso, Deus o separou dos amigos, da sua família, do seu trono e do santo Templo, que pertence ao Santo Deus.

IV.4 - Jo 18:28-38:

- Ainda que o reino de Cristo não seja reino político, tem ministros leais. Não sendo deste mundo, sua realidade celestial se demonstra na persuasão do amor e não nas armas. O rei é Cristo que reina pela força da verdade (Sl 91:4; 93:1-2, 5)

IV.5 - Dn 4:17-18, 24-27; 5:1-29:

- Daniel tinha plena consciência da sua alta missão profética. Não era hora de levantar interpretação que agradassem à casa real, nem de considerar a autoridade humana, e, portanto, as honras carnais eram desprezadas, pois bem sabia Daniel de quão pouco valiam. Daniel não poupou a família real.

IV.6 - Ne 6:10-14:

- Semaías alegou ter recebido uma revelação especial sobre um atentado contra a vida de Neemias e sugeriu que o lugar santo no Templo em Jerusalém era o único lugar seguro para Neemias. Tal sugestão, todavia, desmascarou a traição de Semaías, uma vez que somente os sacerdotes podiam entrar no lugar santo (Nm 18:7)

IV.7 - Jo 6:9-15; Mt 4:8-10:

- Jesus não aceitou tornar-se um líder político e ainda resistiu e desprezou a oferta de Satanás, não caindo, portanto, em tentação.

V – SOMOS UM POVO SACERDOTAL E PROFÉTICO:

•  Jr 1:1 - Sendo de família sacerdotal, ou seja, da Tribo de Levi, descendente de Arão, Jeremias também é sacerdote por hereditariedade, mas Deus lhe deu a missão de PROFETA, isto é, "ALGUÉM QUE FALA", "UM PORTA-VOZ" da mensagem de Jeová.

 • II Pe 2:9 – “Mas vós sois... o sacerdócio real... para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou...”

• Diante do quadro caótico na política, será que estamos em condições de executarmos um ministério idêntico ao de Jeremias? Ou seja, de exercermos as funções de sacerdotes e de profetas? Meditemos:

V.1 - OS SERVIÇOS DOS SACERDOTES:

• (1) - Tomar conta do tabernáculo – Nm 18:1, 5, 7 - Tenhamos zelo pela Casa do Senhor;

• (2) - Acender e conservar em ordem as lâmpadas do santuário - Ex 27:20-21; Lv 24:3-4 - Sejamos cheios da Palavra (lâmpada) e da presença de Cristo, a Luz do mundo;

• (3) - Conservar sempre aceso o fogo do altar - Lv 6:12-13 - Estejamos sempre na presença de Deus, em santificação;

• (4) - Queimar incenso – Ex 30:7-8; Lc 1:9 - Oremos sem cessar;

• (5) - Colocar e remover os pães da proposição – Lv 24:5-9 - Tenhamos sempre comunhão uns com os outros;

• (6) - Abençoar o povo – Nm 6:23-27 – Na autoridade do nome de Jesus, ministremos as bênçãos celestiais ao povo de Deus;

• (7) - Purificar os imundos – Lv 15:30-31 – Oremos para que Deus perdoe nossos pecados;

• (8) - Decidir os casos de ciúmes – Nm 5:14-15 – Não fiquemos enciumados por aquele (a) que o Senhor tem usado em Sua obra: Deus usa quem Ele quer, como quer e quando quer;

• (9) - Decidir casos de lepra – Lv 13:1-59; 14:34-35 – Não brinquemos com o pecado; onde ele habitar, a santidade será extinta;

• (10) - Julgar os casos de controvérsia – Dt 17:8-13; 21:5 – Nossa palavra seja sim, sim e não, não;

• (11) - Ensinar a lei – Dt 33:8-10; Ml 2:7 – Estudemos com afinco a Palavra do Senhor, pois não podemos ensinar o que não sabemos;

• (12) - Transportar a arca – Js 3:6, 17; 6:12 – Onde pisarmos a planta dos nossos pés, a presença de Deus estará conosco;

• (13) - Encorajar o povo a ir à guerra – Dt 20:1-4 – Que os covardes e medrosos voltem para casa;

• (14) - Tocar as trombetas em várias ocasiões – Nm 10:1-10; Js 6:3-4 – Não nos calemos diante do pecado; clamemos contra ele, em nome de Jesus;

