ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 07 - DATA 15/11/2015
TÍTULO: “A FAMÍLIA QUE SOBREVIVEU AO DILÚVIO"
TEXTO ÁUREO – Hb 11.7
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gn 7.1-12
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 07 - DATA 15/11/2015
TÍTULO: “A FAMÍLIA QUE SOBREVIVEU AO DILÚVIO"
TEXTO ÁUREO – Hb 11.7
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gn 7.1-12
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
I - INTRODUÇÃO:
Noé é um dos maiores personagens da Bíblia. Sua vida
íntegra e reta diante de Deus, fez com que ele e sua família fossem salvos do
dilúvio. Mesmo vivendo em meio a uma geração corrompida e perversa, Noé achou
graça diante do Senhor, e alcançou testemunho de que era justo e reto, e andava
com Deus (Gn 6.9). Somente não perecerá aquele que estiver abrigado na arca da
salvação – Jesus Cristo.
II - QUEM FOI NOÉ?:
(1) - Noé era filho de Lameque,
o décimo descendente de Adão (Gn 5.28,29);
(2) - O nome Noé vem de um
termo hebraico que significa “alívio”, “descanso” ou “consolo”;
(3) - Teve três filhos: Sem,
Cão e Jafé (Gn 5.32; 9.18,19);
(4) - Construiu uma arca por
ordem divina (Gn 6.11-22);
(5) - Reuniu os animais na arca
e entrou nela com sua família;
(6) - Após o dilúvio, saiu da
arca com sua família, edificou um altar e ofereceu holocaustos a Deus (Gn 8.16-20);
(7) - Tornou-se o segundo pai
da raça humana (Gn 9.18,19);
(8) - Sua história é mencionada
em Gn 5.28-10.32;
(9) - É um dos integrantes da
galeria dos heróis da fé (Hb 11.7);
(10) - Ele é mencionado nas
Escrituras como pregador da justiça (II Pe 2.5).
III – ASPECTOS DO CARÁTER DE NOÉ:
Apesar
de viver em meio a uma geração cheia de corrupção e maldade, Noé teve uma vida
reta e íntegra diante de Deus. Vejamos alguns aspectos do seu caráter:
(1) - Noé era Justo e Reto: Não
é à toa que Moisés, inspirado por Deus, declara que Noé era varão justo e reto
em suas gerações (Gn 6.9). Esta declaração foi feita exatamente para revelar o
contraste entre o comportamento de Noé e o dos seus contemporâneos, que, com
certeza, praticavam injustiça. Ele também é descrito como justo em Ez 14.14,20.
(2) - Noé andava com Deus: Tal
qual Enoque, Noé também é descrito como um homem que andou com Deus (Gn 5.24;
6.9). A expressão “andar com Deus” aponta para a sua conduta, caracterizada
pela vida de comunhão e obediência a Deus.
(3) - Fé: Noé é um dos
integrantes da Galeria dos Heróis da Fé. O escritor aos hebreus diz: “Pela fé
Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para
salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi
feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.” (Hb 11.7). Quando avisado sobre
o dilúvio, Noé não hesita e nem questiona. Ele crê! E foi por causa de sua fé,
que, tanto ele como a sua família, foram salvos da destruição.
(4) - Obediência: A obediência
de Noé, era, sem dúvidas, uma das principais características do seu caráter.
Podemos ver isto, pelo fato de que Noé obedeceu a voz de Deus: Ao construir a
arca (Gn 6.22); Ao entrar na arca juntamente com sua família (Gn 7.13); Ao
colocar os animais na arca (Gn 7.8,9,14); Ao sair da arca, junto com os seus
(Gn 8.15-18). Por duas vezes as Escrituras afirmam que Noé fez “conforme a tudo
o que o SENHOR lhe ordenara” (Gn 6.22; 7.5).
(5) - Devoção: Ao sair da arca
com sua família, Noé edificou um altar e ofereceu holocaustos ao Senhor (Gn
8.20). Isto demonstra que Noé cultivava uma vida de devoção à Deus, pois, altar
e holocausto representam oração, adoração e consagração a Deus.
Enoque, por haver andado com Deus, havia sido trasladado
para o céu antes que a maldade humana chegasse ao auge e Deus tivesse que
desencadear o julgamento por meio do dilúvio. A mistura dos filhos de Deus com
os filhos dos homens havia gerado gigantes, valentes e varões de fama, mas Deus
viu que “a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn 6.5).
IV-
NOÉ, UM HOMEM FALÍVEL COMO NÓS:
A bíblia é um livro imparcial. Ela nos revela tanto as
virtudes e qualidades dos personagens, bem como suas falhas e defeitos. Isto
também pode ser visto na vida de Noé. Apesar de ser um homem justo, reto e de
andar com Deus, Noé, após o dilúvio, plantou uma vinha, embriagou-se e mostrou
a sua nudez (Gn 9.20-27), perdendo momentaneamente a sua reputação. Com este
incidente na vida de Noé, aprendemos sobre a necessidade de sermos vigilantes
em todo o tempo, pois, as tentações nos sobrevém durante toda a nossa vida (I
Co 10.12; I Pe 5.8; Ap 3.11).
