ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 03 - DATA 17/07/2016
TÍTULO: “IGREJA, AGÊNCIA ENVANGELIZADORA”
TEXTO ÁUREO – At 1.8
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: At 1.1-14
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 03 - DATA 17/07/2016
TÍTULO: “IGREJA, AGÊNCIA ENVANGELIZADORA”
TEXTO ÁUREO – At 1.8
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: At 1.1-14
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
I – INTRODUÇÃO:
Rm 14:23 – O Apóstolo já
considerava comprida sua missão na região, com a implantação de inúmeras
igrejas, que agora poderiam continuar com a tarefa evangelizadora. Seu ímpeto
maior sempre foi o de desbravador, de levar o evangelho a regiões nunca antes
evangelizadas, razão porque deseja ir para o extremo ocidental do império: a
Espanha.
II - PORQUE DEVEMOS EVANGELIZAR:
Porque o
nosso Senhor ordenou (Mc 16.15) - Para muitos cristãos, Jesus é apenas o
Salvador de suas almas, mas não Senhor e Rei de suas vidas. O evangelho
integral apresenta Jesus não só como Salvador, mas também como Senhor
(At 16.31). A ordem de evangelizar vem do Senhor para os seus súditos. Não
é um convite: é um mandamento do nosso Senhor. Mas não devemos evangelizar só
porque é um mandamento, mas porque amamos a Jesus e queremos ser-lhe gratos.
Vejamos as desculpas mais comuns dos crentes quanto a esta ordem do Senhor:
a."Estou muito ocupado"; "Não tenho
tempo". Entretanto
o Senhor Jesus não estava tão ocupado a ponto de não poder vir morrer em nosso
lugar. Aqui no mundo Ele sempre cumpria na hora o programa do Pai, mesmo
sabendo que o final seria o Calvário (Mt 26.45; Lc 22.14; Jo 2.4; 13.1; 17.1).
Ele não andava tão ocupado a ponto de não ouvir o clamor das almas aflitas (Mc
5.30; Lc 18.40).
b."Estou muito cansado ". Jesus, no sol de meio-dia, junto à fonte
de Jacó, não estava tão cansado a ponto de não poder atender a samaritana
perdida (Jo 4.6,7).
c."Não sei falar"; "Não dou para nada na
igreja".
d."Não tenho capacidade". Outros
também já deram as mesmas desculpas, mas ao obedecerem à ordem do Senhor,
foram maravilhosamente usados por Ele. Estude os exemplos de: Moisés (Ex 3.11); Gideão
(Jz 6.15); Isaías (Is 6.5); Jeremias (Jr 1.6); Amos (Am 7.14)
Portanto, entregue ao Senhor o que você tem, irmão. Ele
transformará o pouco no muito (Jo 6.9-13). Ele dará a capacidade necessária (Mt
4.19; 2 Co 3.5).
A missão
de evangelizar o mundo, entregue por Jesus à sua Igreja, implica em dever e
responsabilidade (Ez 33.8,9; Rm 1.14; 1 Co 9.16). Uma das razões da
inatividade de muitas igrejas e crentes na obra de evangelização vem do seu
descuido quanto à vinda de Jesus. Os cristãos primitivos foram ativos na
evangelização, não só porque eram cheios do Espírito Santo, mas também porque
esperavam a volta de Jesus em seus dias.
Porque temos recebido de Deus talentos, e assim temos
uma mordomia para dar conta (Mt
25.14-30; Lc 16.2; 19.13) - O dia da prestação de contas com o nosso Senhor
está perto (Rm 14.10; 1 Co 3.13-15; 2 Co 5.10).
Porque Deus nos concedeu o privilégio de participar do
seu trabalho- Servir
ao Senhor não é apenas um dever cristão, é também um grande privilégio. Deus
podia usar outros meios para levar a mensagem de salvação ao pecador. Ele assim
faz quando lhe apraz, mas isto não é regra geral; é exceção. Seu método é usar
homens para falar a homens. O trabalho de ganhar almas para Deus é um
privilégio que Ele nos concede para obtermos galardão no dia de Cristo (Fp
2.16). Há, neste sentido, uma solene declaração da Bíblia em Pv 11. 30. A
salvação é dádiva de Deus, mas galardão é recompensa que o crente obtém
mediante sua atividade na obra do Senhor.
