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23 de jun. de 2014

2º TRIMESTRE DE 2014 - LIÇÃO Nº 13 - 29/06/2014 - "A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL 
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ 
LIÇÃO Nº 13 - DATA: 29/06/2014 
TÍTULO: “A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS”
TEXTO ÁUREO – Ef 3.10
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ef 3.8-10; I Pe 4.7-10
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/



I - INTRODUÇÃO:




A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se na Igreja por meio da intervenção sobrenatural do Espírito Santo e a partir dos dons de Deus necessários ao crescimento espiritual dos crentes, que devem utilizá-los com humildade e fidelidade, não buscando os interesses próprios, mas, sobretudo, o amor, pois sem amor de nada adianta possuir dons.





II - OS DONS ESPIRITUAIS:




É intenção de Deus trabalhar por meio da Igreja entre o primeiro e o segundo advento de Cristo. Ele escolheu a Igreja para ser a Sua agência e cumprir Seus propósitos no mundo atual. Vejamos alguns deles abaixo:




(1) - O PRIMEIRO OBJETIVO DA IGREJA É A EVANGELIZAÇÃO DO MUNDO - Da mesma maneira que Jesus Cristo veio para buscar e salvar o perdido, assim também a extensão de seu corpo nesta era, a Igreja, deve compartilhar desse interesse - Mt 18.11 cf Mt 28.19-20.




Uma das características da primitiva Igreja de Jerusalém é que ela continuou a crescer. Mesmo sob perseguição, a Igreja Primitiva espalhava a mensagem do Evangelho, por onde quer que seus membros fossem dispersos - At 2.47; 8.4.




A Igreja primitiva também era caracterizada pela ênfase à Palavra falada - l Co 1.21 -. E, assim, a obra da Grande Comissão continua a ser realizada.




A experiência pentecostal é dada aos crentes, tendo o Evangelismo como seu principal objetivo (At 1.8).




O poder do Espírito Santo, ao descer sobre os crentes, expressa-se não somente no falar em línguas como a evidência física inicial ou externa, mas em poderosos atos sobrenaturais, que confirmam o testemunho verbal dos fiéis (Mc 16.15,16; Hb 2.4).




Os dons do Espírito, tal como a profecia, também são meios pelos quais o Espírito Santo costuma convencer os pecadores (l Co 14.24,25).




(2) - O SEGUNDO OBJETIVO DA IGREJA É MINISTRAR A DEUS - Uma frase repetida com frequência na Epístola aos Efésios, especialmente em seu primeiro capítulo, acerca do propósito dos seres humanos dentro do universo divino, é que sejamos para o "louvor de sua [de Deus] glória". Fomos criados para adorar e Deus proveu a Igreja, o corpo coletivo dos crentes, como instru­mento especial de adoração.




A Igreja espiritual que adora é um poderoso arsenal de poder que Deus emprega em sua guerra contra as hostes das trevas. De fato, qualquer que seja a necessidade da Igreja, o Espírito tem algum dom para satisfazê-la.




(3) – O TERCEIRO OBJETIVO DA IGREJA É EDIFICAR UM CORPO DE SANTOS, NUTRINDO-OS, A FIM DE QUE SE CONFORMEM À IMAGEM DE CRISTO - O evangelismo é a conquista de novos convertidos; a adoração é a Igreja voltada para Deus; a nutrição é o desenvolvimento dos novos convertidos em santos maduros. Deus preocupa-se grandemente em que os recém-nascidos cresçam na graça (Ef 4.11-16; cf. l Co 12.28; 14.12).




Paulo enfatiza repetidamente o anelo de Deus pela maturidade espiritual dos crentes (l Co 14.12; Ef 4.11-13; Cl 1.28,29).




Como pode alguém saber que está crescendo à imagem de Cristo? Como pode uma Igreja medir seu sucesso ao produzir a maturidade cristã em seus membros?




