ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 03- DATA: 03/01/2014
TÍTULO: “AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ”
TEXTO ÁUREO – Ef 6.11
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ex 3.19-20; 7.4-5; 8.8, 25; 10.8, 11, 24
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 03- DATA: 03/01/2014
TÍTULO: “AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ”
TEXTO ÁUREO – Ef 6.11
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ex 3.19-20; 7.4-5; 8.8, 25; 10.8, 11, 24
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
I – INTRODUÇÃO:
As palavras hebraicas traduzidas na
bíblia por “pragas” têm os seguintes sentidos:
(1) - “MAGGEPA” - Ex 9:14 = GOLPE
SEVERO ou PESADO;
(2) – “NEGA” - Ex 11:1 = UM TOQUE ou
UM GOLPE PESADO;
(3) – “NEGEP” (Ex 12:13) = UM GOLPE SEVERO
As dez pragas foram dez “pesados
golpes” desferidos por Deus contra satanás, contra faraó (com sua pretensão de
ser um deus), contra os deuses do Egito e todo o sistema religioso, e contra os sacerdotes-magos ou bruxos. Revelaram o
conflito ou batalha que se travou entre Deus (por meio de Moisés) e o diabo (operando
por meio de Faraó e suas hostes).
II - A PRIMEIRA PRAGA: AS ÁGUAS DO EGITO TORNAM-SE
EM SANGUE :
Ex 7:19-25 - O Nilo era considerado sagrado pelos egípcios.
Muitos de seus deuses eram associados direta ou indiretamente àquele rio e à sua
produtividade. Por exemplo:
Khnum - "guardião do Nilo";
Hapi - "espírito do Nilo e sua essência
dinâmica" - acreditavam que ele se manifestava algumas vezes nos
crocodilos do Nilo;
Osíris - "deus do submundo ou
mundo inferior”; o Rio Nilo era a sua corrente sanguínea;
Neith - "deusa guerreira que protegia o maior
peixe (lates) do Rio Nilo";
Hathor -
"era protetor dos peixes pequenos (chromis)";
Sobek – “deus-crocodilo,
muito venerado no Baixo Egito, próximo às margens do Nilo”.
O rio Nilo era um deus para os egípcios e suas águas eram consideradas
águas da vida, em virtude de fertilizarem o solo. Agora, esse deus vai se
transformar numa abominação simbolizadora da morte. Quando isso aconteceu, os
egípcios começaram a cavar poços perto do rio, à procura de água boa, porquanto
todas as águas do Egito tornaram-se sangue: todas as nascentes, todos os rios,
lagoas, águas empoçadas, até mesmo as águas dos recipientes domésticos. De
repente, o doador da vida se transformara numa grande ameaça de morte.
A incredulidade culta gosta de tentar destruir os milagres da bíblia. A
respeito dessa primeira praga, intérpretes dizem tratar-se de um fenômeno
natural que acontecia no Nilo todos os anos, um avermelhamento das águas, em
virtude de grande quantidade de certo microorganismo, ou diluição de certos
minerais. Pura tolice!!!
A bíblia registra que:
(1º) - O fenômeno ocorreu repentinamente, obedecendo à ordem de Moisés:
e
(2º) - O fenômeno atingiu todas as águas do Egito, até mesmo as águas
que as famílias mantinham em recipientes domésticos, que de modo algum poderiam
ter sido alcançadas pelas causas naturais aludidas.
III - SEGUNDA PRAGA:
MULTIPLICAÇÃO DE RÃS
Ex 8:1-15 - Na mitologia egípcia,
as rãs eram a corporificação do poder vivificador. Em
larga escala, representavam fartura, bênção e a certeza de boa colheita. Este
conceito decorria do retorno do Rio Nilo ao seu leito normal, após o período
de inundação, que deixava muitas piscinas e poças habitadas por rãs. Estas
podiam ser ouvidas em coro nos campos egípcios.
Os
agricultores acreditavam que o "som" das rãs era uma evidência de
que os deuses estavam controlando o Nilo (principalmente o deus Hapi - espírito do Nilo), fazendo com
que a terra ficasse fértil, para que pudessem completar o seu trabalho.
