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23 de fev. de 2012

1º TRIMESTRE DE 2012 - LIÇÃO Nº 09 - 26/02/2012 - "DÍZIMOS E OFERTAS"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 09 - DATA: 26/02/2012
TÍTULO: “DÍZIMOS E OFERTAS”
TEXTO ÁUREO – II Cor 9.7
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ml 3.10-11; II Cor 9.6-8
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/


I – INTRODUÇÃO:

Para tudo Deus tem um plano: Ele teve um plano para a criação, um para a construção da arca de Noé, outro para o tabernáculo, outro para a arca da aliança e, depois, para o templo. Enfim, Deus teve um plano para tudo o que realizou. Ele também tem um plano financeiro para o sustento da Sua obra. Vamos, pois, examiná-lo cuidadosamente, a fim de nos orientar na parte que nos cabe nesse plano.


II – O DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO:

(1) - A palavra "dízimo" significa simplesmente "a décima parte"; está relacionado com a fé em Deus. Eis algumas passagens que tratam do dízimo no curso da história:

(1.1) - Nos Patriarcas - Embora tenhamos indícios da prática desse ato de culto antes deles, não precisamos ir além do patriarca Abrão (Gn 14.18-20).

De onde e de quem teria Abraão aprendido a dar o dízimo? Não temos qualquer resposta na Bíblia. Todavia, parece-nos evidente que ele o fizesse instruído por Deus, assim como agiu em relação aos sacrifícios e demais atos de cultos por ele praticados.

Podemos considerar algumas características importantes vistas na prática de dizimar de Abraão.

(A) - Foi voluntário - Não foi pedido por Melquisedeque, mas oferecido espontaneamente. Não foi exigido pela lei, porque Abraão viveu 400 anos antes dela ser dada por Moisés.

(B) – Reconhecimento - O fato de Abraão reconhecer a propriedade divina sobre os seus bens, levou-o a entregar o dízimo (Gn 14.22). Enquanto o crente não se compenetrar e compreender essa verdade, terá dificuldade para ser fiel nas coisas de Deus.

(C) – Gratidão - Foi um tributo de gratidão pela vitória alcançada contra a força de outros reinos (Gn 14.20).

(D) – Adoração - Foi entregue ao sacerdote do Deus Altíssimo, aquele que representava o próprio Deus. Quando o dízimo é entregue (devolvido) em espírito de culto e adoração ao Senhor, ganha um profundo significado para a alma do adorador.

(E) – Bênçãos - Notemos ainda que Abraão foi muito abençoado por Deus, tanto material como espiritualmente. Essa é a experiência através dos séculos daqueles que têm sido fiéis a Deus no dízimo.

(1.2) - No Livro de Levítico – Lv 27.30-32 - O texto mostra-nos as condições para a adoração e está explícita a forma de fazê-la através dos dízimos e ofertas.

(1.3) - No Livro de Números - O livro mostra-nos o progresso do povo da aliança na redenção, prenunciando o Senhor Jesus Cristo. Mostra também ao povo como deveria ser cumprido seu culto a Deus através de seus dízimos e ofertas (Nm 18.20-32).

(1.4) - Em Deuteronômio – É uma repetição da história e da lei de Israel. Apresenta as características de um tratado. Como parte do segundo pronunciamento de Moisés ao povo estão claros os deveres quanto à forma de sustento da obra de Deus (Dt 12.5-14, 17-19; 14.22-29; 26.12-15).

(1.5) - No Reino de Israel - Chegamos ao período dos Reis. A reforma promovida pelo rei Ezequias, regularizou a forma de contribuição que havia sido esquecida ou negligenciada pelo povo (II Cr 31.2-12).

(1.6) - No período pós-exílio - Encontramos Neemias, governador de Judá, que além de sua devoção à reforma dos muros de Jerusalém, devotou-se também a uma reforma religiosa. Juntamente com Esdras renovou o compromisso da comunidade pós-exílica com o Senhor. Travou uma luta ferrenha contra seus patrícios que insistiam em negligenciar suas responsabilidades quanto ao sustento daqueles que exerciam o ministério no templo (Ne 10.35-39; 12.44-47; 13.4-12).