V - CONTEXTO SOCIAL DO TEMPO DE NOÉ:
Os dias
de Noé não eram muito diferentes dos dias atuais. Vejamos o que as Escrituras
descrevem acerca daquela geração:
(1) - Uma geração caracterizada
pela Maldade: Desde que o pecado entrou no mundo, a maldade passou a fazer
parte da história da humanidade. No entanto, à medida que a humanidade ia se
multiplicando, multiplicava-se também a maldade: “E viu o SENHOR que a maldade
do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos
de seu coração era só má continuamente” (Gn 6.5).
(2) - Uma geração caracterizada
pela Corrupção: Outra característica daquela geração era a corrupção. As
Escrituras afirmam que “A terra estava corrompida diante da face de Deus…” (Gn
6.11). O homem perdeu o poder de fazer o bem e, a geração antediluviana vivia
mergulhada em práticas pecaminosas e imorais.
(3) - Uma geração caracterizada
pela Violência: A maldade e a corrupção daquela geração abriram as portas para
a violência. Os homens dos dias de Noé viviam agredindo-se mutuamente, pois as
Escrituras afirmam que “… encheu-se a terra de violência” (Gn 6.11 b).
(4) - Uma geração caracterizada
pela Incredulidade: Como se não bastasse a maldade, a corrupção e a violência,
aquela geração também era caracterizada pela incredulidade, pois não deram
crédito à pregação de Noé “pregoeiro da justiça” (II Pe 2.5). Nem mesmo a
observação do milagre da entrada dos animais na arca, fez com que eles tomassem
a iniciativa de arrepender-se dos seus pecados e entrar na arca para salvar as
suas vidas.
Tudo
isto fez com que Deus tomasse a iniciativa de destruir a sua criação e, através
de Noé, dar início a uma nova geração.
VI - A MALDADE HUMANA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
A condição do homem perante Deus era só má continuamente,
e isso em virtude da mistura da semente santa com a impura, que resultou nas
piores consequências. O alvo de Satanás continua o mesmo: misturar para
corromper. Por isso pergunta o apóstolo: “Que comunhão tem a luz com as
trevas?” (2 Co 6.14).
(1) - A sentença divina (v. 7). O Senhor arrependeu-se de
“haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração” (v. 6). O
arrependimento de Deus e sua tristeza, embora admitidos como a transferência de
atributos humanos para a divindade, expressam realmente uma experiência real de
Deus, que teve de mudar de atitude em relação ao homem que criara.
Nada menos do que o fim de toda a carne produziria
efeito. Os valentes e os varies de fama tinham de ser igualmente varridos da
face da terra. Tinha de haver completa destruição de tudo o que havia sido
corrompido.
(2) - Tal como nos dial de Noé. Tal como ocorre nos
nossos dias, também na época de Noé a mensagem do iminente juízo divino não
encontrou aceitação por parte das classes brilhantes dos políticos, dos
artistas, dos intelectuais, dos “valentes” e dos “varões de fama”. A lavoura, a
pecuária, a ciência, as artes e talvez a própria religião, tudo parecia indicar
que o “modus vivendi” prosseguiria inalterável. Os cidadãos continuariam
comendo, bebendo, casando-se e dando-se em casamento. Falar em juízo divino era
uma loucura.
VII - O JUIZO DE DEUS:
(1) - Deus anuncia o dilúvio a Noé (Gn 6.13). A Bíblia
afirma que Noé era homem justo e reto, e que andava com Deus. Isso não
significa que ele era sem pecado, pois todos pecaram (Rm 3.23), mas que ele
prezava a retidão e a integridade, e que confiava em Deus. Por isso Deus
revelou-lhe seu plano.
(2) - Noé constrói a arca (Gn 6.14-16.22). Durante 120
anos (v. 3) o patriarca trabalhou naquele imenso empreendimento, certamente
ouvindo as zombarias dos seus contemporâneos. Estes não podiam crer na
possibilidade de um dilúvio, pois tal coisa era contrária à própria natureza
(Gn 2.5,6). Porém, a Bíblia afirma que “Noé, divinamente avisado das coisas que
ainda se não viam, temeu, e para salvação da sua família, preparou a arca, pela
qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé” (Hb
11.7).
(3) - Noé aguarda ordens de Deus (Gn6.22). A arca estava
já terminada e Noé esperava, agora, ordens de Deus. Não vemos aqui nada de
precipitação, mas fé” A fé” sabe esperar com paciência (Sl 40.1), e não comete
os erros de Israel, que não pode esperar por Moisés e caiu na idolatria (Ex
32.1-8), ou de Saul, que se impacientou com a demora de Samuel e acabou
rejeitado por Deus (1 Sm 13.8-14).
(4) - Noé e sua família entram na arca (Gn 7.1,13). A
ordem divina chegou e Noé e sua família abrigaram-se dentro da arca, “e Deus o
fechou por fora” (v. 16). Isso significa plena segurança para os que estão
dentro e eterna perdição para os que estão de fora. Noé não fechou a porta por
dentro; Deus a fechou por fora! A segurança dos que estavam na arca não poderia
ser obra do homem, mas de Deus. É Deus mesmo cerra a porta por fora, revelando
seu especial cuidado para com os que haviam crido nele e obedecido sua palavra.