Gálatas 5.22-26 oferece um belo conjunto de virtudes chamado "o fruto do Espírito": amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Os que exibem tais carac­terísticas de caráter são declarados como quem está cum­prindo a lei ou instrução de Cristo. Precisamos tomar parte ativa nisso.




Leiamos 2 Pedro 1.5-11 - A tarefa da Igreja não terminará enquanto não ajudar seus membros a crescerem espiritualmente, a fim de que os vários dons do Espírito equilibrem-se à exibição dos vários aspectos do fruto do Espírito (l Co 13).




O Espírito Santo fala, ainda, por meio dos dons espirituais, dos quais seis transmitem a sabedoria e a mensagem de Deus (I Cor 12.8-11).





III – O PROPÓSITO DE DEUS COM A IGREJA:




Ef 3.11 – Vamos verificar cinco propósitos distintos que Deus deseja realizar por meio da Igreja:




(1) – DEUS ESCOLHEU A IGREJA PARA SER A SUA MORADA – I Cor 3.16; Ef 2.22 – O Senhor quer habitar no meio dos homens, e, nesta dispensação, Ele se manifesta pelo Seu Espírito. Por isso, é importa que a Igreja esteja cheia do Espírito Santo – Jo 16.14-15; II Cor 3.8 cf At 2.4; Ef 5.18.




O Senhor também deseja falar aos homens – Apc 2.7, 11 – Hoje, Ele faz ouvir a Sua voz por meio do Espírito Santo que fala pela Palavra, vivificando-a (II Sm 23.2; Jo 6.63; II Cor 3.6), e fala também por meio de Seus ministros, usando-os (Hb 2.3-4; I Pe 1.12 cf II Cr 36.15).




(2) – A IGREJA É O LUGAR ONDE O CRENTE CULTUA A DEUS – I Pe 2.9; Apc 1.6 – Conforme o Seu propósito, Deus escolhe a Igreja para ser o Seu sacerdócio nesta nova dispensação – I Pe 2.5 -. É verdade que são sacrifícios diferentes daqueles oferecidos no A.T.. A nós, os sacerdotes do Novo Pacto, cabe-nos, agora, oferecer ao Senhor sacrifícios de louvor por tudo quanto Ele fez e faz por nós – II Cr 29.31; Hb 13.15.




Devemos também oferecer a Deus nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável, que é o nosso culto racional. Foi esse o sacrifício que os crentes em Macedônia ofereceram a Deus – Rm 12.1 cf II Cor 8.5.




(3) – A IGREJA É O LUGAR ONDE O CRENTE É GUIADO À BOA DOUTRINA – Conforme Seu propósito para com a Igreja, Deus determinou que ela fosse o Seu instrumento para proporcionar a cada crente o cuidado, a proteção, e a orientação espiritual de que carece. Esse propósito é evidenciado de modo nítido através de dois símbolos aplicado à Igreja:




(A) - Rebanho (At 28.20 cf Sl 74.1; 78.52; 95.7; 100.2); e




(B) - Lar ou Família (Ef 2.19-20)




(4) – A IGREJA É UM MISTÉRIO PORQUE É O ÓRGÃO PELO QUAL JESUS CONTINUA A SUA OBRA – Quando a Bíblia fala sobre o propósito eterno de Deus sobre a Igreja, e como ele foi revelado, diz que se trata de um mistério – Ef 3.3-6; 5.32 -. O mistério está em que, embora Jesus tenha voltado ao céu, pode, pessoalmente, continuar a obra por meio da Igreja.




(5) – A IGREJA É A COLUNA E FIRMEZA DA VERDADE - I Tm 3.15 – Toda a obra de Deus está fundamentada na verdade, pois Deus é a Verdade (Jr 10.10), Jesus é a Verdade (Jo 14.6) e o Espírito Santo é o Espírito da Verdade, que nos guiará a toda verdade (Jo 16.13).




Deus não entregou a defesa e a pregação desta alta responsabilidade à Política, à Cultura, tampouco à Sociedade; Ele escolheu a Sua Igreja para essa nobre missão. Diante disso:




(A) – A Igreja precisa manter atitude firme e não ceder diante dos ataques à sã doutrina.




