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28 de dez. de 2011

1º TRIMESTRE DE 2012 - LIÇÃO Nº 01 - 01/01/2012 - "O SURGIMENTO DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 01 - DATA: 01/01/2012
TÍTULO: “O SURGIMENTO DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE”
TEXTO ÁUREO – Rm 9:20
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Lc 12:13-21
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/


I - INTRODUÇÃO:





PROSPERIDADE = VENTURA, FELICIDADE.


Nada há de errado em o crente ser próspero. Deus é bom e deseja que tenhamos uma vida abundante. Entretanto, isso não significa que teremos ausência de dor, escassez ou momentos difíceis. A Palavra de Deus está repleta de exemplos de homens que padeceram dores, enfermidades e escassez. Por isso, não podemos aceitar as heresias e as aberrações da chamada Teologia da Prosperidade. Este movimento, que surgiu nos EUA, alastrou-se rapidamente pela América Latina e tem feito muitas igrejas abandonarem o genuíno evangelho. Precisamos, pois, estar atentos ao que disse Jesus: ACAUTELAI-VOS – Lc 12:15.


II - OS ENSINOS DO EVANGELHO DA PROSPERIDADE EM CONFRONTO COM A BÍBLIA:



Os ensinadores da Teologia da Prosperidade ou da Confissão Positiva baseiam-se em três pontos a serem considerados:


(1) - AUTORIDADE ESPIRITUAL.


(2) - SAÚDE E PROSPERIDADE.


(3) - CONFISSÃO POSITIVA.


Vejamos cada destes pontos, separadamente, com as devidas refutações bíblicas:


1 - AUTORIDADE ESPIRITUAL:


1.1 – “PROFETAS HOJE” – Ensinam que Deus tem dado autoridade (unção) a profetas nos dias atuais, como seus porta-vozes e que recebem novas revelações diretamente do Senhor.


QUE DIZ A BÍBLIA - O ministério profético, nos termos do AT, durou até João (Mt 11.13). Os profetas de hoje são os ministros da Palavra (Ef 4.11). Os profetas do AT foram usados por Deus (dentre outras coisas) para revelarem o Plano do Senhor para a humanidade; nada poderá ser-lhe acrescentado ou retirado. Já o dom de profecia (1 Cor 12.10) não confere autoridade profética para efeito de “novas revelações”; provê edificação, exortação, consolo, advertência e julgamento (I Cor 14:3, 25-26, 31).



1.2 - "AUTORIDADE DAS REVELAÇÕES" - Deriva das "visões, profecias, entrevistas com Jesus, curas, palavras de conhecimento, nuvens de glória, rostos que brilham e cair no Espírito".


O QUE DIZ A BÍBLIA - A Palavra de Deus garante autoridade aos servos do Senhor (Lc 24.49; At 1.8; Mc 16.17,18). Ela deriva da fé no Nome de Jesus e da Sua Palavra. Não pode existir qualquer "nova revelação" da vontade de Deus. Tudo está na Bíblia (At 20.20; Apc 22.18,19). Paulo recebeu revelação extraordinária, mas não a escreveu nem a revelou (2 Cor 12.1-6).



1.3 – “HOMENS SÃO DEUSES” - "Você é tanto uma encarnação de Deus quanto Jesus Cristo o foi..." (Hagin, Word of Faith, 1980, p. 14). "Você não tem um deus dentro de você. Você é um Deus" (Kenneth Copeland, fita cassete The Force of Love, BBC-56). "Eis quem somos: Cristo!" (Hagin, Zoe: A Própria Vida de Deus, p.57). "Eu sou um pequeno Messias" (Hagin, citado por Hanegraaff, p. 119). Baseiam-se, erroneamente, no Sl 82.6, citado por Jesus em Jo 10.31-39.



O QUE A BÍBLIA DIZ - Satanás, no Éden, incluiu no seu engodo que o homem seria "como Deus” (Gn 3.5). Isso é doutrina de demônio. Em Jo 10.34, Jesus citou o Sl 82.6-7, mostrando a fragilidade do homem e não sua deificação (Nm 23.19; 1 Sm 15.29; Os 11.9; Ex 9.14). Fomos feitos semelhantes a Deus, mas não somos iguais a Ele: Ele é Onipotente (Jó 42.2); nós, frágeis (1 Cor 1.25); Deus é Onisciente (Is 40.13,14; Sl 147.5); nós, limitados no conhecimento (Is 55.8,9); Deus é Onipresente (Jr 23.23,24); o homem só pode estar num lugar (Sl 139.1-12). Eis o porquê da doutrina dos adeptos da prosperidade: Consideram-se deuses!


O Cristianismo, que tem suas raízes no Judaísmo, é de caráter estritamente monoteísta. Por isso, um crente em Jesus jamais poderá esquecer das seguintes passagens bíblicas: Dt 6:4; 32:39; II Sm 22:32; Is 37:20; 40:6-8, 18-26; 43:10; 44:6-8; 45:5-6, 21-22; 46:9; Rm 3:30; Gl 3:20; I Tm 2:5


Emergem daí dois fatos fundamentais para esclarecimento humano:


(1º) - HÁ UM SÓ DEUS; e


(2º) - Eu e você NÃO SOMOS ELE! (At 12:22 cf 14:11; 28:6)



2. SAÚDE E PROSPERIDADE:


Segundo essa doutrina, o cristão tem direito à saúde e riqueza; diante disso, doença e pobreza são maldições da lei.


2.1. “BÊNÇÃO E MALDIÇÃO DA LEI” - Com base em Gl 3.13,14, ensinam que fomos libertos da maldição da lei: Pobreza; doença e morte espiritual. Tomam emprestadas as maldições de Dt 28. Hagin diz que os cristãos sofrem doenças por causa da lei de Moisés.


O QUE DIZ A BÍBLIA – Em Gl 3, Paulo refere-se à maldição da lei a todos os homens que permanecem no pecado. A igreja não se encontra debaixo da maldição da lei de Moisés (Rm 3.19; Ef 2.14). Hagin diz que ficamos debaixo da bênção de Abraão (Gl 3.7-9), que inclui não ter doenças e ser rico. Ora, Abraão foi abençoado por causa da fé e não das riquezas ou da confissão positiva. Os teólogos da prosperidade dizem que Cristo, na Cruz, "removeu não somente a culpa do pecado, mas os efeitos do pecado" (Pieratt, p. 132). Mas isso não é verdade, pois Paulo diz que "toda a criação geme", inclusive os crentes, aguardando a completa redenção (Rm 8:22-23).



2.2. “O CRISTÃO NÃO DEVE ADOECER” - Ensinam que "todo cristão deve esperar viver uma vida plena, isenta de doenças"; viver de 70 a 80 anos, sem dor ou sofrimento. Pregam que Is 53.4,5 é algo absoluto. Fomos sarados e não existe mais doença para o crente.