Noé creu e obedeceu. Nada se diz de sacrifícios oferecidos por Noé nos
capítulos 6 e 7 de Gênesis, certamente porque “o obedecer é melhor do que o
sacrificar” (I Sm 15.22). Isso não quer dizer que ele não adorava ao Senhor,
pelo contrário, ele o fazia de modo perfeito através das obras da fé. A fé sem
as obras é morta (Tg 2.17).
VIII - O SIGNIFICADO ESPIRITUAL DA ARCA:
(1) - As condições do mundo antediuviano (Mt 24.37-39).
Jesus, ao apontar como um sinal dos tempos os dias de Noé, afirma que as
pessoas “comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento”. É evidente que nada
de errado há nessas coisas, quando praticadas dentro de suas próprias
limitações, tal como ensinou Jesus (Mt 6.33). Mas, naqueles dias de Noé, a
indiferença para com as exigências divinas era tão grande que só pensavam em
seguir “o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito
que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2).
Muitos, em nossos dias, teimam ainda em anunciar um novo
mundo criado pelas boas iniciativas humanas. Os teólogos da libertação e os
adeptos do evangelho social, na sua distorcida compreensão do reino de Deus,
planejam alcançar as bem-aventuranças da Bíblia pelo esforço próprio. As
palavras de Jesus cortam pela raiz todas essas vãs e ilusórias especulações, ao
afirmarem que “assim será também a vinda do Filho do homem”.
(2) - A arca aponta para Cristo (1 Pe 3:18-22). Assim
como a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a
arca, igualmente, hoje, a mesma longanimidade divina, não querendo que alguns
se percam, espera que todos se arrependam (2 Pe 3.4). Foi essa longanimidade
que salvou os ninivitas nos dias de Jonas.
Além do longo tempo de espera enquanto Noé construía a
arca, Deus ainda esperou sete dias mais. Uma semana para que o mundo se
arrependesse! Todavia continuaram zombando de Noé e rindo da sua “loucura”!
Desde que a arca da nossa salvação foi terminada na cruz, sua porta ainda
continua aberta para receber os crentes. É a porta da graça, que um dia será
definitivamente fechada pelo próprio Deus. Em todo esse tempo, Cristo está
dizendo: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim salvar-se-á” (Jo 10.9). O
tempo para abrigar-se do juízo divino é hoje (Hb 3.7,8). Amanhã pode ser muito
tarde.
As águas do juízo divino não haveriam de atingir Noé e
sua família, mas fazê-los flutuar em segurança Nenhuma condenação há para os
que estão em Cristo - nossa Arca (Rm 8.1). A mesma palavra que condena os de
fora (Jo 12.48), salva os de dentro (Jo 10.28). Dentro da arca misericórdia;
fora da arca, ira divina (Jo 3.36). A zombaria dos contemporâneos de Noé
transformou-se logo em desespero, e seu desprezo pelos avisos divinos terminou
em pavor e destruição. Chegará o tempo de Deus mostrar a diferença que há entre
aquele que o serve e o que não o serve. “Então vereis outra vez a diferença
entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que o não serve” (Ml
3.18).
IX – UM NOVO RECOMEÇO:
O
propósito divino era fazer com que o dilúvio fosse, tanto destrutivo como
construtivo, pois, através do dilúvio Deus estaria destruindo aquela geração e
estabelecendo um novo começo para a humanidade. Três coisas novas acontecem:
(1º) - Uma nova geração: Tendo em vista que aquela
geração ímpia pereceu nas águas do dilúvio, a raça humana começa a
multiplicar-se, através de Noé e de seus filhos. De certo modo, Noé tornou-se o
segundo pai da raça humana (Gn 9.18,19);
(2º) - Um novo estilo de vida: Ao sair da arca, Deus
abençoou Noé e sua família e lhes deu orientações sobre o modo de vida que eles
deveriam ter, a partir de então (Gn
9.1-8);
(3º) - Um novo pacto: Deus estabelece um pacto com
Noé, e lhe promete que nunca mais haveria dilúvio para destruir a terra (Gn
9.11). Um arco, então, foi colocado nas nuvens, como sinal daquele pacto (Gn
9.13,17).
X
- CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A
história de Noé nos leva a refletir sobre o nosso viver de maneira íntegra, em
meio a uma geração má e perversa. Noé não se deixou ser levado pelas práticas
pecaminosas de sua geração. Por isso, achou graça diante de Deus e foi poupado,
juntamente com sua família daquela inundação.
Semelhantemente,
aqueles que forem fiéis à Deus, e “entrarem na arca”, serão, no futuro,
poupados do juízo vindouro.
FONTES DE PESQUISA E
CONSULTA:
(1)
- Lições Bíblicas CPAD - 1º Trimestre de 1988 - NOÉ, UM HOMEM JUSTO E
INCORRUPTÍVEL - Comentarista
Abraão de Almeida
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