III - O SIGNIFICADO DA PALAVRA “ROUBAR” NO LIVRO DE MALAQUIAS

(Ml 3:6-12) - O termo usado para ROUBAR tem a idéia de TOMAR À FORÇA.


Assim, não era obra de um descuidado; ERA ALGO PLANEJADO, INTENCIONAL!


Logo, O PLANEJAMENTO ou A INTENÇÃO de não dar o dízimo, é vista por Deus como uma violência contra Ele.

O outro significado para a palavra ROUBARÁ é SUPLANTAR; TIRAR VANTAGEM DE.


desta forma, o versículo ficaria desta assim:


“SUPLANTARÁ O HOMEM A DEUS?”; ou


“TIRARÁ VANTAGEM O HOMEM SOBRE DEUS?”

Ml 3:10 - A promessa dada por Deus impõe uma condição: Primeiro trazer os dízimos; depois, fazer prova do Senhor, que garante derramar bênção tal, trazendo maior abastança.


Porém, é preciso que fique claro: ISTO NÃO ANULA AS AFLIÇÕES DA VIDA, ONDE APARECEM OS MOMENTOS DE SEQUIDÃO.


No entanto, Deus garante vitória aos que, com fidelidade em tudo, atravessam estas horas mais difíceis, pois a Palavra do Senhor jamais cai por terra.

FAZER PROVA - Não é chantagear o Senhor, mas saber que Ele é fiel para conosco


IV – O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO:

Mt 5.17; Lc 19.1-10 - Muitas vezes se tem dito que o Antigo Testamento contem mais ensino sobre a mordomia que o Novo Testamento e que, para o mordomo cristão, o Antigo Testamento é um manual mais claro que o Novo.


É muito difícil sustentar tal avaliação, especialmente se observamos as parábolas de Jesus e seus ensinos.

Jesus falou sobre o dinheiro 90 vezes. Dos 107 versículos do Sermão do Monte, 22 referem-se a dinheiro, e 24 das 49 parábolas de Jesus mencionam dinheiro.

(1) - Jesus não se opôs ao dízimo (Mt 5. 17,18; 23.23) - Podemos classificar o dízimo como pertencente à lei moral, visto que partimos do princípio de que tudo que temos é de Deus. Ele é dono de todas as coisas. A lei cerimonial ficou circunscrita a Israel; referia-se a costumes, alimentação e etc. Hoje não temos nenhuma obrigação para com essa lei. Ao devolvermos o que não nos pertence, reconhecemos que somos propriedades do Deus Triúno.

(2) - O dízimo era uma prática generalizada - Dirá alguém: não há nenhum mandamento para dar o dízimo no NT.. De fato, não há, nem haveria necessidade disso. Tratava-se de uma prática generalizada. Um mandamento sobre o dízimo seria, no dizer do povo: "chover no molhado". O mesmo ocorre em relação à guarda do Domingo.


Um outro aspecto que devemos observar dentro do NT., é que o dízimo deve ser usado no sustento do ministério sagrado (1 Cor 9). Paulo fala do dever que as igrejas tem de sustentarem condignamente os seus obreiros, missionários e ministros do evangelho.


No verso 11 desse capitulo, Paulo usa várias figuras de linguagem para explicar esse tema.


No verso 14 o apóstolo conclui: "Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho".


Trata-se de uma ordem dada pelo próprio Cristo, cuja autoridade precisa ser respeitada.

(3) – A Realidade do Dízimo no Novo Testamento - Como nas outras leis do AT., o dízimo recebe na nova dispensação maior amplitude, no princípio da mordomia da vida e da propriedade. Esse princípio não exclui o dízimo, porém, vai além dele, assim como o NT (sem excluir o AT), completa-o e amplia-o.