O QUE DIZ A BÍBLIA - (Jo 16.33) – Os companheiros de Paulo adoeceram (Fp 2.30). Timóteo tinha uma doença crônica (1 Tm 5.23). Trófimo ficou doente (2 Tm 4.20). Essas pessoas não tinham fé? Jesus curou enfermos e citou Is 53.4,5 cf. Mt 8.16,17. Porém, no tanque de Betesda, havia muitos doentes, mas Jesus só curou um (Jo 5.3,8,9). Deus cura, sim. Mas não cura todas as pessoas. Se assim fosse, não haveria nenhum crente doente. Deve-se considerar o desígnio e a soberania divina.



2.3. “O CRISTÃO NÃO DEVE SER POBRE” – Enfatizam muito que o crente deve ter carro novo, casa nova (jamais morar em casa alugada!), as melhores roupas, uma vida de luxo. Jesus andou no "cadillac" da época, “o jumentinho”. Isso é ingênuo, pois o "cadillac" da época de Cristo seria a carruagem de luxo, e não o simples jumentinho.



O QUE DIZ A BÍBLIA – (Dt 15:11; Jo 12:5-8) - A Palavra de Deus não incentiva a riqueza e nem santifica a pobreza (Fp 4.11,12 cf Mt 19:23; Lc 10:42; 12:15). Os apóstolos não foram ricaços, mas homens simples, sem a posse de riquezas materiais (At 3:6a).



3. CONFISSÃO POSITIVA:


Está incluída na "fórmula da fé", que Hagin diz ter recebido diretamente de Jesus:


(1) - "Diga a coisa, positiva ou negativamente; tudo depende do indivíduo. De acordo com o que o indivíduo quiser, ele receberá”.


(2) - "Faça a coisa. Seus atos derrotam-no ou lhe dão vitória. De acordo com sua ação, você será impedido ou receberá".


(3) - "Receba a coisa. Compete a nós a conexão com o dínamo do céu. A fé é o pino da tomada. Basta conectá-lo”.


(4) - "Conte a coisa a fim de que outros também possam crer”. Para fazer a "confissão positiva", o cristão dever usar as expressões: exijo, decreto, declaro, determino, reivindico, em lugar de dizer: peço, rogo, suplico. Jamais dizer: "se for da tua vontade", pois isto destrói a fé.


O QUE A BÍBLIA DIZ - Jesus orou ao Pai, dizendo: "Se é da tua vontade...faça-se a tua vontade..." (Mt 26.39,42); leiamos ainda Mt 7:7-11; Mc 1:40; 5:21-23; 8:22; Lc 4:37-38; 7:1-3; Jo 4:46-47; 14:16; 17:1, 9, 20.


Há, ainda, outros diversos equívocos que confirmam a falta de base bíblica para a Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva:


(1) - DEUS NUNCA DIZ "NÃO" AOS SEUS FILHOS - Esta afirmação vai contra o ensino Bíblico (Dt 3:23-29; II Sm 12:15-23; II Cor 12:7-9)


(2) - ORAR MAIS DE UMA VEZ É FALTA DE FÉ - Isto também não é uma verdade bíblica (Lc 11:5-8; 18:1-8 cf I Rs 18:41-45; Mt 26:38-44; II Cor 12:7-8)


(3) - TODO SOFRIMENTO INDICA FALTA DE FÉ - Esta declaração também contraria o ensino bíblico (Mt 5:10-12 cf II Cor 4:8-12; 11:23-33; Hb 11:32-38)


(4) - DEUS CURA SEMPRE E A TODOS; LOGO, A CURA VEM PELA FÉ. NÃO HAVENDO NECESSIDADE DE USAR REMÉDIOS - Esta doutrina irresponsável e insana tem causado muitos danos e até mortes. Cremos que Deus sempre pode curar, mas nem sempre deseja curar. E Ele é soberano para agir assim (II Rs 13:14; Is 38:21; Jo 11:1-6; Gl 4:13-14; Fp 2:25-27; I Tm 5:23; II Tm 4:20)


(5) - SOMOS FILHOS DO REI, POR ISSO, NÃO PODEMOS SER POBRES - Esta afirmação esbarra na pessoa do próprio Senhor Jesus (II Cor 8:9 cf Mc 10:42-45; I Tm 6:7-10)


Vemos, assim, que a PROSPERIDADE SE TORNA PERIGOSA QUANDO MAL ADMINISTRADA, PODENDO TRANSFORMAR-SE NUMA TERRÍVEL ARMADILHA (Sl 30:6; 62:10; Pv 11:28; Mc 10:23).


III - A BÊNCÀO DA PROSPERIDADE É UMA TEOLOGIA BÍBLICA:





Leiamos Pv 15:6


(1)- A PROSPERIDADE É RESULTADO DE FIDELIDADE – (Sl 112:1-3) - No Antigo Testamento, freqüentemente, Deus assegurava a Seu povo a bênção da prosperidade como resultado da fidelidade (Dt 6:1-3; 28:1-3, 11-12 cf Gn 12:1-3; 26:1-5; {30:43 cf 31:5-9}; I Rs 3:9-15; 10:23); Pv 30:6-8


MUITA ATENÇÃO: - É preciso muito cuidado ao se defender este ensino bíblico, pois mesmo nos dias do Antigo Testamento, nem sempre a prosperidade era resultado de obediência e fidelidade. Muitas vezes a prosperidade estava associada à injustiça social, à opressão exercida sobre os pobres (SI 73:1-20; Is 1:23-24; 5:11-12 cf Ec 5:8):


(A) - A PROSPERIDADE PODE SER RESULTADO DA FIDELIDADE E SINAL DA BÊNÇÃO DE DEUS (I Cr 29:3, 11-14, 16, 25-28);


(B) - PORÉM, NEM SEMPRE É ASSIM (Tg 5:1-6)




(2) - A PROSPERIDADE NÃO SE CONFUNDE COM MATERIALISMO - O materialismo faz das riquezas o centro dos interesses. Torna-se uma obsessão que subjuga o indivíduo à ilusão das riquezas, trazendo consequências trágicas (Mt 13:22)


Logo, a PROSPERIDADE SE TORNA PERIGOSA QUANDO MAL ADMINISTRADA, PODENDO TRANSFORMAR-SE NUMA TERRÍVEL ARMADILHA (Sl 30:6; 62:10; Pv 11:28; Mc 10:23).