(B) – A Igreja deve, em tudo, praticar a verdade, seja em palavras ou ações – I Cor 4.6; II Cor 1.19; II Jo 4.




(C) – A Igreja deve, em tempo e fora de tempo, ser defensora do Evangelho, assim como foram os apóstolos – At 24.5; Fp 1.16.




(D) – Somente Jesus tem o poder de tornar os vencedores  colunas – Apc 3.12.





IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS:




A Igreja tem uma vocação que se dirige para o alto - Fp 3.14.




Hebreus 3.1 lembra que somos santos irmãos, "participantes da vocação celestial".




Efésios 1.3-4 declara: - "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis di­ante dele em caridade".




A Bíblia não está se referindo à predestinação, mas dizendo que a Igreja foi escolhida como um corpo predestinado a ser santo. Todos os que preferem crer tornam-se parte da Igreja e compartilham de seu destino. Na Igreja, "a posição do crente e suas bênçãos são espirituais, celestiais e eternas".


FONTES DE PESQUISA E CONSULTA:

Doutrinas Bíblicas – Uma Perspectiva Pentecostal – CPAD – William W. Menzies e Stanley M. Horton
Teologia Sistemática – A Doutrina da Igreja e dos Anjos – CPAD – Eurico Bergstén

16 de jun. de 2014

2º TRIMESTRE DE 2014 - LIÇÃO Nº 12 - 22/06/2014 - "O DIACONATO"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL 
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ 
LIÇÃO Nº 12 - DATA: 22/06/2014 
TÍTULO: “O DIACONATO”
TEXTO ÁUREO – I Tm 3.13
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: I Tm 3.8-13
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/








I – INTRODUÇÃO:




At 6.1-6 - Diácono é um servidor; um oficial da Igreja, instituído pelos Apóstolos para:




(1º) – Socorrer aos necessitados;




(2º) – Servir as mesas; e




(3º) – Manter a boa ordem na casa de Deus.




Há, pois, que se resgatar o ministério diaconal, como no-lo mostra a Palavra de Deus, em At 6.





II – A ORIGEM DO DIÁCONO:




O sentido original da palavra “Diácono” é “servo”, “servente de mesas”, “garçom”.




O termo, contudo, tem o mesmo sentido de ministro e se relaciona também com a palavra empregada por Jesus, a seu próprio respeito, quando disse: "O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir" (Mt 20.28).




Além do sentido etimológico ora estudado, geralmente se admite que a função de Diácono teve a sua origem na escolha dos sete, em Atos 6.1-6, embora esses não sejam denominados de Diáconos.




No Novo Testamento, os Diáconos tinham a função de administrar coisas materiais e se ocupavam do suprimento dos necessitados na igreja.




Foi de fato a necessidade de atendimento às viúvas helenistas que motivou a decisão dos apóstolos quanto à separação de homens de excelentes qualidades para a função que deu origem ao diaconato. O termo Diácono, entretanto, só depois, de muitos anos, Paulo o menciona como parte do ministério da Igreja.






III – O DIÁCONO:




I Tm 3.8 – Já no início da atividade em Jerusalém, manifestou-se a necessidade de separar alguns homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para servirem como Diáconos, atendendo assuntos materiais e sociais, para aliviar a sobrecarga que estava sobre os ombros dos ministros, a fim de que estes pudessem dedicar-se à oração e ao ministério da Palavra – At 6.1-4.




Os Diáconos não são os responsáveis diretos pelo lado material, nem pelo social da Igreja, mas são constituídos “sobre este importante negócio” por aqueles a que caberia fazê-lo – At 6.3. Eles, assim, não fazem parte propriamente do governo da Igreja.




Os Diáconos, sendo cheios do Espírito Santo, podem tomar parte na pregação da Palavra, como faziam os Diáconos Estêvão (At 6.10) e Filipe (At 8.5). O que se espera de um bom Diácono é um bom serviço – I Tm 3.13.