Essas associações levaram os egípcios a deificar a rã e fazer a
teofania da deusa Heqt - "deusa rã" -, esposa do deus Khnum,
e símbolo de ressurreição e emblema de fertilidade.
Há quem diga que os magos fizeram
truques, empregando ilusionismo, transmitindo a impressão de terem produzido
as duas primeiras pragas. Entretanto, a Bíblia diz claramente que eles
FIZERAM O MESMO QUE MOISÉS (Ex 7:22; 8:7). Satanás realizou através de seus
ministros dois sinais, com o fim de dissuadir o Faraó da ideia de permitir a
saída do povo.
Deus permite que o diabo vá até
certo ponto, mas não a mais do que isso na reprodução de sinais e maravilhas
- Mt 24:24.
Os bruxos conseguiram realizar
apenas as duas primeiras pragas, mas não conseguiram desfazê-las, o que é um
sinal a mais da limitação dos poderes das trevas diante de Deus.
Depois que faraó chamou Moisés e Arão e eles oraram, as rãs morreram.
IV - TERCEIRA PRAGA: INVASÃO
DE PIOLHOS
Ex 8:16-19 – A palavra “piolhos” (ken) aparece apenas
no presente contexto (cf Sl 105:31; Is 51:8).
O filósofo Filo, de Alexandria, o maior judeu escritor da diáspora, indicou que era um inseto pequeno que não apenas penetrava
nos ouvidos e narinas, mas picava a pele, deixando nela uma coceira
intolerável. Em Êxodo 8.17, registra-se que esta praga
irritava não só os homens, mas a todos os animais.
No
Egito também era adorado o deus Thoth (o deus da sabedoria e do mistério). Era crido como o deus
escrevente, o juiz, cuja sabedoria e autoridade eram marcantes sobre todos os
outros deuses. Ele anotava todos os pensamentos, palavras e ações dos homens
durante a sua vida e as pesava na balança da justiça divina. Atribuíam a ela a
invenção da magia ou das artes secretas, mas nem mesmo este deus pode ajudar
os sacerdotes-magos a imitar a terceira praga. Também pudera! Todo o pó da terra
foi usado por Deus; Ele não deixou nenhum resquício de pó para os magos
conseguir imitar o milagre da terceira praga.
Os
magos reconheceram a derrota quando se viram incapazes de transformar o pó em
borrachudos, por meio de suas artes secretas (Ex 8:16 a 19). O poder deles foi ultrapassado
pelos representantes de Jeová.
V - QUARTA PRAGA: AS MOSCAS:
Ex 8:20-32 - A palavra hebraica AROBH, traduzida por
moscas tem o sentido de vespas e escaravelhos. Na septuaginta essa palavra
foi traduzida por KUNÓIMA, que não é a simples mosca caseira, mas uma espécie
conhecida como MOSCA CANINA, espécie que ataca principalmente os seres
humanos, e que constitui uma terrível aflição no Egito.
A praga das moscas não alcançou a terra onde estavam os
hebreus, e isto deu um aspecto especial à manifestação de Deus, significando
Sua providência em proteger Seu povo.
Faraó, exasperado, propôs a Moisés que oferecesse
sacrifícios ao seu Deus ali mesmo, no Egito.
Moisés alegou que os sacrifícios a Deus eram, aos olhos
dos egípcios, uma abominação, e isso os levaria a apedrejarem os hebreus. É
que os animais que haveriam de ser sacrificados eram sagrados para os
egípcios. A matança de ovelhas, bodes e bois encheria aquele povo de ódio.
Moisés usou essa alegação como um meio diplomático de rejeitar a proposta do
rei. Mas, em verdade, ele não podia negociar; precisava cumprir uma ordem
expressa de Deus: TIRAR O POVO DO EGITO.
Faraó deu permissão para a partida da terra, mas fez
duas exigências:
(1ª) - Não deviam ir muito longe; e
(2ª) - Deviam orar por ele.
Moisés cumpriu a sua parte
no acordo, mas Faraó, não. Uma vez livre da humilhação da praga, endureceu
seu coração e mais uma vez proibiu que o povo de Israel partisse.