IV - BIBLICAMENTE, QUEM SÃO OS PRÓSPEROS?:





Leiamos Lc 12:15 cf Ec 5:10-20


(1) - São aqueles que nada têm, mas possuem tudo. São aqueles que sabem que não têm tudo, mas sabem também que nada lhes faltará - II Cor 6:10 (Sl 23:1; Fp 4:10-14)


(2) - São aqueles que, apesar de todas as dificuldades, vivem tranquilos, valorizando e buscando as coisas lá do alto por serem superiores às daqui da terra (Mt 6:19-21; Cl 3:2; I Tm 6:7-10, 19)


(3) - São aqueles que não andam ansiosos quanto à comida, bebida e vestuário, mas buscam em primeiro lugar o reino de Deus (Mt 6:25-33)


(4) - São aqueles que não ficam a lamentar o que não têm, mas se alegram com o que têm (Hb 13:5)


Assim, é necessário que a Igreja busque a maturidade no sentido de entender que a prosperidade é bênção de Deus, evitando, porém, os exageros e os equívocos da Teologia da Prosperidade. Muito mais do que simplesmente acumular bens materiais e ter uma vida regalada, prosperidade significa alcançar o poder do Espírito, sentir a presença de Cristo e ser tomado de toda plenitude de Deus (Ef 3:14-21)


V - CONSIDERAÇÕES FINAIS:





Alguns cristãos entendem que o Evangelho exige uma vida identificada com a pobreza. Outros, por sua vez, defendem que o Evangelho inclui, necessariamente, uma vida de prosperidade material e que a pobreza é sinal de falta de fé ou consequência de maldição. Em meio ao contraste sócio-econômico existente e diante dos pontos-de-vista divergentes, muitos cristãos ficam em dúvida quanto à maneira ideal de desenvolver a vida cristã no que concerne à prosperidade.


No entanto, pudemos estudar nesta lição que, segundo o ensinamento anti-bíblico sobre a prosperidade cristã, todo crente tem que ser rico, ganhar bem, ter saúde plena e nunca adoecer. Caso não seja assim, é porque está em pecado ou não tem fé. Por outro lado, pudemos também considerar que, de fato, Deus deseja que Seus filhos sejam prósperos, mas, não sê-lo, não significa estar em pecado, falta de fé ou ausência da bênção divina.


FONTES DE CONSULTA:

Estudos Bíblicos Didaquê volume XXVIII

Bíblia Apologética - Instituto Cristão de Pesquisa

Super Crentes – Editora Mundo Cristão – 5ª Edição – Paulo Romeiro

New Age - A Nova Era à Luz do Evangelho – Edições Vida Nova – Gerhard Sautter

A Bíblia Vida Nova

GONDIM, Ricardo. O Evangelho da Nova Era – Editora Abba

HANEGRAAFF, Hank. Cristianismo em Crise - CPAD

Dic. Aurélio

21 de dez. de 2011

4º TRIMESTRE DE 2011 - LIÇÃO Nº 13 - 25/12/2011 - "A INTEGRIDADE DE UM LÍDER"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 13 - DATA: 25/12/2011
TÍTULO: “A INTEGRIDADE DE UM LÍDER”
TEXTO ÁUREO – Rm 17:28
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ne 1:5-11
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/





I – INTRODUÇÃO:




A integridade envolve a honestidade, a retidão, a higidez de caráter e uma espiritualidade da mais pura qualidade, que evita e foge da corrupção. No entanto, verdade e integridade não só se apresentam fictícias na maioria da liderança, como também alguns de nossos futuros líderes estão se escalonando na mentira.

Desta forma, o líder perseverante e íntegro não é aquele que faz a obra na força da carne e, mesmo quando tudo vai mal (por causa da falta de oração e de preparo), permanece insensível e guerreia contra o povo, até leva-lo à derrota total.

O líder perseverante e íntegro confia em Deus, sabe que foi chamado para tal e, no final de tudo, pode dizer: "O nosso Deus fez esta obra" – Ne 6.16b cf I Cor 15.58

II – ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DE NEEMIAS:



Neemias, um dos maiores líderes já visto nas escrituras. É exemplo para todo obreiro que deseja ser vitorioso. Destacaremos algumas características na liderança de Neemias:

(1) – NEEMIAS E A ORAÇÃO:

Ele armou-se da oração e fez dela o seu instrumento de todos os momentos – Ne 1:4.

Por meio da oração, este líder utilizou-se de alguns elementos:

a) Adoração (Ne 1.5)

b) Confissão (Ne 1.6,7)

c) Reivindicação (Ne 1.8-11)

Umas onze vezes, o registro descreve Neemias dirigindo-se a Deus em oração ou intercessão – Ne 1.4, 11; 2.4; 4.4, 9; 5.19; 6.9, 14; 13.14, 22, 29, 31

Neemias sabia que o líder deve depender de Deus - Jo 15.5

(2) – NEEMIAS E O SEU PREPARO:

(A) - No caráter - A atitude de Neemias mostra o seu forte caráter, pré-requisito para qualquer líder. Mostrou interesse pelos outros, quando perguntou pelos seus irmãos que restavam do cativeiro. A resposta em nada foi agradável, porém Neemias queria sinceramente saber o que ocorria com eles.

(B) - No domínio próprio - Ao ouvir a notícia, Neemias sentou-se, chorou, lamentou diante de Deus, jejuou e orou. Que bela reação diante dos problemas.

Do mês de "quisleu" (novembro - dezembro), até o mês de "nisã" (março- abril) do ano vigésimo do rei Artaxexes (o equivalente a quatro meses), Neemias passou na presença de Deus se preparando - Ne 1.4; 2.1-2.

(C) - Na diplomacia – Em momento algum, Neemias se precipitou; antes, aguardou que o Senhor lhe desse uma indicação de que a hora de começar havia chegado. Assim, Deus moveu o coração do rei que, notando o semblante abatido do seu copeiro, perguntou-lhe se estava doente; aí surgiu a oportunidade de Neemias: Fez pedidos ao rei que, de pronto, o atendeu, "segundo a boa mão de Deus" – Ne 2.8


(3) – NEEMIAS E A SUA PERSEVERANÇA:


É fundamental a perseverança, quando desejamos realizar a obra de Deus. O líder inconstante não receberá coisa alguma de Deus (Tg 1.7,8). É preciso ter em mente a forte convicção de estar fazendo "uma grande obra". (Ne 6.3) e, neste empreendimento, colocar seus esforços, sem vacilar, até ver concluída a tarefa proposta:

(3.1) - Diante da má recepção de Sambalate e Tobias, que demonstraram claramente não ter gostado da idéia de reconstruir Jerusalém, Neemias continuou perseverante na "procura do bem dos filhos de Israel" – Ne 2.10

(3.2) - Ao presenciar a situação caótica do lugar, Neemias poderia ter desistido e fugido de responsabilidade. No entanto, não quis demonstrar "pequena força no dia da calamidade" - Pv. 24.10.

