ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 04 - DATA: 26/10/2014
TÍTULO: “A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA"
TEXTO ÁUREO – Dn 3.17
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Dn 3.1-7, 14
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
I - INTRODUÇÃO:
A imagem descrita no capítulo dois,
"cujo esplendor era excelente, e a sua vista terrível", representa o
governo dos homens; enquanto a enorme estátua de ouro no presente capítulo
simboliza a religião dos homens.
II - NABUCODONOSOR QUER
INSTITUIR UMA RELIGIÃO MUNDIAL:
Ler Dn 3.1-7 - A imagem era grande,
de trinta metros de altura e três metros de largura. Somente a cabeça do
colosso, do capítulo 2, era de ouro; mas essa imagem inteira era desse metal.
As Escrituras não nos informam se a
estátua era de Bel-merodoque, padroeiro de Babilônia, ou se do deus Nebo, do
qual foi derivado o nome do rei, ou se era da própria pessoa de Nabucodonosor.
De qualquer forma, o ídolo era uma imagem nova e nacional.
Todas as raças, em todas as
gerações, têm a constante inclinação de inaugurar novos cultos para satisfazerem
o orgulho humano. Mas a exortação para nós é: "Pelejar pela fé que de uma
vez para sempre foi confiada aos santos." Judas 3.
Nabucodonosor queria consolidar
todas as nacionalidades do mundo em uma só nação. Para alcançar tal coisa era
essencial que o governo fosse supremo em tudo, tanto no sentido religioso como
no civil.
Roma pagã, séculos depois, fez o
mesmo, perseguindo os crentes não somente porque faziam cultos a Cristo, mas
porque não adoraram a César, o imperador, como um ser divino.
Alguns dos governos modernos estão
inclinados a agir como absolutos. Se acharem que qualquer doutrina é fanática,
pode ser a doutrina do batismo, a da cura divina, a da segunda vinda de Cristo,
ou qualquer outra, o pastor da igreja é avisado que deve mudar a doutrina da
sua igreja.
Note-se como o rei, para dar
prestígio à inauguração da nova religião, ajuntou as autoridades de todas as
províncias do seu vasto reino.
Vê-se, na maneira de repetir
"os sátrapas, os prefeitos e presidentes, os juízes, os tesoureiros, os
conselheiros, os oficiais, e todos os governadores das províncias"
(Versículos 2 e 3), a pompa e a ostentação do culto.
Observe-se, também, como se repete
na história (Versículos 5, 7, 10 e 15, as palavras: "o som da buzina, do
pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte
de música."
Nesse culto religioso de Nabucodonosor
não havia coisa alguma para a alma. Consistia apenas de coisas para agradar os
olhos e os ouvidos: um formalismo da melhor música e das cerimônias mais
bonitas e atraentes perante a imagem grande em tamanho, mas tudo tão somente
para despertar as emoções do povo.
Tudo era muito oco e vazio. Não havia coisa alguma do verdadeiro sacrifício
de sangue, de
perdão do pecado, do Espírito Santo, nem do novo nascimento com
poder de livrar o pecador de seus pecados.
Era uma religião sem sangue que
exaltava o homem e se opunha a Deus, que colocava o culto das imagens em lugar
do culto a Deus.
III - OS TRÊS HEBREUS SÃO DENUNCIADOS:
Ler Dan 3.8-12 - Podemos imaginar a
enorme multidão espalhada na planície de Dura diante da gigantesca estátua de
ouro. Ao soar a música das buzinas, dos pífaros, das harpas, das sambucas, dos
saltérios, das gaitas e de toda a qualidade de instrumentos, todas as pessoas
se prostram em adoração ao ídolo; todas a adoram a não ser os três hebreus,
cujos vultos, em pé na planície, se salientavam contra a luz do céu.
Por certo, ao povo de Deus não
faltavam inimigos; consta que "no mesmo instante... acusaram os
judeus" ao rei.
IV - OS TRÊS HUMILDES HEBREUS PERMANECEM FIRMES:
Ler Dn 3.13-18 - Diz-se que o
temporal bate com mais força contra os montes mais altos da cordilheira.
Certamente a fúria do rei bateu com toda a força nesses três vultos erguidos,
tanto no espírito como no físico, na planície de Dura.
Note-se, no versículo 15, como Nabucodonosor
desafiou, não somente aos homens, mas a Deus.
A atitude dos mártires - Deus ordena: "Não farás para ti
imagem de escultura.... Não te encurvarás a elas." Êxodo 20.4,5.
O rei lhes mandara: "Quando
ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério, da
gaita de foles, e de toda a sorte de
música, vos prostrareis, e
adorareis a imagem."
Antes disso, Daniel resolvera
firmemente não se contaminar com as iguarias do rei.
Os três hebreus aqui resolveram
firmemente a não se contaminar com a religião do rei e responderam: "Deus... nos pode livrar ; ele nos livrará... se não, fica sabendo que não serviremos a
teus deuses."
Essa é a atitude do espírito dos verdadeiros
mártires; se Deus não nos livrar, ainda assim não serviremos a Satanás. Melhor
é sermos queimados vivos aqui do que
sermos lançados no fogo eterno, "onde o fogo não se apaga." Lucas
12.4,5; Marcos 9.48.