Porque o pecador sem Jesus está perdido (Rm
5.12) - A palavra perdido, significa perdido mesmo, isto é, sem
solução, desenganado, extraviado, desgarrado, arruinado. Jesus usou esta
palavra em Lc 19.10. Precisamos compreender que esta é a situação atual do
pecador não-salvo. Jesus não usou termos menores, nem arrodeios.
Aqui, entre nós, quando desaparece um avião, um navio, uma
expedição ou mesmo uma pessoa, todos os recursos disponíveis são mobilizados
para salvar o que está perdido. Vamos nós fazer menos, ou cruzar os braços ante
o perdido pecador, que se não aceitar Jesus como seu Salvador, irá para o Inferno
eterno?
Se, como
parte de um curso de evangelismo pessoal, tivéssemos de passar 24 horas no
Inferno, para ver o que se passa lá entre os perdidos, ao voltarmos, toda
nossa vida giraria em torno da obra de evangelizar e ganhar almas perdidas, e
também desviados, e jamais pôr tropeço na vida de alguém.
Uma alma
vale mais do que todo o mundo (Mc 8.36,37). O amor que Jesus demonstrou por nós
no Calvário deve nos constranger (2 Co 5.14). A visão deste sublime amor de
Jesus torna-se mais real quando meditamos a respeito do seu suor de sangue, da
traição de Judas, das vergastadas, do esbofeteamento, dos pregos nas mãos e nos
pés; na sede, na zombaria; sim, quando sentimos seu coração rasgado de dor;
quando vemos seu rosto desfigurado pelos maus-tratos; quando ouvimos seu brado
pungente nas trevas e contemplamos a sua cabeça pendente na cruz!
Na
mensagem ao profeta Isaías, Deus dirige-se a todos nós: "A quem enviarei
eu? E quem irá por nós?" (Is 6.8). O irmão já teve a visão horrível das
almas condenadas caminhando nas trevas para o abismo? Lembre-se de que está agora
salvo porque alguém duma maneira ou de outra o levou a Cristo, meu caro irmão!
Queremos somente receber e não dar também?
III - QUANDO DEVEMOS EVANGELIZAR:
A única
resposta é: AGORA! Como os pecadores crerão agora, se eu não falar agora?
(Ml 1.9; At 17.30; Hb 3.7). As almas precisam ser ganhas para Jesus agora,
porque:
AGORA é
que estamos vivos. Em Lucas 16 temos a história de um homem que se
interessou pela salvação dos outros, mas só depois de morto, quando nada mais
podia fazer.
AGORA temos
pouco tempo. Jesus não tarda a vir. Se no tempo do apóstolo João,
sua vinda já estava próxima (Ap 22.20), que diremos nós hoje? Urge atentar para
Jo 9.4. Nosso tempo também pode ser pouco no sentido de a liberdade religiosa
ser cerceada ou mesmo cassada, como já aconteceu e está acontecendo em certos
países.
Quanto à
idade daqueles a quem devemos evangelizar, a resposta sempre será - agora. Crianças,
jovens e velhos podem ser ganhos para Jesus agora. Na igreja, um dos
grandes setores de evangelização das crianças é a Escola Dominical, quando
devidamente aparelhada. Nela, o professor de crianças tanto pode levar as
crianças a Cristo, como ensiná-las a viver para Cristo. Quem ganha uma criança
para Jesus salva uma vida inteira. Quem ganha um adulto, salva apenas meia
vida, pois a outra metade o mundo já levou. Cuidado, pois! Uma oportunidade
perdida pode nunca mais voltar. Um coração hoje aberto pode amanhã estar
fechado, e... para sempre.
IV - ONDE DEVEMOS EVANGELIZAR:
Nem em
todos os locais podemos fazer cultos de pregação, mas ganhar almas
individualmente, sim. Vejamos alguns locais onde isso pode suceder:
Nos
cultos- Os crentes ganhadores de almas devem ficar alerta nos
cultos de pregação, especialmente quando estes chegam ao término. Há pecadores
que, mesmo depois de convencidos pelo Espírito Santo, precisam de ajuda para
fazer sua decisão. Muitos têm dúvidas, temores e dificuldades internas. Nessas
horas, uma palavra de encorajamento da parte de Deus é decisiva. Há pessoas que
nunca entraram num templo. Acham tudo estranho. Uma voz amiga vence tais
barreiras. Quantos milhares de pecadores fizeram sua decisão porque alguém os
conduziu à frente. Não convém insistir demais nem também forçar. Deixe o
Espírito Santo dirigir as coisas. Muitas almas se extraviam por falta de uma
palavra amiga, portanto, dê atenção pessoal a elas. Nos cultos ao ar livre, o
trabalho pessoal com os circunstantes é valiosíssimo. Muitos frutos têm sido
colhidos assim.