Depois de inteirar-se de toda situação, procurou os magistrados e declarou-lhes o Plano de Deus – Ne 2.11-18

(3.3) - Sambalate, Tobias e Gesém tentam desanimar Neemias, zombando e dizendo que aquilo era rebelião. Neemias respondeu: "O Deus dos céus é o que nos fará prosperar, e nós seus servos, nos levantaremos; e o edificaremos" Ne 2.19,20

(3.4) - Sambalate e Tobias desprezam a obra que Neemias estava realizando. Diziam que aquilo era como trabalho feito por uma criança. Neemias não se bateu; antes, orou a Deus e pediu consolo para que todos perseverassem – Ne 4.1-6

(3.5) - Os inimigos ameaçaram guerrear contra Israel. Neemias leva o povo a oração e coloca guardas para vigiar dia e noite – Ne 4.7-23

(3.6) - Depois dos ataques externos, começaram os internos. Agora, o povo reclama dos ricos opressores. Neemias ficou muito abatido, mas não destruído. É verdade que as guerras internas sempre enfraquecem mais. Porém, Neemias enfrentou a situação de frente e de pé – Ne 5.1-19 cf II Cor 4.9b.

(3.7) - Os inimigos tentam retardar a obra e destruir Neemias. Mandam chamá-lo e fazem promessa de paz. Neemias responde com toda convicção: "Não posso descer, pois estou fazendo uma grande obra" – Ne 6.14

(3.8) - Uma carta é enviada a Neemias, ameaçando-o de estar promovendo rebelião contra o rei e de estar querendo seduzir o povo a faze-lo rei. Neemias responde categoricamente: "Você está inventando estas coisas" – Ne 6.5-8

(3.9) - Sambalate e Tobias tentam usar as próprias armas de Neemias para combatê-lo: "Contrataram" um falso profeta para intimidá-lo. Neemias era homem de Deus, conhecia a Sua voz e, por isso, reagiu – Ne 6:10-12 cf Jo 10:4.

Assim Neemias terminou a sua obra: Passou 120 dias preparando-se e, em 52 dias, fez a obra – Ne 6.15

(4) - NEEMIAS E O INCENTIVO AOS LIDERADOS:


O líder não deve ser egocêntrico. Neemias usava sempre a segunda pessoa ao invés da primeira:

- "O Deus dos céus é que nos fará prosperar; Nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos" – Ne 2.20

Isto dava ao povo segurança e também os envolvia na obra; viam-se na responsabilidade de fazer a tarefa.

Muitos líderes, por serem egocêntricos, acabam por transmitir ao povo a idéia de que é dele toda responsabilidade de fazer a obra, gerando inércia nos seus liderados.

(5) - O OTIMISMO DE NEEMIAS:


Notemos as palavras de Neemias: eram palavras de incentivo:

- "Não temais: Lembrai-vos do Senhor, grande e terrível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos velhos, vossas mulheres e vossas casas" – Ne 4.14

- "Grande e extensa é a obra" – Ne 4.19a

(6) - O BOM TESTEMUNHO DE NEEMIAS:


O exemplo é a melhor maneira de incentivar o povo a fazer a obra. Vejamos:

(6.1) – Aversão ao pecado - "Ouvindo eu, pois, o seu clamor e estas palavras, muito me enfadei" – Ne 5.6

(6.2) – Cuidado com o testemunho - "Não é bom o que fazes: Porventura não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos?" – Ne 5.9

(6.3) – Temor a Deus - "Porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus" – Ne 5.15b


III - A INTEGRIDADE NOS DIAS HODIERNOS:

A Igreja brasileira padece terrivelmente sob a influência nefasta da escassez de integridade, seja a nível moral, no abuso do poder pastoral (enquanto líder agindo inadequadamente), ou na vertiginosa e constante queda dos relacionamentos familiares entre a liderança.

Certamente, é impossível generalizar. Há muitos servos fiéis que não permitem ver sua crença religiosa e/ou ética arranhada, prejudicada ou abalada por tentações enganosas e transitórias.

Dito isto, examinemos algumas áreas de árdua luta de um líder em relação à integridade:

(1) – O HOMEM ÍNTEGRO NÃO ENGANA, NÃO DEFRAUDA, NÃO ROUBA – Pv 11:1, 20:10, 17 – Para muitos, procurar tirar proveito próprio, não prestar contas de seus compromissos, não pagar o que se deve, não é considerado desonestidade, mas, sim, esperteza.

(2) – O HOMEM ÍNTEGRO DEVE SER COERENTE COM SUAS CONVICÇÕES – Como pregadores da Palavra de Deus, não devemos procurar que concordem conosco, mas com a verdade. Essa verdade precisa ser vivenciada diariamente em nossa vida e ministério.

(3) – O HOMEM ÍNTEGRO CUMPRE A SUA PALAVRA – Pv 20:6; Sl 15:4 – Se, porventura, promete mas não consegue honrar, procura explicar-se e, ainda assim, luta para cumprir o prometido. Até quando descobre que, se fizer o que disse não obterá benefício próprio, mesmo assim, vai até o final e cumpre.

(4) – O HOMEM ÍNTEGRO GUARDA SEGREDO DAS CONFIDÊNCIAS DO ACONSELHAMENTO – O cérebro de um líder evangélico está povoado por confissões que não pode repartir com ninguém, nem mesmo com sua esposa.

Claro que há exceções!

Por exemplo: Em caso de testemunho em processos de abuso físico, crimes ou adultério. Quando há infidelidade, é difícil para o líder permanecer neutro, pois não pode compactuar com tal pecado, sendo cúmplice por omissão. Nestes casos, o líder deve esclarecer que irá interpelar o cônjuge que está pecado e não manterá sigilo restrito.

Apesar dessas exceções, é importante fazer jus à confiança do aconselhado e não abrir mão do segredo total.

(5) – O HOMEM ÍNTEGRO TOMA CUIDADO COM SUAS AMIZADES PESSOAIS – Não há dúvidas de que o líder necessita de amizades íntimas e profundas com as quais se identifique. Isso o auxilia a sobreviver no ministério.

Diante dessa declaração, podemos dizer sobre as amizades:

(A) – Mantenha amizade profunda, mas seja discreto.

(B) – Desenvolva algum tipo de relacionamento com todos os membros da Igreja. Mesmo que seja superficial, até um simples toque ou uma frase podem significar muito para alguém que, talvez, precise de conforto e encorajamento naquele momento.

(C) – É sempre bom o líder buscar amizades fora de sua congregação, com colegas da mesma ou de outras denominações. É extremamente perigoso para o líder isolar-se. Ele precisa conviver com pessoas e ter a quem prestar contas de suas atitudes.

(6) – O HOMEM ÍNTEGRO TEM CUIDADO COM OS PRESENTES QUE RECEBE – Eticamente falando, julgamos correto recebermos presentes dos membros da Igreja?


Talvez nunca tenhamos pensado nisso e já tenhamos recebido muitos presentes dos liderados.