A 1ª
PROPOSTA DE FARAÓ: “Ide, sacrificai ao vosso Deus nesta terra” (Êx 8.25). Esta
atitude representava a falta de santidade, de separação das coisas deste mundo.
Deus exige santidade do seu povo (Lv 20.26). Esta proposta exigia que Israel
cultuasse a Deus NO EGITO, em meio aos falsos deuses. O ecumenismo também parte
deste princípio. A proposta de Faraó era para Israel servir a Deus sem qualquer
separação do mundo. Um povo separado por Deus e para Deus, e ao mesmo tempo
misturado com os ímpios egípcios, como sendo um só povo, seria uma abominação
ao Senhor. Esta é uma das causas de haver tantos crentes frios espiritualmente.
O povo de Deus enfrenta “concessões egípcias” semelhantes hoje em dia, quando
buscamos servir ao Senhor. O inimigo nos diz que não precisamos ser separados
do pecado, pois podemos servir a Deus “nesta terra”.
VI - QUINTA PRAGA: A MORTE DO GADO:
Ex 9:1-7 - As pragas no gado eram comuns no Egito e
essa pestilência deve ter destruído não apenas a propriedade egípcia
necessária para a vida, mas a santidade dos animais na teologia egípcia e a
impotência de Faraó em intervir.
As vacas eram sagradas à deusa Ísis e Ápis, este último
um dos principais deuses do Egito: Era um bezerro que vivia num palácio,
alimentado com aveia perfumada que era comida em pratos de ouro e ao som de música.
A morte repentina do gado que estava no campo por ordem
do Deus dos hebreus, foi um pesado golpe no prestígio de Ísis e Ápis. Ainda
mais que o gado dos hebreus nada sofreu.
A distinção entre o gado dos egípcios e o dos hebreus
aumenta o elemento de miraculosidade da praga. Era o poder de Deus que, em
última análise, se responsabilizava pela diferença entre os hebreus e os
egípcios. Deus não apenas julgou Faraó e os deuses do Egito, mas também
poupou o Seu povo ao mesmo tempo.
VII - SEXTA PRAGA: ÚLCERA:
Ex 9:8-12 – Os egípcios eram conscientes
da possibilidade de doenças infecciosas e chagas. Isto era refletido no fato
de Sekhmet (a deusa
cabeça de leão, que supostamente tinha o poder de criar e extinguir epidemias)
e os deuses Tot, Ísis e Ptah, considerados com habilidades
curativas. Um sacerdócio especial era devotado a ela, chamado Sunu.
Amuletos e outros objetos
eram empregados pelos egípcios contra males em suas vidas.
A recusa de Faraó em não
libertar o povo de Israel trouxe a sexta praga, sendo esta a terceira vinda
sem anúncio.
Iniciou-se através do
lançamento simbólico de cinzas da fornalha por Moisés e Arão, e tumores
arrebentaram em úlceras nos homens e nos animais, por toda a terra do Egito.
A palavra ÚLCERA significa PÚSTULA, FURÚNCULO.
Os dicionários definem uma pústula com um furúnculo ou
borbulha, e sugerem que as pústulas malignas são características do antraz. A
terminologia usada para descrever a doença identificada com a sexta praga
sugere uma erupção da pele de natureza violenta. Ela não era leprosa ou maligna,
mas devia ser igualmente temida, e, com toda a probabilidade, era mortal.
Essa enfermidade feriu tanto os homens quanto os animais.
Os representantes de Faraó não apenas foram incapazes
de duplicar os atos de Moisés, embaixador de Jeová, mas eles também foram
feridos. O arrogante Faraó (que se considerava divino), os príncipes, os
sacerdotes-magos, todos se viram, de repente, desprotegidos de seus deuses
dentro do palácio, cheios de úlceras; e, lá fora, todo o povo e também os
animais. Entretanto, os hebreus nada sofreram.
Esta praga culminou com grandes implicações teológicas para os
egípcios. Enquanto não trazia mortes, buscavam ajuda dos muitos deuses
responsáveis por curas. Além das já citadas, havia ainda os deuses Serafi e
Imhotep (o deus da medicina e o guardião da ciência
da cura). A inabilidade desses deuses em agir em favor dos egípcios
certamente proporcionou profundo desespero e frustração. Mágicos, sacerdotes,
príncipes e plebeus estavam todos igualmente afetados pelas dores deste julgamento,
fazendo-os saber que o Deus dos hebreus era o Deus Todo Poderoso e superior a
todos os ídolos feitos por mãos de homens.