Nos lares - O lar pode ser o nosso. Muitas vezes o
campo de trabalho não é o interior do país nem o exterior, mas a nossa própria
casa, isto é, pais, irmãos, filhos, parentes. Jesus disse que o campo é o
mundo (Mt 13.38); ora, o mundo começa à nossa porta. Os crentes primitivos
evangelizavam de casa em casa (Mc. 5.19; At 5.42; 20.20). Muitas grandes
igrejas de hoje, começaram em casas particulares. O lar foi a primeira
instituição divina, e Deus tem em mira a salvação de todos no lar (Gn 19.12; Êx
12.3; Js 6.23-25; Al 11.14; 16.31).
Em público- Aqui, há muitos locais a considerar. O
apóstolo Paulo pregou em praças (At 17.17). À beira de rios (At 16.13).
Na parábola das bodas, o Senhor Jesus fez menção disso (Lc 14.21). Há pessoas
de tal temperamento e formação; de tais superstições e preconceitos, que
jamais entrarão num templo evangélico. Muitas vezes há também proibição. Tais
pessoas só poderão ser atingidas pelo evangelismo pessoal em público.
Evangelizar é ir ao encontro do povo. Jesus não disse: "Venha todo o povo
ouvir a pregação do Evangelho", mas, "Ide por todo o mundo e pregai o
Evangelho a toda a criatura".
No
trabalho (indústrias, profissões particulares, etc.)- Jesus
chamou vários discípulos quando ocupados em seus trabalhos habituais (Mt 9.9;
Mc 1.16-19). O grande evangelista D.L. Moody foi salvo quando trabalhava no
interior duma sapataria. Há ocasiões em que a melhor maneira de falar de Jesus
em .tais lugares é através da própria vida, vivendo diante dos patrões,
empregados e colegas como um verdadeiro filho de Deus, deixando a luz brilhar
nas trevas. Uma vida assim atrai os outros para Cristo. "A única Bíblia
que muitas pessoas lêem é a vida de um crente" (D.V. Hurst). É como se
fosse o "Evangelho Segundo Fulano de Tal".
É
preciso prudência para falar nos locais acima mencionados, de modo que não haja
violação de rotinas, quebra de instruções, etc. A hora de almoço e. o tempo de
descanso podem ser as ocasiões apropriadas. Não é preciso um sermão. Muita
gente pode ser alcançada em público: barbeiros, ascensoristas, engraxates,
comerciantes, comerciários, empregados em geral, balconistas etc. O irmão R.A.
Torrey dava cinco características de uma boa oportunidade em público. Ei-las: -
Quando a pessoa está só: Quando desocupada, Quando de bom humor, Quando
comunicativa, Quando em atitude séria.
Nos transportes em geral (trens, navios, aviões,
ônibus, etc)- Em viagem, normalmente as pessoas estão dispostas:
gostam de conversar e ler. Outras ficam apreensivas. O transporte em que
viajamos diariamente pode ser o meio de ganharmos muitas almas para o reino de
Deus. Peça, irmão, ardentemente ao Senhor que o dirija a falar aos pecadores.
Às vezes, quando não é possível falar, podemos entregar um folheto apropriado.
(Quanto a isto, estudaremos mais adiante.)
Nas instituições públicas (hospitais, prisões,
abrigos, penitenciárias, institutos, etc)- Aqui, a
primeira providência é obter a devida permissão para o serviço que se pretende
fazer. É um ato nobre e cristão levar alegria e prazer aos internos de tais
instituições. Muitos deles, dali não voltarão mais ao convívio dos seus. A
única oportunidade que terão de ouvir o Evangelho será pelo testemunho
pessoal, pelo rádio ou pela página impressa. "Estando enfermo e na
prisão, não me visitaste" (Mt 25.43).