IV – A FUNÇÃO DO DIÁCONO:




Na Igreja Primitiva, o Diácono se ocupava especialmente de arrecadar donativos e distribuir alimentos aos pobres, aos necessitados.




Esta prática cristã esteve em franca evidência, especialmente nos primeiros anos da Igreja Primitiva, quando havia verdadeira comunidade de bens, entre os cristãos - At 4.32,35.




Esta prática cristã constituía um vasto campo de atividade e exigia a dedicação de homens fiéis. Era um trabalho de grande responsabilidade. Por isto, a exigência - At 6.3.




Tendo em vista a função original do Diácono, podemos concluir: onde quer que haja uma igreja que mantenha trabalhos sociais, com reais serviços de atendimento aos necessitados, a cargo de um Diácono, aí estará um tipo do Diácono do Novo Testamento, pois a menção de "servir às mesas", em nada se relaciona com a solenidade de distribuição da Santa Ceia em nossos dias. O Diácono tinha mesmo um ministério material como administrador de alimentos à comunidade pobre.




É provável que este sistema de beneficência cristã haja sofrido alguma modificação ou mesmo restrição. Cedo apareceram os que, à semelhança de Ananias e Safira, pretendiam imitar Barnabé e outros abnegados doadores (At 4.36,37; 5.1-11).




Também surgiram os que abusavam da generosidade dos irmãos, vivendo sem trabalhar, na exclusiva dependência da igreja. Isto se deduz das enérgicas admoestações de Paulo - Ef 4.28; l Ts 4.10,11; 2 Ts 3.10 - . Esta regulamentação atingiu até mesmo as viúvas - l Tm 5.16.




A situação chegou a ponto de Paulo e seus companheiros, em detrimento dos seus direitos, resolverem apresentar-se como exemplos, trabalhando com as próprias mãos - 2 Ts 3.8,9.




Estas passagens tanto revelam as providências para coibir as irregularidades, como demonstram que o serviço de atendimento aos necessitados não existiu somente em Jerusalém, mas também entre os gentios.




Nas epístolas de Paulo, dezenas de anos depois do início da Igreja em Jerusalém, são encontradas expressões como estas: "Servir aos santos e ainda servis", que correspondem à função de Diácono na igreja entre os gentios, em diversos lugares.





V – AS QUALIDADES DO DIÁCONO:




l Tm 3.8,9 - As qualidades exigidas para o Diácono são semelhantes às do bispo-presbítero. Entre outras coisas, lhes é exigida integridade no falar, e serem livres de "sórdida ganância", qualidade indispensável a quem lida com dinheiro e bens alheios.




Não somente as exigências para a escolha de Atos 6, mas também outros passos bíblicos revelam a seriedade com que era encarado o assunto. Paulo, instruindo os Coríntios, a respeito das ofertas recolhidas para os pobres de Jerusalém, na época de fome, diz - l Co 16.3 .




É regra sem exceção na Bíblia: Para qualquer trabalho para Deus e Sua causa, a responsabilidade corresponde à honra e ao privilégio do encargo.





VI – O TRABALHO ESPIRITUAL DO DIÁCONO:




Conquanto a função do Diácono fosse especificamente o atendimento dos necessitados, este não estava privado de exercer atividades espirituais, pregar o Evangelho e nem de possuir extraordinários dons sobrenaturais. Os dons espirituais podem dar origem a títulos ministeriais, contudo não se limitam e nem sempre correspondem a tais títulos.




Se admitimos que os sete foram os primeiros Diáconos, forçoso nos será concordar que o Diácono pode ser portador de extraordinários dons e, consequentemente, habilitado para grandes obras no Reino de Deus.




De Estêvão, está escrito: At 6.8,10.




A respeito de Filipe, lemos: At 8.6,7.




Os homens escolhidos deviam ser "de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria" (At 6.3). Não há dúvida de que homens com tais qualidades e condições espirituais poderão ser usados por Deus para qualquer trabalho na Sua Igreja: l Tm 3.13.




