ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 11 - DATA: 15/03/2015
TÍTULO: “NÃO DARÁS FALSO TESTEMUNHO"
TEXTO ÁUREO – Ex 23.1
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ex 20.16; Dt 19.15-20
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
I - INTRODUÇÃO:
O pecado da língua é um dos piores pecados, pois os
resultados são muito abaladores e sérios.
II - OS
PECADOS DA LÍNGUA:
Leiamos Tg 3.4-6, 11 - Quantos filhos de Deus sucumbiriam chorando amargamente, se
pudessem ver a amplitude e as consequências dos seus pecados da língua!
Nm 12.1, 15 - Esse falar de Miriã contra o servo de Deus
foi castigado, sendo que ela tornou-se leprosa. Que tragédia: centenas de
milhares de crentes foram detidos em sua marcha para a terra prometida Canaã,
porque uma mulher tinha pecado com a sua língua.
III - O TROPEÇO NA
PALAVRA:
Tg 3.2 - A língua fala o que vem do pensamento; por isso,
devemos vigiar para não tropeçar em palavras.
Tg 3.1-4,7-10 - Nesta lição
somos exortados a respeito do mal uso das palavras. Tiago nos aconselha a
manter nossa língua sob irrestrita vigilância. É muito difícil dominar a
língua. Muitos são os crimes cometidos com ela. Tanto podemos com ela bendizer,
como também amaldiçoar. Mas se quisermos atingir o perfil de varão perfeito,
teremos que controlar nosso ímpeto e evitarmos o tropeço na palavra. Que Deus
nos ajude a disciplinarmos nossa língua para que sirva de instrumento à Sua
exaltação.
IV - A
DIFICULDADE EM DOMINAR A LÍNGUA:
É muito difícil alguém não tropeçar em palavras. Às
vezes, dizemos algo que não gostaríamos que saísse de nossos lábios. Quando
percebemos, já é tarde. É o que se, chama de ato falho, pois revela o que
está no interior da pessoa e, muitas vezes, causa sérios problemas a quem diz e
a quem ouve. Por isso, precisamos vigiar, santificando a língua, para que não
venhamos a tropeçar por palavras.
(1) - Mais duro juízo aos mestres -
Tg 3.1 - Tiago
aconselha que muitos não devem querer ser mestres, pois para estes está
reservado mais duro juízo. Os mestres são "os pastores, dirigentes de
igreja, professores da Escola Dominical, missionários, pregadores da Palavra ou
qualquer pessoa que ensine às congregações. O professor precisa compreender
que ninguém na igreja tem uma responsabilidade maior do que aqueles que ensinam
as Sagradas Escrituras. No juízo, os mestres cristãos serão julgados com mais
rigor e mais exigência do que os demais crentes.
(2) - O mestre tem que ser exemplo - Tg 2,12 - É tarefa difícil ensinar na Igreja do
Senhor. As pessoas empolgam-se com os ensinos bem ministrados, fundamentados e
ilustrados, mas, depois, olham para a vida do pregador.
(3) - O varão perfeito - Tg 3.2 - O apóstolo diz que "todos tropeçamos em
muitas coisas". Ele se incluía entre os que falhavam em muitas coisas, crescentando que "se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é
perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo". E isso não é fácil.
Contudo, entregando nosso eu ao controle do Espírito Santo, Ele pode refrear
nossos impulsos, inclusive a compulsão no falar.
(4) - É mais fácil dominar
animais e navios - Tg 3.3-4, 8 - Tiago diz que os cavalos e navios são
dominados pelo homem. Só há uma solução: santificar a língua dizendo como Davi
no Sl 141.3.
V - OS
MALES PROVENIENTES DA LÍNGUA:
(1) - A língua é um fogo - Tg
3.5-6a - Tiago
usa essa figura para mostrar que, assim, como um pequeno fogo pode incendiar um
grande bosque. Realmente, na vida quotidiana, vemos que a língua serve de instrumento
para propagação da mentira, das falsas doutrinas, da intriga, da inveja, das
agressões verbais, dos impropérios, da fofoca, que tantos males têm causados às
igrejas.