Paulo ganhou o carcereiro dentro da prisão (At 16.23,24). Há
pessoas que em são estado de saúde e em plena liberdade, jamais ouviriam o
Evangelho, mas nas instituições de internamento podem ouvir de boa mente. O
campo é vasto nas organizações deste tipo. Milhares têm aceitado Cristo nas prisões,
sanatórios, abrigos, etc. Outros estão a espera que alguém lhes leve a mensagem
da salvação. (Lede Hb 13.3.)
Aproveitando as ocasiões- Pessoas
atingidas por infortúnios, desgraças, catástrofes, etc, ouvindo do poder
salvador de Cristo, poderão render-se a Ele. Quando uma pessoa acha-se no
centro de tais acontecimentos, esvaem-se-lhe a vaidade, o egoísmo, os pontos de
vista, os preconceitos, etc. Numa situação assim, o Evangelho deve ser indicado
como a felicidade eterna.
Há pessoas que em situações normais não dão qualquer
importância ao assunto da salvação, mas atingidas pela adversidade, tornam-se
receptivas. Muitos têm sido salvos em tais circunstâncias. Por exemplo: ali
está um homem morrendo sem salvação. Ele treme ao enfrentar a eternidade sem
Deus. Em tais momentos o testemunho de Jesus pode ser vital e decisivo. Quantos
já estão na glória, tendo sido salvos nos últimos momentos de vida? O malfeitor
ao lado de Cristo, foi salvo assim (Lc 23.42,43). Momentos de decisões
importantes também são ocasiões próprias para se falar de Jesus.
V - COMO DEVEMOS EVANGELIZAR:
Para
começar, o ganhador de almas tem de ter experiência própria da salvação. É um
paradoxo alguém conduzir um pecador a Cristo, sem ele próprio conhecer o
Salvador. Isto é apontar o caminho do Céu sem conhecê-lo. Quem fala de Jesus
deve ter experiência própria da salvação. (Ver Sl 34.8 e 2 Tm 1.12.)
O uso da
Palavra de Deus e seu estudo constante (2 Tm
2.15) - Este é um dos fatores do crescimento espiritual e da prática
de ganhar almas. Estando nosso coração cheio da Palavra de Deus, nossa boca
falará dela (Mt 12.34). É evidente que o ganhador de almas precisa de um
conhecimento prático da Bíblia; conhecimento esse, não só quanto à mensagem do
Livro, mas também quanto ao volume em si, suas divisões, estrutura em geral,
etc. Sim, para ganhar almas é preciso "começar pela Escritura" (At
8.35).
Aquilo
que a eloqüência, o argumento e a persuasão humana não podem fazer, a Palavra
de Deus faz, quando apresentada sob a unção do Espírito Santo. Ela é qual
espelho. Quando você fala a Palavra, está pondo um espelho diante do homem.
Deixe o pecador mirar-se neste maravilhoso espelho! Assim fazendo, ele
aborrecerá a si mesmo ao ver sua situação deplorável.
Está
escrito que "Pela lei vem o conhecimento do pecado" (Rm 3.20).
Através da poderosa Palavra de Deus, o homem vê seu retrato sem qualquer
retoque, conforme Is 1.6. No estudo da obra de ganhar almas, há muito proveito
no manuseio de livros bons e inspirados sobre o assunto. Há livros deste tipo
que focalizam métodos de ganhar almas; outros focalizam experiências
adquiridas, o desafio, o apelo e a paixão que deve haver no ministério em
apreço. A igreja de Éfeso foi profundamente espiritual pelo fato de Paulo ter
ensinado a Palavra ali durante três anos, expondo todo o conselho de Deus (At
20.27-31). Em Corinto ele ensinou dezoito meses (At 18.11). Veja a diferença
entre essas duas igrejas através do texto das duas epístolas (Coríntios e
Efésios).
Uma vida
correta- Paulo evangelizando pessoalmente a Félix, o governador
da Judéia, disse: "Procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto
para com Deus como para com os homens" (At 24.16). A consciência nos seus
dois lados - para com Deus e para com os homens - deve estar limpa. Muitos
crentes têm sido desaprovados por Deus por falharem nesta parte. Trabalham à
toda força e frutos não há. Perguntam: "Por que não há frutos no meu
trabalho?" As Escrituras respondem em Is 52.11. Davi compreendia que o
pecado é um impedimento à conversão dos pecadores (Sl 51.2-13). Consideremos
aqui os seguintes textos:
1 Pe
1.15 - Aqui a santidade é requerida em todas as maneiras de viver.
Fp 1.27
- Mostra que a nossa conduta deve ser conforme o Evangelho.