Porém, analisemos duas situações, para nossa meditação:

(A) – O líder “Fulano de tal” tem em sua Igreja uma senhora que enviuvou e desesperou-se com a perda. Tentando ajudar sua ovelha, fez-lhe diversos aconselhamentos. Agradecida pelo conforto à sua dor, a viúva dá de presente ao líder uma caríssima e exclusiva caneta, que pertencera a seu marido. Dias depois, ela surge no gabinete pastoral com um “notebook”.

Então, pensa o líder:

- “Bem, que mal há em receber um presente de alguém grato?!”


Mas o que o líder deveria notar é que os presentes daquela viúva significam mais do que gratidão. Ela está criando um elo perigoso e prejudicial com o seu líder/conselheiro, um elo que cria dependência emocional e pode causar muitos problemas a ambos.

Realmente, não há nada errado em receber um presente de alguém, especialmente se a pessoa aprecia nosso trabalho. Porém, como líderes precisamos ser cautelosos e questionar se essas “lembranças” não exprimem algo mais que futuramente possam trazer terríveis transtornos.

O líder pode receber os presentes sem imaginar que podem deixa-lo em dívida para com o presenteador. Pastores, líderes, conselheiros podem ser explorados e manipulados por pessoas que presenteiam um dia e exigem favores no próximo. Além disso, há o perigo do envolvimento emocional, um relacionamento romântico que pode terminar em infelicidade.

(B) – Um agradecido membro de sua Igreja ofereceu ao líder “Beltrano de tal” e à sua esposa um passeio aos Estados Unidos, com passagens e estadia pagas. Radiantes, ambos partiram como que para um sonho. Mas, seis meses depois, o líder soube que o mesmo senhor comprometera-se com negócios escusos. Os outros membros pressionaram o líder para que aquele presenteador fosse afastado. Que impasse terrível! Como ser ingrato, a ponto de ir contra quem lhe dera um presente tão especial? Diante de uma dúvida como essa, o líder sempre terá dificuldade em ser fiel ao seu chamado e não agir com imparcialidade. É realmente difícil.

É claro que não estamos pedindo que deixemos de aceitar presentes dos membros da nossa Igreja. No entanto, o que devemos refletir é que usemos de cautela. Cada líder deve desenvolver seu próprio código de ética que não comprometa o testemunho de Jesus, o ministério da Igreja e nossa própria integridade.

Finalizamos com a formulação de cinco perguntas que (creio) nos auxiliarão no momento de tomarmos decisões:

(1ª) – Aquilo que vou fazer glorificará a Deus ou simplesmente contribuirá para minha auto-satisfação?

(2ª) – Aquilo que vou fazer é para o bem dos outros, sendo que sou servo deles? – Leia Ef 5.21; Gl 5.13

(3ª) – Minha decisão reflete um padrão ético e moral os mais elevados possíveis? Posso ser descrito como o profeta Daniel? – Dn 6.3-4

(4ª) – Minha decisão será aprovada e entendida pela avaliação do olhar penetrante e observador dos meus liderados?

(5ª) – A quem eu vejo quando olho para meu espelho? A um homem íntegro? – Tg 1:23-24

Lembremo-nos: A Bíblia nos relata o que fez de Jó uma pessoa tão grandiosa. Ele foi um “... homem íntegro, reto, temente a Deus e que se desviava do mal” – Jó 1.1



 
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS:



A integridade começa no lar, estende-se ao trabalho e abrange todos os lugares onde chegar a influência de um servo de Deus. Por isso, disse o apóstolo Paulo:


- “Pois o que nos preocupa é procedermos honestamente, não só perante o Senhor, como também diante dos homens.” – II Cor 8:21 (Versão Revista e Atualizada)


Assim, caso venham nos questionar:


- “... AINDA CONSERVAS A TUA INTEGRIDADE?...” – Jó 2:9 (Versão Revista e Atualizada)


Possamos responder:


- “... ATÉ QUE EU EXPIRE, NUNCA AFASTAREI DE MIM A MINHA INTEGRIDADE...” – Jó 27:5

Que assim seja, em nome de Jesus.

FONTES DE CONSULTA:


1) Números - O Exército de Israel e o Serviço dos Levitas - Editora Árvore da Vida - Dong Yu Lan

2) Revista OBREIRO - nº 38 - Ano X - janeiro a março de 1987

3) Enciclopedia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora e Distribuidora Candeia – R. N. Champlin e J. M. Bentes

4) Estudo Bíblico: “Características da Liderança de Neemias” - Natanael Nogueira de Sousa e Kleber Paulo Santana

5) Pastores em Perigo – Editora Sepal – Jaime Kemp

14 de dez. de 2011

4º TRIMESTRE DE 2011 - LIÇÃO Nº 12 - 18/12/2011 - "AS CONSEQUENCIAS DO JUGO DESIGUAL"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 12 - DATA: 18/12/2011
TÍTULO: “AS CONSEQUENCIAS DO JUGO DESIGUAL”
TEXTO ÁUREO – II Cor 6:14
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ne 13:23-29
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/





I – INTRODUÇÃO:




O namoro é um jugo de comunhão que pode se transformar em casamento. Por isso, não entre na idéia de que poderá namorar um (a) incrédulo (a) só para passar o tempo e que, na hora em que resolver se casar, procurará um (a) jovem crente. Não se iluda, também, pensando que vai ganhá-lo (a) para Jesus. Será mais fácil o incrédulo arrastar o crente para o mundo, pois, ao começar o namoro com um jugo desigual, já se deu o primeiro passo naquela direção. Assim, guardemos o seguinte: O NAMORO NUNCA FOI MÉTODO UTILIZADO PARA SE EVANGELIZAR E DE SE ALCANÇAR ALMAS PARA CRISTO!





II - DUAS QUESTÕES DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA E QUE TEM SIDO CAUSA DO FRACASSO DE MUITOS CASAMENTOS:




(1) – O JUGO DESIGUAL: - II Cor 6:14 - Esta questão do “jugo desigual” que, antigamente, era levada muito a sério, principalmente, pelos pais crentes, hoje caiu de importância, sendo aceito, ou tolerado. Todavia, Deus continua não aceitando a mistura entre justos e ímpios; entre o mundo e a Igreja (Dt 7:2-4). Num Casamento Cristão o jugo desigual tem que ser evitado.




Os círculos de oração, com muita frequência, são procurados por pessoas que, embora conhecessem a verdade, casaram-se com incrédulos e, por isso, vivem amarguradas e cheias de problemas.




Ainda que, depois de casados, o salvo consiga manter-se na Igreja, sem que o outro se importe, haverá muitas divergências. Portanto, tenha cuidado com o jugo desigual!




Conta-se que uma senhorita visitou, certa vez, Spurgeon e lhe apresentou o seguinte argumento:




- “Eu posso ganhar meu pretendido, que não é crente, para Cristo”.