(2) - A dubiedade da língua -
Tg 3.8-12 - É preciso
muito cuidado no falar, pois com a mesma língua com que "bendizemos a
Deus e Pai", "amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de
Deus". Infelizmente, da mesma língua podem sair a bênção e a maldição. Não
nos esqueçamos de que um dia cada um dará contas a Deus até das palavras
ociosas.
VI - OS
CRIMES COMETIDOS COM A LÍNGUA:
(1) – A calúnia
– Pode ser feita através da mentira, falsidade e invenção contra alguém. É de
admirar que em muitas igrejas, quem calunia não sofre qualquer ação disciplinar
e com isso o mal se avoluma, pois o caluniador é assim estimulado na sua tarefa
maligna e destruidora dos valores alheios. Outros, da mesma índole, têm prazer
em relembrar, comentar e espalhar fraquezas, imperfeições e pecados dos outros,
servindo-se da língua.
A Bíblia condena a calúnia Sl 101.5 cf Êx 20.16; Êx 23.7;
Dt 5.20; Pv 19.9.
Hoje, há pessoas que estão desviadas dos caminhos do
Senhor, porque foram vítimas de calúnia de algum irmão.
(2) - A difamação - Da mesma forma, é crime
contra a honra, previsto no Código Penal Brasileiro. É perigoso o tropeço na
palavra, falar contra a honra de alguém. Muitas vezes, o obreiro "passa a
mão por cima" do difamador para não dar escândalo. Se alguém fuma é
"cortado" da comunhão. Fumar é pecado contra o corpo, mas será isso
mais grave que difamar alguém? - Tg 4.11.
(3) - A injúria - Mt
5.22 - Há uma
atitude de dois pesos e duas medidas, em muitas igrejas, quando só são punidos
aqueles que adulteram ou roubam, mas ficam totalmente impunes os caluniadores,
injuriadores e difamadores. Alguém responderá por isso no juízo de Deus.
VII
- OUTROS TROPEÇOS NA PALAVRA:
(1) - O boato - Palavra
de origem latina boatu, significando "mugido ou berro de boi". Hoje, significa
"notícia anônima, que corre publicamente sem confirmação; balela; rumor,
zum-zum-zum".
Há um demônio espalhando esse tipo de coisa em muitas
igrejas. É o "ouvi dizer...", o "disse-me-disse", sinônimos
de mexerico. A Palavra de Deus condena esse tipo de mal uso da língua (Lv
19.16; Êx 23.1). Tenhamos cuidado com esse "mugido de boi" do Diabo!
(2) - A murmuração - Murmurar significa "dizer em voz baixa; segredar;
censurar disfarçadamente; conversar, difamando ou desacreditando".
Os demônios da murmuração estão soltos no meio de muitas
igrejas. É crente falando contra o pastor e sua família e vice-versa; é
obreiro falando contra outro; é esposa de obreiro murmurando contra esse ou
aquele crente; só quem gosta disso é o Diabo, causando tristeza e dissensões
nas igrejas. Devemos ter cuidado, pois Deus ouve as murmurações - Êx 16.7,8; Sl
31.13 cf Fp 2.14.
(3)
- As palavras torpes - Ef 4.29 - São palavras chulas, ou grosseiras; pornofonias (palavras ou
expressões obscenas); pornografias. Ou seja: aquilo relativo à prostituição, a
coisas obscenas, (sejam por revistas, filmes, etc.), piadas grosseiras; anedotas
que ridicularizam as coisas de Deus. Tudo isso leva o crente a tropeçar na
palavra, usando a língua para agradar ao Diabo e entristecer o Espírito Santo.
(4) - Mexericos ou Fofocas - Mexericos normalmente encobrem-se com aceitáveis convenções, como: 'Você ouviu.. ?" ou "Você sabia... ?" ou "Me contaram..." ou "Eu não te contaria. Só estou contando porque sei que você não passará adiante”. É claro que a mais infamante maneira de racionalização nos meios cristãos é: "Estou lhe contando para que você possa orar”. Esta atitude parece tão piedosa mas o coração que se alimenta ao ouvir notícias maldosas é uma arma do inferno e deixa chamas em seu rasto.