Será sempre de grande proveito na igreja o Diácono segundo o modelo bíblico.





VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS:




Em geral, a Igreja Primitiva julgava ter tido a origem da ordem de Diácono nos sete homens escolhidos de que fala At 6.




Entretanto, devemos observar que aqueles sete homens escolhidos nunca são chamados de “Diáconos” em Atos dos Apóstolos.




Somente pelo fim da vida do apóstolo Paulo é que há claros indícios de aparecerem os “Diáconos” como fazendo parte regular da organização da Igreja. Somente, então, eles são mencionados com os “Bispos” da Igreja de Filipos e, em I Tm 3, é que o apóstolo Paulo estabeleceu regulamentos para ambos os cargos.




Por fim, devemos notar que a palavra “Diácono”  se usa no N. T. no sentido geral de:




(A) – Servo ou agente de um rei – Mt 22.13;




(B) – Servo ou agente de Deus – Rm 13.4; e




(C) – Servo ou agente de Jesus Cristo – I Tm 4.6.




É exatamente neste sentido (servo ou agente) que o apóstolo Paulo fala de si próprio como de um Diácono ou ministro do Evangelho e da Igreja – Cl 1.23, 25.


FONTES DE CONSULTA E PESQUISA:

Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD – Estêvam Ângelo de Souza
Teologia Sistemática – CPAD - Eurico Bergstén
Dicionário Bíblico Universal – Editora Vida – Buckland
Dicionário Teológico – CPAD – Claudionor Corrêa de Andrade

12 de jun. de 2014

2º TRIMESTRE DE 2014 - LIÇÃO Nº 11 - 15.06.2014 - "O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL 
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ 
LIÇÃO Nº 11 - DATA: 15/06/2014 
TÍTULO: “O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO”
TEXTO ÁUREO – Tt 1.5
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Tt 1.5-7; I Pe 5.1-4
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/











I – INTRODUÇÃO:




Tt 1.5 – Conforme o ensino apostólico havia presbítero em cada Igreja (At 14.23); eles foram estabelecidos para que a boa ordem fosse mantida nas igrejas, em cada cidade onde se estabeleceu o trabalho. Para essa função usava-se simultaneamente: presbítero (Tt 1.5), ancião (At 20.17) e bispo (At 20.28), sem que esses nomes representassem diferença, quer no cargo, quer na responsabilidade: eram apenas sinônimos.




II – ORIGEM DOS TÍTULOS:




Ancião, presbítero e bispo são títulos que não tiveram origem na Igreja.




Ancião era a designação do magistrado, escolhido entre os mais velhos, mais experientes e mais respeitáveis da tribo, que exerciam influência no governo de algumas nações antigas, como Egito, Moabe e Midiã e povos contemporâneos, sendo o sistema adotado posteriormente pelos gregos e romanos.




Ao que se percebe, o costume foi aceito pelo povo hebreu ainda antes do Êxodo - Êx 3.16,18; Ex 4.29 -. Daí por diante são os anciãos encontrados frequentemente como representantes da comunidade.




Existiam no período dos Juízes e exerciam grande influência nos negócios de mais importância (Js 20.4).




Aparecem também com grande influência no governo monárquico – I Sm 15.30; II Sm 3.17; 5.3; I Rs 8.1).




Além destes, muitos outros trechos bíblicos falam dos anciãos nas épocas do Antigo Testamento, relacionados com o governo dos diversos reis dos hebreus. Conforme a Versão Atualizada, já eram intitulados de superintendentes, que é o sentido de presbítero ou bispo - Nm 11.16.




Nos tempos de Jesus, os vemos atuando destacadamente nas questões mais importantes - Mt 27.12, 20.




Ainda nos dias de Paulo, os judeus, pretendendo matá-lo, "foram ter com os principais sacerdotes e os anciãos" (At 23.14).