Como resposta, Spurgeon mandou-a sentar-se sobre uma mesa.




Espantada, a moça fez o que ele pediu.




Depois, Spurgeon solicitou que a moça o erguesse do chão para o alto da mesa. Disse ela:




- “Impossível!”




Disse, então, o homem de Deus:




- “Exatamente! Mas eu posso puxá-la para baixo.”




Dito e feito! Em segundos, a moça encontrava-se no chão.




Com toda a gravidade, aquele servo de Deus advertiu aquela moça:




- “Se desobedecer a Palavra de Deus, você jamais levantará o seu namorado incrédulo; mas ele, sim, a fará cair em fração de segundos”.




Dois não podem andar juntos, a menos que estejam de acordo! Por isso: CUIDADO COM O JUGO DESIGUAL!.






(1.1) – O JUGO DESIGUAL ENTRE CRENTES: - O jugo desigual pode existir, também, no Casamento entre os próprios Crentes. Isto porque, de acordo com A Palavra de Deus, existem os crentes salvos, as virgens prudentes, o trigo, os peixes bons, as árvores boas que produzem frutos bons.




Porém, existem também os crentes não salvos, as virgens loucas, o joio, os peixes ruins, as árvores ruins que produzem frutos ruins.




Assim, só Deus, que conhece os corações, poderá, em resposta à oração, livrar Seus filhos de um jugo desigual dentro da própria Igreja.




Para casar-se, portanto, mesmo que entre crentes, não se pode dispensar a oração.





(2) – CASAMENTO ENTRE “OS VASOS DO SENHOR” – Este é um erro que também pode e deve ser evitado.




Este tipo de casamento acontece quando o “irmão em Cristo” casa-se com a “irmã em Cristo”; quando é realizado, apenas, com base nas afinidades espirituais, ou “no amor ágape”, que é o amor de Deus existente entre eles.




Neste caso, o “irmão em Cristo” (que é uma bênção) não consegue enxergar a esposa/mulher, a companheira, a cônjuge; ele só vê “o vaso do Senhor”, “o instrumento que Deus usa”!




Da mesma forma, a “irmã em Cristo” (que também é uma bênção), não vê o marido/homem, o esposo, o cônjuge; só consegue enxergar o “irmão em Cristo”, “o vaso do Senhor”, “o instrumento usado por Deus”.




Isto acontece porque o amor espiritual existente entre eles (o amor “ágape”), não gera desejo carnal.




Se resolverem casar, sem consultar a Deus, este casamento tem tudo para dar errado. Não havendo o “Eros”, que é o amor carnal, que gera desejo sexual, o relacionamento sexual será prejudicado e o Casamento poderá ser desfeito.




Quando isto acontece, muitos se surpreendem, e dizem:




- “Não é possível! Os dois eram uma bênção! O Casamento tinha tudo para dar certo!”




Todavia, quem conhece A Palavra de Deus, sabe que aquele Casamento tinha tudo para dar errado! Os dois eram uma bênção... e continuariam sendo, se não tivessem casado! As “duas bênçãos”, os “dois vasos”, os “dois instrumentos usados por Deus” se casaram e não deu certo. Por que?




Porque ele não viu a esposa/mulher que estava na “irmã em Cristo”; ela também não viu o esposo/homem que estava no “irmão em Cristo”!




Quando, depois de casados, ela descobriu o homem que agora era seu esposo, e ele descobriu a mulher, que agora era sua esposa, constataram que não havia amor carnal para uni-los sexualmente. O “irmão em Cristo” tinha se casado com a “irmã em Cristo” e vice-versa! Deu errado! Certamente que daria errado!




Aos olhos dos outros, parece que são felizes! Mas não são! Pior ainda: Muitas vezes, deixam de ser uma bênção, deixam de ser um vaso, deixam de ser um instrumento usado por Deus!




Para dar certo, o “irmão em Cristo” tem que casar com uma mulher que será sua esposa e, ao mesmo tempo, será sua “irmã em Cristo”. Da mesma sorte, a “irmã em Cristo” tem que casar com um homem que será seu esposo e, ao mesmo tempo, seu “irmão em Cristo”. É preciso que o homem veja a mulher que está na irmã e que a mulher veja o homem que está no irmão. Que sintam atração física um pelo outro.




Casar por ter dó do irmão, está errado! Casar por ter dó da irmã, está errado! Casar sem atração física, está errado!




Crente precisa casar com Crente! Mas não se casa só por ser crente, só pelo fato de ser membro de uma mesma Igreja. Não se casa, apenas, por ter afinidades espirituais.




Pretender casar-se porque o irmão, ou a irmã é uma bênção, porque é um Obreiro, um Professor de Escola Dominical, porque os dois cantam juntos, porque têm comunhão, prazer em estar um perto do outro ...tudo isto não basta!




Para que um Casamento possa dar certo, e cumprir seus propósitos, é preciso que haja entre o casal as três expressões do amor:




(1) – O AMOR “ÁGAPE” = O AMOR DIVINO;




(2) – O AMOR “EROS” = O AMOR CARNAL; e




(3) – O AMOR “PHILIS” = O AMOR AMIZADE ou SOCIAL.





III - CONSIDERAÇÕES FINAIS:




II Cor 6:14-18; 7:1 – “NÃO VOS PONHAIS EM JUGO DESIGUAL”




(1) – As razões para isso são:




(a) – A justiça e a injustiça não têm nada em comum




(b) – A luz e as trevas não têm comunhão




(c) – Cristo e o maligno não têm harmonia




(d) – O crente e o incrédulo nada têm em comum




(e) – Deus proíbe, por uma ordem direta.





(2) – A advertência divina diz:




(a) – Retirai-vos do meio deles




(b) – Separai-vos do mundo




(c) – Não toqueis em cousas impuras





(3) – As maravilhosas promessas:




(a) – Receber-vos-ei




(b) – Serei vosso Pai




(c) – Sereis para mim filhos e filhas





FONTES DE CONSULTA:




1) A Santidade do Sexo – Editora Fiel - Frank Lawes e Stephen Olford




2) Sexo e Casamento – Editora fiel – M. Capper e M. Williams




3) Mil Esboços Bíblicos – Editora Evangélica Esperança – Georg Brinke




4) Responda-me, por favor – CPAD – Marta Doreto de Andrade e Claudionor Corrêa de Andrade





6 de dez. de 2011

4º TRIMESTRE DE 2011 - LIÇÃO Nº 11 - 11/12/11 - "O DIA DA ADORAÇÃO E SERVIÇO A DEUS"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 11 - DATA: 11/12/2011
TÍTULO: “O DIA DA ADORAÇÃO E SERVIÇO A DEUS”
TEXTO ÁUREO – At 20:7
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ne 13:15, 17; At 20:7-12
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br







I – INTRODUÇÃO:


Sabemos que a guarda do sábado era um sinal da aliança de Deus com Israel. Na Nova Aliança, porém, a morte vicária de Jesus fez com que as exigências cerimoniais da lei fossem canceladas. Para os cristãos, o domingo é o dia de adoração e serviço a Deus.