Rm
12.1,2 - O ensino aqui é que não devemos ter uma vida conformada com o mundo. O
povo de Deus deve caminhar o mais possível distante do mundo.
Certo
patrão estava examinando um grupo de motoristas, a fim de selecionar um deles
para ficar como empregado de sua firma. A certa altura do teste, surgiu a
seguinte pergunta dele: "Se vocês fossem por uma estrada, beirando um
precipício, qual seria a menor distância a que chegariam da beira do abismo,
respeitando os limites de segurança?" Os motoristas querendo demonstrar
habilidade e experiência, foram dizendo: "um metro", "menos de
um metro", "meio metro". Nenhuma resposta agradava o patrão até
que um deles disse: "Eu caminharia tão longe quanto possível do precipício".
Este candidato foi aceito para o emprego. Assim deve ser também na vida
espiritual... O descrente não lê a Bíblia, mas lê a vida do crente, que de
fato deve ser uma Bíblia aberta! (2 Co 3.2).
Aprendendo
com o supremo ganhador de almas - Jesus (Mt 4.19) - Em
sacrifício, amor, serviço e métodos na obra de ganhar almas, Jesus é o nosso
perfeito exemplo. Entre os diversos casos de evangelização pessoal do Senhor
Jesus, abordaremos um - o da mulher samaritana, em João cap.4. Se seguirmos os
passos de Jesus para ganhar a samaritana, muito aprenderemos quanto à
evangelização pessoal. Em seu ministério, inúmeras vezes Jesus pregou a
milhares de ouvintes; entretanto, um dos seus mais belos sermões - o de João
cap. 4 -, foi proferido perante uma só alma. Isto revela também a importância
do testemunho pessoal. Noutra ocasião, Jesus dirigiu um extenso estudo bíblico
para dois discípulos (Lc 24.27). Sigamos, pois, os passos do Senhor ao ganhar a
samaritana:
Ter
amor, espírito de sacrifício (vv. 4,6,8). O v.4 fala
de sacrifício; o v.6, de cansaço; e v.8, de necessidade (fome). Tudo por causa
duma alma perdida. É interessante notar que Jesus estava cansado da viagem
(v.6), mas não do trabalho. O ganhador de almas deve estar possuído de ardente
amor e compaixão pelos perdidos. O apóstolo Paulo tinha a mesma paixão (Rm
9.2,3).
Ir ao
encontro do pecador (v.5). Notai
como o Senhor Jesus foi do geral ao particular: primeiro, à província de
Samaria (v.4), depois à cidade de Sicar (v.5), e por último à fonte de Jacó,
para onde a mulher deveria vir (v.6). Jamais deveremos esperar que os pecadores
venham ao nosso encontro. Jesus mostrou, em Mt 4.19, que a obra de ganhar
almas é comparada a uma pescaria espiritual. O pescador tem de colocar-se no
local da pesca, se quiser apanhar
peixes. Noutras passagens da Bíblia encontramos o mesmo ensino, como em Lc
15.4. O profeta Ezequiel, conduzido pelo Espírito Santo, foi até os cativos do
seu povo e sentou-se entre eles (Ez 3.14,15).
Paciência (v.6). Diz o texto: "Assentou-se".
Assim fez, esperando pelo pecador. (Ler At 17. 2.)
Entrar logo no assunto da salvação (v. 7).- Há
sempre uma porta aberta para se falar da salvação. No caso da samaritana, o
assunto do momento era água e sede, e logo Jesus falou da água da vida que
sacia a sede da alma. Vemos um caso idêntico em Atos capítulo 8. Aí o assunto
era leitura e logo o servo de Deus iniciou a conversa com uma pergunta
também sobre leitura (v.30). Em João, capítulo 2, quando Jesus conversava com
Nicodemos, talvez soprasse uma brisa, e logo Ele usou o vento como figura
(v.8).
Ficar a sós com quem está falando (v. 8).Quando
alguém estiver falando com um pecador a respeito da salvação, evite
perturbá-lo, a me nos que seja convidado.
Deixar os preconceitos raciais ou sociais (vv.9,10). Jesus veio desfazer todas as barreiras
que impedem a perfeita relação entre Deus e o homem, e entre este e seu
semelhante. Os preconceitos têm causado grandes males na sua ação destruidora
de separar, ao passo que Jesus veio unir (Ef 2.11-22).