Desta forma, o que podemos vislumbrar é o poder
ilimitado do Senhor Deus, em cujas mãos os homens são como barro nas mãos do
oleiro.
VIII - SÉTIMA PRAGA: SARAIVA:
Ex 9:13-35 – Antes de desferir mais este duro golpe,
Deus mandou mensagem ao Faraó:
(1) - Ele podia ser facilmente destruído por Deus;
(2) - A sua vida estava sendo mantida pelo próprio
Deus;
(3) - As pragas tinham o fim de levá-lo, bem como a todo o
seu povo a compreenderem que nenhum de seus deuses tinha qualquer valor; nenhum
poderia comparar-se a Jeová;
(4) - Através da obstinação do Faraó e das pragas, Deus
estava mostrando Seu poder e anunciando Seu nome a toda a terra.
(5) - Faraó e seus servos poderiam evitar um grande
prejuízo, se cressem em Deus, recolhessem seu gado do campo, para que não
morresse com a saraiva.
Saraiva é o mesmo que chuva de pedras de gelo.
A vida e a economia do povo
egípcio estavam diretamente ligadas ao sucesso nas colheitas. As grandes
chuvas trouxeram prejuízos e desespero àqueles. Os adoradores de Nut (deusa do céu) avistaram não as
bênçãos do sol rogadas a ela, mas a tragédia de tempestades e violência.
Esta praga também humilhou Ísis
e Seth, (deuses responsáveis pelas colheitas na agricultura). A forte
saraivada envergonhou também os deuses considerados como tendo controle sobre
os elementos naturais.
Os egípcios também acreditavam
que o deus Reshpu controlava os raios, e o deus Tot possuía
poder sobre a chuva e os trovões.
A promessa dizia que no dia
seguinte o Senhor traria uma grande tempestade sobre o Egito, devendo todos
os animais, que estavam no campo, serem recolhidos para proteção. Esta recomendação
foi obedecida por vários servos e seguidores de Faraó, irritando o rei do
Egito.
De acordo com inscrições,
estes animais foram trazidos de países vizinhos, como Síria e Líbia, após a
quinta praga, a qual exterminou todo o rebanho egípcio.
Os trovões e relâmpagos
foram tão violentos que o fogo destruiu muitas plantações. O aspecto
miraculoso deste evento pode ser notado em Ex 9.26, onde encontramos que
somente na terra de Gósen não choveu.
A severidade da tempestade, a infrequência desse
fenômeno no Egito e a sincronização da chuva de pedras em relação à
advertência de Moisés combinaram para criar a reação de Faraó – Ex 9.27.
Faraó também apelou para Moisés para rogar ao Senhor
pedindo o fim da tempestade, e, o que é mais importante, concordou com uma
liberação incondicional dos hebreus: “Eu vos deixarei ir, e não permanecereis
mais aqui”.
Moisés não creu em sua declaração (Ex 9.28-32). Entretanto, levantou as mãos para o céu e a saraiva cessou. A oração de Moisés
pode abrir e fechar os céus, mas não o coração de um homem voluntarioso. Não
obstante, até mesmo a posição dos inimigos de Deus é obrigada a contribuir
para Seu plano redentor.
Mais uma vez ficou demonstrado que não é Faraó quem
controla a terra - nem mesmo os deuses do Egito. Jeová, o Deus de Israel, é o
Senhor da criação - Sl 24:1.
IX - OITAVA PRAGA: OS GAFANHOTOS:
Ex 10:1-20 – A praga de gafanhotos era
muito temida no Egito, tanto que os camponeses tinham o hábito de orar a um deus gafanhoto e ao deus Min,
que era encarado como protetor das colheitas.
Os gafanhotos são, talvez, o
maior exemplo natural de força coletiva destrutiva de uma espécie. Um
gafanhoto adulto pesa, no máximo, dois gramas e sua força destrutiva pode
levar milhares de pessoas a passarem fome por anos.