II. DEUS ORDENA A GUARDA DO SÁBADO:


(1) - Uma ordenança divina para os israelitas:

(a) - Trata-se de uma ordenança contida no Decálogo (Êx 20.1-8; 31.13).

(b) - No sétimo dia da semana, o povo de Israel, além de repousar de seus trabalhos, se consagrava para servir e adorar ao Senhor.

(c) - Semelhantemente, a Igreja adotou, desde o primeiro século, um dia no qual se dedica a Deus e à sua obra: o domingo, dia da ressurreição do Senhor (At 20.7; Mc 16.2,9; 1 Co 16.2; Ap 1.10).


(2) - Um sinal entre Deus e o seu povo:

(a) - Deus ordenou a guarda do sábado como um sinal de seu pacto e de seu relacionamento com Israel (Êx 16.26-29; 31.12-17).

(b) - Não guardar o sábado significava quebrar a aliança mosaica (Is 56.4-6; Êx 31.15).

(c) - Hoje, não cultuar a Deus no domingo — considerado “o dia do Senhor” — ou em outro dia aprazível não denota quebra de pacto com o Senhor, mas revela negligência (Ef 5.14-16).


(3) - Os propósitos divinos da guarda do sábado:

(a) - Proporcionar um dia de repouso (Êx 16.29,30; Ne 13.19). O termo “sábado” (hb. shãbath) designa, literalmente, “interceptar”, “interromper”. Implica uma cessação completa de uma atividade (cf. Gn 2.1-3). Nenhum trabalho devia ser realizado pelos israelitas no sábado (Êx 16.23; 35.2,3; Jr 17.22; Mc 16.1). O comércio estava proibido (Am 8.5).

(b) - Propiciar um dia de adoração e serviço (Lv 23.3; 25.4; Nm 28.9; Dt 5.12; Ez 46.3,12; Lc 4.31; 13.10).

(c) - Levar o povo a se lembrar de que Deus os libertara da escravidão do Egito (Dt 5.15).

(d) - O repouso do sábado tipifica o nosso repouso futuro (Hb 4.4,9,10).


III. O DESCUMPRIMENTO DA LEI MOSAICA NO TEMPO DE NEEMIAS:


(1) - O desrespeito pela guarda do sábado:

(a) - Houve iniquidade, nos dias de Neemias, pois cada israelita sabia que não devia violar a lei mosaica e que isso lhes traria todo tipo de maldições (Lv 26.13-33).

(b) - Nós, hoje, além de dedicarmos pelo menos um dia para adorar e servir ao Senhor, devemos cultuá-lo continuamente (Sl 34.1; 1 Ts 5.17). Não confunda reunião coletiva com culto individual. Este é contínuo; nunca termina.


(2) - A ganância dos mercadores:

(a) - Neemias protestou contra os negociantes que profanavam o sábado (Ne 13.20,21).

(b) - Muitos maus e falsos obreiros, hoje, violam os mandamentos de Deus por causa da ganância e mercadejam a Palavra do Senhor (2 Co 2.17, ARA; 1 Tm 6.10; 2 Pe 2.1,2).


(3) - Neemias proíbe o comércio no sábado:

(a) - Ele ordenou o fechamento dos portões desde a sexta-feira, ao pôr-do-sol, até o fim do sábado. Também ameaçou os comerciantes e os afugentou (Ne 13.19-21).

(b) - Como servos do Senhor, devemos fechar alguns “portões”, para que o Inimigo e seus agentes não nos façam pecar contra Deus (Ef 4.27; 1 Pe 5.8).

 IV. A GUARDA DO SÁBADO EM O NOVO TESTAMENTO:


Pelo testemunho das Escrituras, podemos observar que dos dez mandamentos registrados em Ex 20, o Novo Testamento ratifica apenas nove, excetuando o quarto mandamento, que trata da guarda do sábado. Desta forma, o Novo Testamento repete, pelo menos:

(A) – 50 vezes o dever de adorar só a Deus;

(B) – 12 vezes a advertência contra a idolatria;

(C) – 4 vezes o dever do filho honrar a seus pais;

(D) – 6 vezes a advertência contra o homicídio;

(E) – 12 vezes a advertência contra o adultério;

(F) – 6 vezes a advertência contra o falso testemunho;

(G) – 9 vezes a advertência contra a cobiça.

(H) – Nenhuma vez a guarda do sábado

Vejamos mais:

(1) - A essência do dia de descanso:

(a) - Precisamos de pelo menos um dia semanal de descanso, a fim de cuidar do “templo do Espírito Santo” (1 Co 3.16,17; 6.19,20).

(b) - Deus prioriza o espírito, mas valoriza o corpo (1 Ts 5.23; 1 Tm 2.9; 4.8,16).


(2) - Jesus e o dia de descanso:

(a) - O Senhor Jesus é o Senhor do sábado (Mc 2.26-28).

(b) - Jesus disse que o sábado foi feito por causa do homem, e não este por causa daquele (Mc 2.27). Logo, temos domínio sobre o sábado.

(c) - Nesse período da graça, não precisamos guardar o sábado de descanso, como os israelitas, mas devemos reservar pelo menos um dia para nosso repouso.


V - O CRISTÃO DEVE GUARDAR O SÁBADO?


É possível se cumprir a lei sem se guardar o sábado? A resposta a esta pergunta é dada quando estudamos a vida e o ministério terreno de Jesus. Ele mesmo disse: M5 5:17-18.

Ainda mais: podemos meditar nas seguintes observações, que designamos como RAZÕES POR QUE NÃO GUARDO O SÁBADO:

(1ª) - Não há nenhuma menção na Bíblia de alguém guardar o Sábado antes da Lei de Moisés. Segundo alguns comentaristas, no único livro canônico escrito antes de Moisés (o livro de Jó), não aparece. Jó era tão justo que Deus lança no rosto de Satanás — então guardar o Sábado não fazia parte da justiça de Deus, na época.

(2ª) - A marcha de Elim a Sim (uns 35 km, no deserto) se deu num sábado. O sábado seguinte foi o primeiro a ser guardado (Ex. 16:1-35 cf Ne 9:13-14.

(3ª) - O Sábado era um sinal entre Deus e Israel; nunca foi imposto aos Gentios (Ex. 31:12-17, Ez 20:10-12).

(4ª) - A própria Lei era uma aliança entre Deus e Israel (Ex. 19:5, 20:2), aceita pelo povo (Ex. 24:3), e que nada tinha a ver com os Gentios.