• (15) - Não podiam casar-se com mulheres divorciadas ou impróprias – Lv 21:7 – Não esqueçamos: Deus odeia o repúdio, o divórcio - Ml 2:16;

• (16) - Não podiam beber vinho - Lv 10:9; Ez 44:21 – Não vos embriagueis com vinho em que há contendas, mas enchei-vos do Espírito Santo;

• (17) - Enquanto estivessem imundos, não podiam realizar qualquer serviço - Lv 22:1-2 cf Nm 19:6-7 – Enquanto estivermos em pecado, estaremos desqualificados para fazermos a obra do Senhor;

• (18) - Enquanto estivessem imundos, não podiam comer das coisas santas - Lv 22:3-7 – Enquanto estivermos em pecado, não poderemos manter comunhão com Deus e a Sua Igreja; o pecado faz separação entre nós e Deus.

V.2 - OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA:

• (1) – Tem estreito relacionamento com Deus e se torna confidente do Senhor (Am 3.7).

• (2) - Não somente ouve a voz de Deus, como também sente Seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).

• (3) - À semelhança de Deus, o profeta ama profundamente o povo (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens são cheias não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.

• (4) - O profeta busca o sumo bem do povo, isto é, total confiança em Deus e lealdade a Ele; eis porque advertia contra a confiança na sabedoria, riqueza, poder humanos e nos falsos deuses (Jr 8.9,10; Os 10.13, 14; Am 6.8).

• (5) - O profeta tem profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13,19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8).

• (6) - O profeta desafia constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que Deus revelou na Lei - Jr 22:21 cf 29:10;

• (7) - O profeta tem uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (Is 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27), bem como em restauração e renovação (Is 65.17-66.24; Jr 33; Ez 37).

• (8) - Finalmente, o profeta é, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3- 4), perseguido pelos falsos profetas que predizem paz, prosperidade e segurança para o povo que se acha em pecado diante de Deus (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5. 10 cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro é reconhecido como homem Deus, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e a sua mensagem.

VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

• Sempre que um cristão tiver a oportunidade de exercer um cargo público (O QUE NÃO É NENHUM PECADO), deve fazê-lo com justiça e com ética cristã, tendo em mente que terá que prestar contas a Deus dos privilégios e responsabilidades que lhe forem atribuídas.

• No entanto, a ética cristã na Igreja evangélica brasileira está tão comprometida hoje, que o risco de votar em crente é muito maior do que votar no descrente. Porque, pelo menos, o descrente não trará escândalo para o Evangelho e a Igreja de Deus.

• Por isso, é muito difícil um obreiro, o qual tem a chamada divina para o ministério, conciliar a obra de Deus e a política, pois uma é eterna e a outra terrena. Deve, por isso, dedicar-se somente à primeira, da qual dará conta na eternidade.

• Um obreiro realmente chamado por Deus e em plena atividade ministerial, não deve jamais trocar sua chamada por qualquer outra coisa. Caso venha fazê-lo, que deixe o exercício do ministério. Além disso, não podemos esquecer que a missão principal da Igreja antes da volta do Senhor é o evangelismo e o discipulado, e não formar cruzadas para tomar o poder ou conquistar o domínio político numa nação ou no mundo.

• Finalizando: Uma das perguntas básicas neste assunto é: 

• - “Lá no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras dos Vereadores tem ministração da Santa Ceia? Tem oração? Tem pregação e estudo da Palavra de Deus? Podemos orar e falarmos em mistérios com Deus?...” -  

Não???!!!....

• Então, homem e mulher de Deus, em nome de Jesus:

• - “... ATENTA PARA O MINISTÉRIO QUE RECEBESTE NO SENHOR, PARA QUE O CUMPRAS” – Cl 4:17

• Amém.



FONTES DE CONSULTA:


• Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre de 1995 – Comentarista: Eurico Bergsten


• Plampin, Richard T. – Jeremias, seu ministério, sua mensagem – JUERP


• B.E.P. – CPAD


• Romeiro, Paulo - Evangélicos em Crise - Editora Mundo Cristão


• A Bíblia Anotada - Editora Mundo Cristão


• A Bíblia Vida Nova - Edições Vida Nova


• Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 1996 - CPAD - Comentarista: Antônio Gilberto