Através de um forte vento
oriental, que soprou durante todo o dia e toda a noite, gafanhotos foram
trazidos do norte da Arábia em grande número. Mais uma vez, nota-se a
natureza miraculosa do evento, pois nunca se viu nada igual na terra do Egito
(Ex 10:14). Os
gafanhotos destruíram, além das plantações, árvores frutíferas e de outras
espécies.
O horror e o desespero
assolaram o coração dos egípcios quando o restante de suas lavouras foi
destruído por milhões de gafanhotos voadores. Seus recursos agrícolas eram
considerados limitados e já tinham sofrido outras destruições causadas pelas
pragas anteriores. Seus rebanhos tinham sido esgotados e muitos dos homens
estavam incapazes de trabalhar, em decorrência das doenças trazidas pelas
pragas.
Buscando manter seu orgulho
e dignidade e não aparentar ser cego e obstinado quanto aos problemas em suas
mãos, Faraó propôs a Moisés e Arão um terceiro acordo: Liberar os adultos para
partirem, mas que deixassem as crianças (Ex 10:10 e 11).
Obviamente, esta oferta não
foi aceita por Moisés, que saiu da presença de Faraó.
Talvez, não por profunda
convicção espiritual, mas interessado em alívio imediato desta praga, Faraó
convocou Moisés e Arão novamente à corte. A despeito de Faraó demonstrar
obstinação e desonestidade, Moisés tornou da corte real e orou pedindo o fim
da praga, que se findou com um forte vento ocidental.
A 3ª PROPOSTA DE FARAÓ: “Deixai ir os homens” (Êx 10.7). Isto fala de divisão familiar. Deus criou a família e deseja que ela viva unida, pois nenhum reino (ou instituição) dividido pode estar de pé (Mc 3.24), porém o Inimigo trabalha sempre para separá-la. Essa proposta atingia os chefes de família e demais adultos. Os demais membros da família ficariam no Egito (Êx 6.14,15,17,19). A família é universalmente a unidade básica da sociedade humana. A saída parcial do povo, como queria Faraó, resultaria no fracionamento e fragilização das famílias, dividindo-as. O propósito de Deus é sempre abençoar toda a família, no sentido de que ela seja salva, unida, coesa, forte, feliz e saudável. O Diabo quer a separação e a ruína do casamento (Êx 1.16).
X - NONA PRAGA: AS TREVAS:
Ex 10:21-29 – A nona praga, assim como a
terceira e a sexta, veio sem aviso prévio. Moisés estendeu sua mão ao céu e
as trevas cobriram a terra por três dias (Ex 10:21 e 22).
À luz da teologia e prática
egípcia, esta praga foi muito significativa:
(A) - O deus-sol Rá era
considerado um dos maiores deuses do
Egito. Tinham grande alegria e prazer pela fé que possuíam a este deus
que provia, dia após dia, sem falhar, o calor e a luz do sol.
(B) - Outro significado importante
com respeito a esta praga era o prestígio do deus Amon-Rá, a maior divindade de Tebas e um deus-sol.
No período do Novo Reinado, este era
o deus nacional, parte da trindade de deuses que incluía Amon-Rá,
sua esposa Mut, e seu filha Khons. Amon-Rá era comumente
representado por animais sagrados, como a ovelha e o ganso.
(C) - Inúmeras
outras deidades eram associadas ao sol, céu e lua, como, por exemplo, Aten, o divino sol-disco. Este deus foi
proclamado ser o único deus.
(D) - Atum era
também outro importante deus, adorado principalmente em Heliópolis. Era o deus do pôr-do-sol e
usualmente descrito em forma humana. Animais sagrados associados com este
deus eram a cobra e o leão.
(E) - O deus Khepre, que
sempre aparecia na forma de um besouro, era uma das formas do deus-sol Rá.
(F) - Outro muito importante deus
era Hórus, sempre simbolizado por um disco de sol alado. Era
considerado ser filho de Osíris e Isis, mas também o filho de
Rá e o irmão de Seth.
(G) - Harakhte, outra forma de Hórus e
identificado com o sol, era venerado principalmente em Heliópolis, a cidade
do sol, e era representado por um falcão.