(5ª) - Jeremias 31:31-33 fala de uma nova aliança, escrita nos corações, não em tábuas de pedra.

Leiamos as seguintes passagens bíblicas e reparemos:

II Cor. 3:3,6-8 e Heb. 8:10,13 (‘envelheceu’) – Aqui fica claro que o Evangelho de Cristo tem a ver com essa nova aliança. A “nova” torna a primeira obsoleta.

Hb 7:12 (mudou) - se o sacerdócio mudou, necessariamente mudou a lei também.

Hb 7:18 (‘ab-rogado’)

Hb 7:22, 28 (‘depois da lei’);

Hb 8:6 - 9:5 e 10:9 (‘tira o primeiro’).


(6ª) - Em Marcos 2:27-28, Jesus, que é Senhor/Dono do Sábado, esclarece: o Sábado veio a existir por causa do homem, não o contrário. Na condição de Senhor/Dono, Jesus pôde mudar as regras, ou mesmo anular. Aliás, são vários os textos que levam a entender que o Dono do Sábado de fato o aboliu, pelo menos no que diz respeito à Igreja — Atos 15:24-29; Gal. 2:11-19; 3:10-13,19,24-25; 4:24-5:1; 5:18; Ef. 2:15; Col. 2:14.

(7ª) - Jesus não menciona o Sábado no Cenáculo, tampouco nas aparições após Sua ressurreição. Aliás, não consta em nenhum mandamento proferido por Jesus a Seus discípulos. Ou seja: JESUS CRISTO NUNCA ORDENOU A NINGUÉM QUE GUARDASSE O SÁBADO - Jo 5:16-18

Em João 15:10 Ele disse: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor.” - Então podemos permanecer no amor de Cristo sem guardar o Sábado, pois não consta entre os Seus mandamentos.

(8ª) - O caráter moral de Deus não muda.

Em 1 Cor. 6:9-10, Efésios 5:5 e Apoc. 21:8 encontramos relações dos tipos de pessoa que não entrarão no Reino de Deus. Aí estão pecados relacionados a cada um dos dez mandamentos, exceção feita ao quarto (guardar o Sábado).

Logo, guardar o Sábado não é mais condição para entrar no Reino, exatamente por não ser uma questão moral.

(9ª) - Além do Senhor Jesus ressurreto aparecer aos Apóstolos reunidos no domingo pelo menos duas vezes, algumas passagens bíblicas apontam para um uso rotineiro do domingo por parte dos Cristãos - Atos 20:7, 1 Cor. 16:2 e Apoc. 1:10.

(10ª) - O Concílio que houve em Jerusalém, relatado em Atos 15, tratou exatamente da questão de, até que ponto os cristãos gentílicos deveriam obedecer a lei de Moisés. Reparemos que a questão da guarda do Sábado ficou fora; não consta na lista das quatro coisas que foram cobradas.

At 15:28 - “Pareceu bem ao Espírito Santo” - A decisão foi de inspiração divina, e portanto de autoridade divina. Se o Espírito Santo não cobra mais o Sábado, quem entre nós tem autoridade para cobrá-lo?

(11ª) - A igreja primitiva guardava o domingo e não o sábado - At 26:6-7; I Cor 16:1-2.

(12ª) - Os grandes acontecimentos do cristianismo não se deram no sábado, mas no domingo - Mt 28:1-10; Mc 16:9-11; Lc 24:13-35; Jo 20:1, 11, 19, 26; (Lv 23:16 cf At 2:1-13); At 2:14, 41; Apc 1:10

(13ª) - O apóstolo Paulo diz que ninguém deve julgar alguém que não guarda o sábado, porque todos os dias são iguais - Rm 14:4-6; Cl 2:16-17. Logo, o sábado não pode ser norma; a escolha do dia fica a critério de cada indivíduo.

VI- CONSIDERAÇÕES FINAIS:


De forma bem sintetizada, podemos tecer as seguintes considerações finais:

(A) - Igreja não está sob o jugo da lei mosaica (Rm 6.14; Jo 1.17). Dos dez mandamentos mencionados em Êxodo 20, nove deles são repetidos no Novo Testamento — alguns foram modificados por Jesus (Mt 5.21-28). Entretanto, não há menção à necessidade de observar a guarda do sábado. Observemos o quadro abaixo:



1° MANDAMENTO - Ex 20:2-3



NO NOVO TESTAMENTO - I Cor 8:4-6; At 17:23-31



2° MANDAMENTO - Ex 20:5-6



NO NOVO TESTAMENTO - I Jo 5:21



3º MANDAMENTO - Ex 20:7



NO NOVO TESTAMENTO - Tg 5:12

4º MANDAMENTO - Ex 20:8-11

 


NO NOVO TESTAMENTO - ????????????




5º MANDAMENTO - Ex 20:13



NO NOVO TESTAMENTO - Ef 6:1-3



6º MANDAMENTO - Ex 20:13



NO NOVO TESTAMENTO - Rm 13:9


7º MANDAMENTO - Ex 20:14



NO NOVO TESTAMENTO - I Cor 6:9-10



8º MANDAMENTO - Ex 20:15



NO NOVO TESTAMENTO - Ef 4:28



9° MANDAMENTO - Ex 20:16



NO NOVO TESTAMENTO - Cl 3:9; Tg 4:11



10º MANDAMENTO - Ex 20:17



NO NOVO TESTAMENTO - Ef 5:3


 
  
(B) - Guardamos o domingo, por assim dizer, como um dia de adoração, estudo da Palavra e evangelização, etc. (At 20.7; 1 Co 16.2). Mas o domingo nunca teve para o cristianismo o mesmo peso que o sábado observado pelos israelitas. Afinal, o cristianismo não é cerimonialista (Gl 4).


(C) - Depois do brado da vitória na cruz (Jo 19.30), as exigências cerimoniais da lei mosaica foram definitivamente canceladas (Cl 2.14-16).


Assim:


Se alguém quer observar sábado, pode;

Se alguém quer observar domingo, pode;


Se alguém quer observar quarta-feira, pode; etc.

Contudo, segundo Heb. 10:25, havemos de nos reunir regularmente e, para esse efeito, tem que haver consenso, obviamente. Desde a ressurreição de Cristo, o consenso geral das igrejas ditas cristãs tem sido reunir-se aos domingos. É o dia do Senhor, que comemora a nova criação, a nova aliança e deve ser considerado o dia para adoração e serviço a Deus.

 
FONTES DE CONSULTA:

Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre de 1986 – Comentarista: Raimundo Ferreira de Oliveira

Estudo Bíblico: “Sábado X Domingo” - Dr. Gilberto Pickering

Subsídio para a lição EBD - 4º trimestre de 2011 – Elaboração: Moises Lopes - SECRETARIA GERAL ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - SUMARÉ/SP