Não se afastar do assunto da salvação (vv.9-13). No v.9, a mulher alega o problema do
preconceito. No v.12, Jesus volta ao assunto inicial: água, mas agora água da
vida. Nos w.11,12, a mulher apresenta dificuldades. Nos w.13,14, Jesus volta ao
assunto inicial: salvação. Resultado: no v.15 já há na pecadora um certo
grau de interesse.
Fazer ver ao ouvinte que ele é pecador (v.16). Jesus
sabia que a samaritana não tinha marido, mas para motivar uma declaração dela,
disse-lhe: "Chama o teu marido e vem cá". Muitos pecadores não se
podem salvar porque não querem reconhecer que são pecadores e muito menos
perdidos.
Não atacar defeitos, nem condenar (v. 18). - Isto não quer dizer que vamos bajular
alguém ou concordar com sua vida ímpia e pecaminosa.
Evitar discussão (vv.20-24). Não
permitir que a conversa degenere em discussão. No v.20, a mulher aponta o fato
de os judeus desacreditarem na religião dos samaritanos. É costume também o
pecador apontar falhas nas igrejas e nas vidas de certas pessoas crentes. Isto
mostra que tais ouvintes, em lugar de olhar para Cristo, estão atrás de
igrejas e pessoas. O alvo perfeito é Cristo (Hb 12.2).Crentes errados darão
conta de si mesmos (Rm 14.12).
Diz uma autoridade em Relações Humanas: "Você nunca
vencerá uma discussão. Se perder, perdeu mesmo, e se ganhar perdeu também, porque
um homem convencido contra a vontade, conserva sempre a opinião anterior. Quem
perde numa discussão fica ferido no seu amor próprio".
O sexo influi, às vezes (v.27). O ideal é falar com pessoas do mesmo
sexo, sem contudo fazer disso uma lei. É provável que se uma mulher falasse à
samaritana, talvez não prendesse tanto a sua atenção. Outros exemplos de
Jesus evangelizando pessoalmente: Jesus e Nicodemos (Jo 3.1-21); Zaqueu, o
publicano (Lc 19.1-28); O cego Bartimeu (Mc 10.46-52); O malfeitor na cruz (Lc
23.39-43); O doutor da lei (Lc 10.25-37); O jovem rico (Mt 19.16-30).; A mulher
adúltera (Jo 8.1-11); A mulher enferma (Mc 5.25-34); A mulher siro-fenícia (Mc
7.24-30); O paralítico de Cafarnaum (Mc 2.1-12).
Ser cheio do Espírito Santo- Nos
negócios puramente humanos, o homem pode ter êxito e promover o progresso. Isto
acontece nas construções, nas indústrias, no comércio, na arte, nas ciências,
etc, mas no tocante à obra de Deus, só pode de fato haver avanço quando ela é
acionada pelo Espírito de Deus. Ele é que comunica vida. Quando o trabalho do
Senhor passa a ser dirigido exclusivamente pelo homem, torna-se em organização
mecânica, fria e estéril. A Igreja de Deus, quando dinamizada pelo Espírito
Santo, é de fato um organismo vivo, que cresce sempre para a glória de Deus. A
ordem de Jesus à Igreja para pregar o Evangelho está intimamente ligada à
ordem para receber o poder do alto, como se vê em Lc 24.49; At 1.8. O poder de
Deus faz a diferença. O apóstolo Pedro, fraco e tímido antes do Pentecoste,
tornou-se coluna, após o revestimento de poder.
Todo o
crente nascido de novo tem em si o Espírito Santo (1 Co 3.16), mas o poder
glorioso para o testemunho e serviço de Cristo, vem com toda plenitude aos
servos batizados com o Espírito Santo (At 1.4,5,8; 2.1-4). Após o crente ter
sido cheio do Espírito Santo é preciso permanecer cheio sempre (Ef 5.18). Aí
não se trata de um convite divino, mas de uma ordem.
É preciso orar sempre (Ef 6.18,19)- A oração
abre portas e remove barreiras. Ela é o meio de comunicação com Deus. A Igreja
nasceu quando em oração, e é nesse ambiente que ela cresce e se desenvolve (At
1.14). Pedro estava orando quando Deus o usou para a salvação de Cornélio, seus parentes e
amigos (At 10). (Ver Sl 126.6; At 20.31.) É mais fácil falar ao pecador
sobre Deus, depois que falamos com Deus sobre o pecador...