Já “Presbítero” é uma palavra de origem grega, que também se traduz por “ancião” e “mais velho”. Por isto, os cidadãos considerados de maior dignidade e mais experientes eram chamados tanto anciãos, como presbíteros que têm o mesmo significado de bispo. Esta é, portanto, a origem histórica de ancião, presbítero ou bispo.





III – O PRESBÍTERO NO NOVO TESTAMENTO:




"Durante o período do Novo Testamento, o sumo sacerdote era o presidente ex-ofício do Sinédrio. Uma organização semelhante foi naturalmente seguida pela igreja cristã e o ancião do Antigo Testamento se tornou no presbítero do Novo Testamento" (Novo Dic. da Bíblia, Vol III, Pg 1314).




Com isto concordam os textos bíblicos de At 20.17, 28 e Tito 1.5,7, que revelam claramente que os presbíteros e bispos identificam uma e a mesma função.




De Whedon’s Commentary of New Testament, editado em Nova Iorque em 1873, Vol. IV, pg. 422, traduzimos o seguinte: - "A palavra grega presbítero era um termo político usado pelos atenienses para designar pessoas indicadas como superintendentes de negócios de dependência estrangeira. A palavra usada para designar um oficial da igreja, no Novo Testamento grego, é aplicada somente por Paulo e seu discípulo Lucas (At 20.28; Fp 1.1; Tt 1.7) e é possível que tal aplicação se originou com Paulo".




De fato, é na vigência do ministério de Paulo, conforme os registros de Lucas, em Atos, que aparece o presbítero ou bispo, logo na primeira viagem missionária (At 14.23).




IV – A HISTÓRIA DO PRESBÍTERO:




Nas diferentes opiniões a respeito deste assunto, não deixa de haver um elevado percentual de influências doutrinárias, de origens tradicionais.




Nos países onde a literatura sofre a influência do catolicismo romano, com frequência o termo presbítero é traduzido - padre, sacerdote.





A Igreja é constituída de homens e estes não deixam de sofrer influência do meio ambiente e das circunstâncias em que ocorre a sua formação.




Não há dúvida de que a influência de Calvino e John Knox foi sentida fortemente na Escócia e outros países da Europa, especialmente na Escandinávia, através dos contatos com Zwinglio.




"Fundamentadas na doutrina cristã de Calvino, as ordenanças Eclesiásticas de Genebra distinguiam: Os pastores e presbíteros docentes (clérigos) e os presbíteros regentes e diáconos (leigos)"  (Enciclopédia Barsa, Vol II, pg. 222).




Daí originou-se a teoria de presbítero geral e presbítero local que, através dos missionários, foi levada para diferentes partes do mundo, atingindo até mesmo algumas denominações independentes do bloco presbiteriano, sendo aceita por uma mesma confissão religiosa em um país e recusada em outro, de acordo com as influências doutrinárias mais vigorosas.




O certo é que no início o corpo docente (ministério) da Igreja era constituído de dois cargos e duas funções, diácono e presbítero ou bispo, visto que os próprios apóstolos se consideravam presbíteros, conforme veremos mais adiante.




A Igreja Católica dividiu em dois o cargo de presbítero ou bispo, formando o sacerdócio e o bispado. Depois, adicionou ao termo bispo o prefixo grego “arce” (que significa superior, acima de...), arranjando o título de arcebispo (superior dos bispos), iniciando assim, a escada do episcopado hierárquico que chegaria à culminância com o papado.




Algumas igrejas adotaram o sistema episcopal, sem papa. "Outras, como as do grupo presbiteriano, não aceitam a autoridade episcopal, nem admitem hierarquia superior à dos presbíteros” (Enciclopédia Barsa, Vol II, pg. 222).




A Igreja Batista e outras da mesma origem admitem certa a interpretação de que o presbítero ou bispo são a mesma coisa que o pastor. Além do diácono, limitam o seu ministério a este único cargo e a esta única função.




A Assembleia de Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se constituir inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos pela crença bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial, adotou uma posição intermediária, mais aproximada do sistema presbiteriano. Não admite hierarquia. Não aceita o episcopado formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no Novo Testamento. Admite, entretanto, o encargo separado de presbítero.





V – CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS:




Além do exposto e dos pareceres fundamentados na Sagrada Escritura, passamos a considerar outros passos bíblicos, a respeito do assunto.




Como já antes afirmamos, em Atos 20.17, Paulo manda "chamar os presbíteros da Igreja" e no versículo 28, falando a esses presbíteros, diz: "Atendei por vós e por todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos constitui bispos, para pastoreardes a igreja de Deus".




Aqui temos o presbítero ou o bispo pastoreando a igreja de Deus. São as mesmas pessoas, com a mesma função, de pastorear.




Em l Timóteo 5.17, Paulo preceituou: "Devem ser considerados merecedores de dobrada honra os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino". Notemos as atribuições desses presbíteros:




(1º) - Devem ser considerados merecedores de dobrada honra, ou remuneração, como sugere o versículo 18, logo em seguida. Um erudito cristão traduz esta recomendação assim: "Devem ser mantidos honradamente". Isto certamente fala daqueles que dão tempo integral ao trabalho;




(2º) - Presidem, significa ter a responsabilidade da direção e da administração geral da comunidade;




(3º) - Se afadigam na palavra, que representam a atividade evangelística de quem se dedica inteiramente ao serviço da igreja;




(4º) - Se afadigam no ensino, incumbência do pastor da igreja mais de que de qualquer outro. É difícil, portanto, admitir-se que ao ministro responsável pelo rebanho é que cabem estas prerrogativas.




Em l Timóteo 4.14, Paulo fez uma exortação ao seu discípulo - Este trecho, tomado ao pé da letra, parece favorecer aos que pretendem estabelecer distinção entre presbítero e bispo (pastor).



Torna-se necessário observar que em 2 Timóteo 1.6, o mesmo apóstolo fez uma advertência a Timóteo - Haverá aqui uma contradição de Paulo? Não significa isto que Paulo fazia parte desse "presbitério" ou conselho de ministros que consagrou Timóteo ao ministério?




Em Tito 1.5, Paulo recomendou a Tito que constituísse presbíteros; no versículo 6 menciona as qualidades que devem adornar esses ministros e, no versículo 7, diz: "Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus". Aqui, mais uma vez, na concepção de Paulo, presbítero e bispo (pastor) identificam uma única função.




Em l Pedro 5.1-3, é Pedro, o apóstolo, o pastor, o líder da igreja judaica, que também se intitula de presbítero, que exorta os presbíteros: "Pastoreai o rebanho de Deus".




Em 2 João, versículo l2, é o veterano apóstolo João que começa a sua carta dizendo: "O presbítero à senhora eleita e aos seus filhos..."




Em 3 João, versículo l, escreve o mesmo apóstolo: "O presbítero ao amado Gaio..."




Estas passagens bíblicas demonstram com clareza meridiana que os presbíteros no Novo Testamento constituíam a classe ministerial de pastores, de líderes, tal como há atualmente, e não a classe que existe com o nome de presbíteros ou presbitério, em nossos dias.




Em face de tudo isto, se os presbíteros não eram os mesmos bispos, pastores, os ministros, inclusive os apóstolos, forçoso nos será admitir que os presbíteros constituíam uma classe ministerial superior a todos e, se assim era, deveria ser ainda hoje e continuar sendo sempre...




Talvez seja este conceito, esta ideia, ao alcance dos presbíteros, a razão da autoridade que muitos pretendem exercer sobre os seus pastores. Assim sendo, têm razão!





VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:




Aprouve a Deus levantar obreiros para cuidar da Sua Igreja. Esta jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do Pastor titular, este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a administrar a igreja local: O Presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros, homens honrados, de boa índole e idôneos para, junto ao Pastor titular, cuidar e zelar do rebanho do Senhor.


FONTES DE CONSULTA E PESQUISA:
Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD – Estêvam Ângelo de Souza
Teologia Sistemática – CPAD - Eurico Bergstén