(H) - Entre as várias deidades
afetadas por esta trágica escuridão estava Hathor, uma deusa do céu,
além de deusa do amor e da alegria. Era a divindade titular da necrópole de
Tebas, venerada particularmente em Denderah, e retratada com chifres de vaca
ou como uma figura humana com chifres de vaca na cabeça.
(I) - A deusa do céu Nut
também estava envolvida na humilhação desta praga.
(J) - E o que dizer do prestígio
de Thoth, um deus-lua
em Hermópolis? Ele também era o deus que escrevia e computava o tempo.
(K) - O
prestígio do próprio Faraó também foi afetado, pois, dentre seus atributos
divinos, ele era representante de Rá.
Existe uma enorme lista do
grande número de outras deidades relacionadas com o sol, estrelas e luz, mas
a relação acima é suficiente para indicar a tremenda importância do sol e de
sua luz para os egípcios. O
deus RÁ (o sol) havia sido derrotado pelo Deus dos hebreus.
Enquanto os egípcios não
podiam deixar suas casas, pois nada podiam ver de tão escuro, os israelitas
tinham luz e continuavam suas vidas normalmente. Foi o prenúncio amedrontador do
juízo de Deus que se abateria sobre Faraó e seu povo, a saber, a morte de
todos os primogênitos.
Em desespero de causa, Faraó propôs que saíssem
deixando todo o gado. Ante a insistência de Moisés, Faraó, ardendo em ira, o
protestou de morte, se novamente viesse perante sua face.
Faraó decretara a sentença para si mesmo, sua corte e
seu povo: em cada casa o filho mais velho morreria. Faraó não queria
ter conhecimento que a praga das trevas é derrotada pela luz de Jeová e que a
praga da morte é anulada pelo sangue do Cordeiro.
A 4ª PROPOSTA DE FARAÓ: “Ide, servi ao Senhor; somente fiquem ovelhas e vossas vacas” (Êx 10.24). Esta atitude representava a falta de sacrifícios, de entrega ao Senhor e de adoração. Evangelho sem a cruz de Cristo não é evangelho autêntico. A quarta e última proposta. A ovelha e a vaca eram animais cerimonialmente “limpos” para oferendas de sacrifícios a Deus na época da Lei (1 Pe 2.25; Hb 13.15,16). Sem as ovelhas e vacas não haveria sacrifícios. Não haveria entrega ao Senhor.
XI - DÉCIMA PRAGA: A MORTE DOS PRIMOGÊNITOS:
Ex 11:1-10; 12:29-42 – A última
praga se baseia na ação de Deus, sem depender de mediação de Moisés ou de
Arão. Omitindo Moisés e Arão da narrativa, o escritor sugere que a situação
havia alcançado um ponto tão extremo que o próprio Senhor interveio mais
diretamente na praga. O próprio Senhor iria atravessar a terra do Egito, permitindo a ação do destruidor (Ex 11:4 cf 12:23, 27).
Ex 12.13 - Muitos tem entendido mal este versículo. As palavras aqui contidas não significa que Deus fosse o destruidor, e passasse pela casa espargida de sangue. Exatamente o contrário: Deus é o Salvador! Não é Ele que passa pela porta! A figura é a de um pássaro que voa sobre seu ninho para o defender - Ex 12.23 cf Is 31.5.
A morte
dos primogênitos resultou na maior humilhação para os deuses egípcios:
(A) - Nekhbet,
deusa-abutre, protegia com suas asas os soberanos do Alto Egito.
(B) - Os
governantes do Egito realmente
chamavam a si mesmos de deuses e filhos de Rá ou Amon-Rá.
(C) - Afirmava-se
que Rá ou Amon-Rá tinham relações sexuais com rainha. O filho
nascido era, portanto, considerado como um deus encarnado e era dedicado a Rá ou a Amon-Rá em seus
templos. Assim, a morte do primogênito de Faraó realmente significava a morte
de um deus (Ex 12:29).
Somente
este fato já teria sido um duro golpe na religião do Egito. A completa incapacidade
de todas as deidades se evidenciou em seres incapazes de impedir que todos os
primogênitos do Egito morressem de uma só vez.