Fé na operação da Palavra de Deus - Quando
falamos a Palavra de Deus, precisamos confiar no seu autor. À nós crentes compete anunciar a
Palavra; a Deus, operar. Aquele que disse "I-de por todo o mundo",
também disse "Eis que estou convosco". Devemos falar a Palavra com
plena convicção de que é o poder de Deus para salvação de todo o que crê (Is
55.11; Rm 1.16). Há pecadores que aceitam a
mensagem da salvação com toda a simplicidade, outros não. Se o irmão está
procurando levar uma alma a Cristo, nunca desanime. Certo irmão sueco orou 50
anos para Jesus salvar determinada pessoa, e viu-a aceitar o Salvador. O Dr. R.
A. Torrey, célebre ganhador de almas, orou 15 anos por uma pessoa, e esta veio
a crer em Jesus. Os homens que conduziam o paralítico de Lucas cap.5 só
conseguiram chegar à presença de Jesus, subindo ao eirado, o que não era muito
fácil. Mas não desanimaram. Isto é perseverança. Às vezes é preciso um esforço
assim. Qualquer caso, mesmo os piores, acham solução no Senhor Jesus. Para
Deus nunca houve impossíveis. Ele é especialista nisso! Portanto, é preciso
anunciar a Palavra com plena confiança na sua divina ação. Quando você estiver
falando de Jesus, ore em espírito para que Deus honre a Palavra dele e manifeste
o seu poder salvador.
É preciso amor- Fé e amor andam juntos na
evangelização. Quaisquer outros recursos serão meros paliativos, como relações
humanas, sociologia etc. Jesus foi a personificação do amor. Ele salvou os
pecadores amando-os até o fim (Jo 13.1). Sua posição ao morrer de braços
abertos na cruz é a expressão máxima do amor. Ali, num gesto de infinito
alcance, Ele uniu os dois povos com seus braços acolhedores (judeus e
gentios).
A apresentação pessoal- Cuide
disso. Sua aparência é importante, como é importante a mensagem que você leva.
Deus pode usar quem Ele quiser e o que Ele quiser, até uma queixada de jumento,
como no caso de Sansão, mas quanto à sua aparência pessoal, irmão, fica a seu
critério. Cuide de sua apresentação, mas sem exagero. Roupa passada, gravata
no lugar, limpeza geral, inclusive das unhas; barba bem feita, cuidado com o
hálito. O traje deve ser modesto, decente e de bom gosto. Um traje mundano,
imoral e indecente não é próprio do cristão; pode atrair o povo, mas não para
Cristo. Não permita que seu traje seja motivo de atração para os ímpios,
desviando, assim, a atenção a Cristo. Diz a Palavra de Deus no Sl 103.1:
"Tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome".
O uso da fala (1 Co 14.9)- Ao ler a
Bíblia ou falar ao pecador, procure evitar solecismos prosódicos, observando a
pronúncia correta das palavras, o que inclui todas as suas letras. Evite o
pedantismo a todo o custo, porque logo será descoberto. Pedantismo é falsa
cultura. Na pronúncia da
língua portuguesa atente para a acentuação, entonação e pontuação. Uma
dicção exata impõe-se e dá destaque. Jesus certamente observava bem estas
regras. O correto emprego das palavras é também muito importante. Por exemplo,
nunca dizer "verso" em lugar de "versículo", quando referir-se às divisões dos capítulos da Bíblia o
certo é "versículo".
Jesus
ensinou seus discípulos a orar, mas não a pregar, porque aprender a falar e
pregar é tarefa nossa. Jesus unge a mensagem e opera por meio dela. Por meio
da oração buscamos o Senhor para que Ele inspire e ilumine a pregação. O que é
para o homem fazer. Deus não executa. (Ver Jo 11.39.) Um auxiliar valioso para
a grafia e pronúncia correta dos nossos vocábulos é o "Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa", edição de 1981.
O meio
ambiente de pessoas cultas também influi poderosamente na boa formação
linguística e cultural. O apóstolo Paulo nunca desprezou os livros (2 Tm
4.13). É de grande valor o estudo de bons livros, como concordância,
dicionários, gramáticas, manuais doutrinários, etc.