(5) - A Insinuação - Uma prima do mexerico é a insinuação. Considere o imediato de um navio que, após uma farra, teve registrado pelo capitão, no diário de bordo: "Imediato bêbado hoje". A vingança do imediato? Alguns meses mais tarde ele escreve em suas próprias anotações: "Capitão sóbrio hoje". Então, ele parte com a palavra não dita, o silêncio, com as sobrancelhas levantadas, com aparência problemática - carregado com a miséria do inferno.
(6) - A Bajulação - Mexerico envolve dizer por trás de uma pessoa aquilo que você não teria coragem de dizer na frente. Bajulação significa dizer na frente o que você diria por trás. As Escrituras alertam repetidamente contra os bajuladores, porque são pessoas destrutivas que carregam uma legião de motivos imorais: Pv 29.5; Pv 26.28; Sl 12.3-4.
(7) - O Criticismo - Encontrar erros parece epidêmico na igreja cristã. Talvez isto seja por causa de um sabor de retidão que pode ser pervertido em um senso de vanglória, de autorretidão e um julgamento sem precedente.
(8) - A Depreciação - Tg 4.11 - Tiago proíbe qualquer comentário (verdadeiro ou falso) que deprecie outra pessoa. Certamente nenhum cristão deveria tomar partido em qualquer calúnia, impondo falsos comentários sobre a reputação alheia. Ainda assim, o fazem. Porém, ainda mais pungente é o desafio para conter qualquer comentário que pretenda diminuir alguém, mesmo que seja totalmente verdadeiro. Pessoalmente, posso pensar em alguns mandamentos que vão de encontro às convenções comumente aceitas mais que este, já que a maioria das pessoas acha correto transmitir informações negativas se são corretas. Nós sabemos que mentir é imoral. Mas transmitir verdades danosas também é imoral? Parece quase uma responsabilidade moral! Por este raciocínio, o criticismo por trás de outra pessoa é visto como correto, desde que se baseie em fato. Da mesma forma, o mexerico que denigre (é claro que nunca é chamado de mexerico!) é visto como correto, se a informação é verdadeira. Desta forma, muitos crentes usam a verdade como uma licença para diminuir a reputação de modo justificado. Apontar erros é, para eles, um dom espiritual - uma licença para levar a cabo missão de procura e destruição.
Existem muitas razões pecaminosas, pelas quais irmãos em Cristo depreciam-se uns aos outros. A reação a algum menosprezo, real ou imaginário, pode ser motivação para difamação "cristã". Outros imaginam que sua espiritualidade e sensibilidade os habilita a puxar os outros de seus pedestais e desmascaram suas hipocrisias.
Diminuir os outros também pode vir da necessidade de elevar-se a si mesmo - como o fariseu que agradeceu a Deus por não ser ele como os outros pecadores "nem como este publicano" (Lc 18.11). Desta forma nós desfrutamos da duvidosa pretensão de sermos capazes de pisar nas feridas alheias.
VIII -
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Diante do que temos
visto, o crente só pode combater o tropeço na palavra, lendo a Palavra de Deus,
deixando-se dominar pelo Espírito Santo, vigiando e disciplinando o falar.
Usemos a língua para o bem (Ef 4.29), pois somos cidadãos dos céus e não
devemos descer a linguagem ao nível diabólico. Devemos usar a língua para
encorajar outros, louvar a Deus, e levar a mensagem do evangelho aos perdidos.
Assim fazendo, dificilmente tropeçaremos em palavras.
Discipline sua língua com o propósito da religiosidade:
Aquele que controla a língua, controla sua alma.
FONTES
DE CONSULTA E PESQUISA:
Oração e Despertamento – Obra
Missionária Chamada da Meia-noite – Wim Malgo
Disciplinas do Homem Cristão –
CPAD – R. Kent Hughes
Lições Bíblicas CPAD – 1º
Trimestre de 1999 – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
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