De acordo com as palavras de
Moisés, a morte dos primogênitos causaria tristeza e luto como nunca se vira
no Egito (Ex 11:6).
Como apontado, à meia-noite
o Senhor completou o que tinha prometido, subjugando os primogênitos na terra
do Egito. Não houve respeito à classe social ou status civil nesta praga.
Tanto o primogênito de Faraó, quanto o de qualquer homem na prisão, morreram.
Importante também é a citação da morte dos primogênitos dos animais.
Faraó pode encontrar escape
para as pragas anteriores, ou talvez providenciar satisfatória racionalização
delas. Mas não havia o que fazer agora. Seus efeitos e implicações eram perfeitamente
claros. Seu filho, sempre tratado com carinho, "nascido dos deuses",
agora jazia na cama, pálido e sem vida.
O coração e o desejo de
Faraó estavam quebrantados. Seu espírito agora mudou daquela arrogância e
resistência, para uma grande preocupação. Assim, chamou Moisés e Arão no
meio da noite e, sem discussão ou diálogo, simplesmente declarou que os
filhos de Israel deveriam partir, sem imposições, condições ou exigências,
nos termos de Moisés.
O reconhecimento do poderio
do Senhor pode ser concluído com o pedido de Faraó a Moisés, contida na última
frase do verso 32 do capítulo 12 de Êxodo: "...abençoai-me também a
mim." Ao Deus cuja existência e poder foram diversas vezes
questionadas (Ex 5:2) ele
agora rogava que o abençoasse.
XII – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Deus abate os soberbos, mas
dá graça aos humildes. Esta é a grande lição que aprendemos nos episódios das
Dez Pragas do Egito. Todos os homens que quiserem endurecer seus corações
contra o Todo-Poderoso serão implacavelmente abatidos, pois o Senhor não se
deixa escarnecer. Se agirmos como o Faraó desta lição, com certeza seremos abatidos
e, talvez, não haja qualquer esperança de cura. Por este motivo, temos que
nos mostrar sempre humildes e, quando o Senhor falar conosco, respondamos
como o menino Samuel: - “Fala, Senhor, que o Teu servo ouve”.
FONTES DE CONSULTA:
Lições Bíblicas CPAD – 4º Trimestre de 1991 – Comentarista: Elinaldo
Renovato de Lima
A Bíblia Livro por Livro – JUERP – Delcyr de Souza Lima
Estudo Bíblico – “As Dez Pragas do Egito” – de Lídia Pereira Gonçalves
Correia e Marcellus Gonçalves Correia
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9 comentários:
quero lhe parabénlizar,que Deus continue lhe dando sabedoria e graça para continuar, nesta jornada,aprendir mas com esta liçâo bém explicada e detalhada, Deus continue
comtigo...
Agradeço a postagem do comentário "anônimo", rogando que continue me ajudando em oração.
Que o Senhor também continue abençoando sua vida.
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
Quero lhe parabenizar, por essa lição tão maravilhosa, bem comentada detalhadamente. aprendi bastante, que o Deus Todo Poderoso continue te usando poderosamente em suas mãos irmão amado! Em Cristo Jesus: Um forte abraço.
Quero lhe parabenizar, por essa lição tão maravilhosa, bem comentada detalhadamente. aprendi bastante, que o Deus Todo Poderoso continue te usando poderosamente em suas mãos irmão amado! Em Cristo Jesus: Um forte abraço.
Quero lhe parabenizar pastor, por essa lição tão maravilhosa, bem detalhada, aprendi bastante, que o Deus Todo Poderoso continue te usando poderosamente em suas mãos para glória do seu santo nome. Em Cristo Jesus: Um abraço
Admiro como você explica. Se todos os comentários fossem tão bem feitos, acho que nunca teria faltado à Escola bíblica.
Prezados irmãos em Cristo. A paz do Senhor.
Em nome de Jesus e imensamente agradeço cada palavra dos prezados postadas em seus comentários. Permaneçam me ajudando em oração, para prosseguirmos com este trabalho de divulgação da santa e poderosa Palavra de Deus.
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
So o Senhor é Deus
Obrigado a todos, em nome de Jesus. Amém.
Pastor Geraldo Carneiro Filho
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