Por isso mesmo, o que encontramos no NT., são exemplos de contribuição que vão além do dízimo:

Viúva pobre (Mc 12.41-44); Zaqueu (Lc 19.8); crentes de Jerusalém (At 2.44, 45; 4.32-37); crentes da Macedônia (2 Co 8.1-5); crentes de Corinto (1 Co 16.2).

Ainda mais: Quando lemos com a devida atenção os escritos de Paulo, não percebemos qualquer indicação quanto ao dízimo. Vemos uma omissão curiosa e desconcertante por parte de um homem que conhecia muito bem a lei.


Contudo, é possível afirmar que a contribuição do dízimo dentro do NT. é algo íntegro e digno da observação por parte do cristão do presente século.


O relativo silêncio sobre o tema pode ser entendido se considerarmos que o dízimo era algo que Jesus, Paulo e outros autores bíblicos consideravam sua prática um fato habitual e indiscutível. Tratava-se, portanto, de uma prática que não necessitava ser estabelecida (Mt 23.23; Lc 11.42; 18.12; Hb 7.1-10).

Quem se dispuser a praticar o ensino do NT. tomará o dízimo como simples ponto de partida, procurando crescer na graça da contribuição, a ponto de dizer como R. G. Le Torneau, riquíssimo e liberalíssimo industrial crente:


- "A questão não é: Quanto de meu dinheiro devo dar ao Senhor?, mas: Quanto do dinheiro do Senhor devo guardar para mim?".

V – JESUS FOI DIZIMISTA?

O Dr. Dillard, em seu precioso livro "Mordomia Bíblica", levanta esta interessante e importante pergunta. Ele responde a tal pergunta afirmativamente, e alinha entre outra, as seguintes razões:

(1) – Jesus foi educado num piedoso lar judeu, e os judeus piedosos eram dizimistas.

(2) – Jesus declarou que não veio revogar a lei e os profetas (Mt 5.17). O dízimo é ensinado pela lei e pelos profetas.

(3) – Jesus sempre elevou o nível moral. Leia, de novo, o que disse Ele no Sermão do Monte sobre o adultério, o juramento, e etc, e indague se ele ficaria satisfeito, em matéria de contribuição, com um padrão inferior ao dízimo.

(4) – Os inimigos de Jesus tentaram convencê-lo de que estava violando a lei, por exemplo, no caso da observância do Sábado. NÃO SERÁ ESTRANHO QUE ELES NUNCA O TIVESSEM ACUSADO DE VIOLAR A LEI DO DÍZIMO, CASO NÃO O PRATICASSE?

VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Não há uma distinção essencial entre o dízimo do Antigo e do Novo Testamento. No primeiro, era parte da aliança, para o povo que a ela pertencia e envolvia compromisso, era princípio e valor espiritual, um privilégio concedido ao povo da aliança, jamais uma imposição. No Novo Testamento, não é diferente. Cada participante da Igreja de Cristo tem um compromisso assumido através dos votos Sagrados feitos diante de Deus perante a sua igreja.


No AT., o dízimo era regido pela lei, observando o princípio de culto, e reconhecimento da soberania de Deus. No NT., é impulsionado pelo amor, pela devoção e desejo sincero da prática de culto e obediência aos princípios da aliança.

O dízimo, tanto no Antigo como no Novo Testamento é uma doutrina clara e explícita. Não se trata de uma imposição da lei e, sim, um privilégio para o crente. Não se pode admitir a ideia de que está implícito no aparente silêncio do Novo Testamento a revogação desta santa doutrina. Não é inteligente trocarmos o explícito pelo implícito, trocar o certo pelo duvidoso.

Portanto, quando se considera o caráter contínuo da aliança, não é possível que uma pessoa verdadeiramente regenerada, convertida, justificada e adotada como família da aliança, não se sinta movida à uma verdadeira adoração ao Autor, Provedor e Sustentador da Aliança:


"Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!" (Rm 11.36).


FONTE DE CONSULTA:

Estudo bíblico: “Dízimo: imposição ou privilégio?” – Autor: David C. Costa