O
manuseio prático da Bíblia- É muito importante o pleno desembaraço
no manuseio do volume sagrado. Isto significa saber onde estão as passagens
necessárias e localizá-las no volume sagrado com rapidez. É imperioso conhecer
a abreviatura de cada livro. Como já foi dito, este curso de evangelismo
pessoal adota o sistema mais simples de abreviar os livros da Bíblia: apenas
duas letras para cada livro, sem ponto abreviativo.
Há
outros sistemas, mas esse é o mais simples: Nunca cite um versículo incompleto
ou de maneira duvidosa. Isso compromete. Também nunca acrescente ou subtraia
palavras do texto bíblico, mutilando-o. Quanto a isso. é bom atentar para a
advertência de Dt 4.2; 12.32; Pv 30.5,6; Ap 22.18,19. Neste curso temos de
memorizar muitos textos da Palavra de Deus. Se isso parecer difícil ou impossível,
lembremo-nos de Fp 4.13.
O uso de
folhetos e literatura em geral- Nunca distribua nada sem primeiro ler
para si. Há um provérbio que diz: "Nem tudo que brilha é ouro". Ande
sempre munido de porções impressas da Palavra de Deus: folhetos, revistas,
Novos Testamentos. Bíblias completas ou porções dela. Há ocasiões em que não
se pode falar nem ingressar em determinados lugares, mas a Palavra de Deus pode
fazer tudo isso. Milhares já foram salvos pela mensagem impressa. Distribua a
mensagem conforme a situação do momento.
O
agricultor, quando semeia, escolhe a semente antes de lançá-la ao solo; ele
assim faz porque os terrenos são diferentes. Também se pode evangelizar por
meio de cartas pessoais. Neste caso, as cartas devem sempre ser manuscritas, a
fim de conduzir o toque pessoal. Na Bíblia temos muitas mensagens em forma
epistolar.
VI - RESULTADO DE EVANGELIZAR:
Aqui
estão algumas das bênçãos resultantes da evangelização pessoal:
Crescimento
da obra do Senhor Quem
ganha almas está ajudando a edificar a Igreja. Ela na Bíblia é comparada a um
edifício que se completa pela edificação. A igreja no seu início, cresceu
depressa porque os crentes evangelizavam sem cessar. Isto é visto nos primeiros
oito capítulos do livro de Atos, que é o livro histórico da Igreja. Uma igreja
local que possui um grupo de crentes cheios de zelo e paixão pelas almas
crescerá sempre. E se toda uma igreja for despertada para evangelizar o
crescimento será tal, que despertará uma região, um estado, um país e mesmo o mundo.
Maior paixão pelas almas - Isso tem
acontecido com os servos de Deus através dos tempos. Por exemplo, Paulo - o
grande ganhador de almas, após 25 anos de labor constante, sua paixão pelos
perdidos era tal, que exclamou certa vez: "Tenho grande tristeza e
contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de
Cristo, por amor de meus irmãos" (Rm 9.2,3). Tal amor e paixão pelos
perdidos não encontra palavras para descrever-se.
Fortalecimento na fé- Nossa fé
é fortalecida quando testemunhamos Deus cumprir sua Palavra. É maravilhoso e
edificante ver como Deus cumpre o que está escrito no que tange à salvação das
almas, quando as condições exigidas por Ele são satisfeitas. Paulo dizia com
confiança nesse sentido: "Não me envergonho do evangelho" (Rm 1.16).
Isto significa que por onde quer que ele falasse a Palavra, Deus confirmava a
pregação com salvação de pecadores e demais bênçãos.
Estímulo a outros irmãos - A prática de ganhar almas e as bênçãos
daí decorrentes estimulam outros a se renderem ao Senhor para que Ele os use
de igual modo. Crentes inflamados pela salvação dos pecadores transmitem
influência aos descuidados e indiferentes.Tendo apreciado o porquê, quando,
onde, como e os resultados da evangelização dos pecadores, pecamos
a Deus que nos revele e ajude a deixar tudo aquilo que impede a nossa
participação efetiva na evangelização das almas perdidas, e que Ele derrame
sobre nós o seu Espírito, dotando-nos, assim, de poder para a tarefa de
evangelizar e ganhar os perdidos para Ele. Que Ele nos faça homens e mulheres
segundo o seu coração.Você, irmão, está sinceramente disposto a orar assim? Oh!
que Deus desperte seu povo enquanto é tempo de falar aos perdidos, do seu amor
e da sua salvação, antes que entrem no Inferno!
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