Policarpo, queimado em praça
pública, no ano 169, é um exemplo destacado de como morrem os mártires. Quando
foi levado perante o tribuno, o procônsul começou a exortá-lo dizendo: "Tem piedade da tua velhice; jura pelo futuro de César (o imperador); arrepende-te e diz: "Mata os ateus" (querendo dizer, "os crentes").
Policarpo passando um olhar calmo
sobre a multidão respondeu: "Faz 86 anos que sirvo a meu Rei, e Ele
jamais me fez mal algum, e como posso
blasfemar Aquele que me salvou?"
— "Vou lançar-te para seres
devorado pelas feras, se não te arrependeres"; disse o procônsul.
"Chama-as", disse o
mártir.
"Vou domar o teu espírito pelo
fogo"; disse o romano.
"Estás ameaçando-me com o fogo
que arde somente por um momento, porém, estás ignorando o fogo do castigo eterno";
disse-lhe Policarpo.
Logo depois, ligado para ser
queimado vivo, exclamou: "ó Pai do Teu amado e bendito Filho, Jesus
Cristo! ó Deus de todas
as potestades e de toda a
criação! Eu Te bendigo porque me julgaste digno desse dia, e desta hora, para
receber a minha porção entre os mártires, no cálice de Cristo, eu Te louvo por
todas estas coisas;
bendigo-Te; glorifico-Te; pelo eterno Sumo-sacerdote, Jesus
Cristo, Teu bem-amado Filho, por
Quem e com Quem, no Espírito Santo, seja dada a
glória a Ti, agora e para sempre.
Amém."
Os crentes fiéis demonstram,
pela vida, o espírito do Mestre: Ele, ao
morrer, deixou a Sua bolsa
para Judas, Sua roupa para os soldados, Sua mãe para João, Seu perdão
para o ladrão morrendo na cruz e Sua paz para os discípulos.
Pode-se acrescentar mais que a
atitude de espírito do verdadeiro mártir, muitas vezes, não é a de morrer por
Deus mas a de viver por Ele. Diz-se que Garibaldi, célebre patriota italiano,
quando combatia a Áustria, pela unificação da Itália, clamou convidando seus patrícios
para servirem no seu exército:
"Não tenho dinheiro, nem
comida, nem roupa, nem provisões, nem recursos; siga-me todo o homem que está
pronto a sofrer a pobreza, desprezo, fome, doença e a morte, e que ama a
Itália."
É assim que Cristo nos chama para O
servir - Lucas 9.57-62.
V - OS FIÉIS SERVOS DE DEUS SÃO LANÇADOS VIVOS NA
FORNALHA ARDENTE:
Ler Dn 3.19-23 - Então Nabucodonosor
se encheu de furor (v. 19) - O rei
irou-se a ponto de perder o juízo. É melhor que "todo o homem
seja pronto para ouvir,
tardio para falar, tardio para se
irar." Tiago 1.19.
Lembremo-nos da ira de Caim (Gên.
4.5), de Moisés (Num. 20.10), etc.
Por causa da sua ira Nabucodonosor errou:
(1) - Em chamar os "homens mais
fortes" para atar os três hebreus, homens mansos e humildes que qualquer
soldado sozinho podia subjugar.
(2) - Na sua fúria, em vez de mandar
os servos prepararem um fogo lento, mandou que aquecessem o mais possível o
forno, o qual diminuiria os sofrimentos das vítimas, coisa contrária ao que o rei queria.
(3) - Ainda mais as chamas intensas
consumiram os fiéis servos do rei.
VI - SÃO CONSERVADOS MILAGROSAMENTE:
Ler Dn 3.24-27 - Vejo quatro homens.
. . e o aspecto do quarto é semelhante ao filho dos deuses (v. 25): Gloriosa
verdade é: todas as vezes que os homens lançam fora um filho de Deus, esse
filho encontra a mais doce e íntima comunhão com o seu Senhor.
Outros exemplos: O cego de nascença. João 9.34,35; Paulo e
Silas. Atos 16.19 e 27; João em Patmos. Apocalipse 1.9,10.
Os três hebreus não foram salvos da
fornalha ardente, mas salvos nela, a qual é uma salvação ainda maior.
O fogo não tinha poder algum sobre
os seus corpos (v. 27) : O fogo apenas queimou os seus grilhões. O fogo, nem
qualquer perseguição, não atinge a vida que é verdadeira, somente consomem os
grilhões que nos prendem em um nível baixo e nos libertam para gozar de uma
vida inefável.
VI - NABUCODONOSOR GLORIFICA A DEUS:
Ler Dn 3.28-30 - Os três hebreus não
escolheram a saída dos crentes que acham melhor desobedecer e assim
conservarem-se vivos para continuar a obra de Deus. Se eles se tivessem
aproveitado de tal desculpa teriam perdido a grande influência que tinham sobre
o rei, como se vê nos versículos 28 a 30.
De qualquer forma, é como Tertuliano
declarou e como a história do mundo revela: "O sangue dos mártires é a
semente da Igreja." Isto é, onde cai o sangue dos mártires, aí nascem
muitos filhos para Deus - Lucas 21.16, 18.
Todas as vezes que um filho de Deus
é vencido na tentação de agradar aos homens, ele perde a oportunidade de
glorificar ao Deus verdadeiro.
Mas todas as vezes que tem uma
experiência mais íntima do poder de Deus, aumenta também a esfera de seu
ministério.
Lembremo-nos, cheios de gratidão, de
que a liberdade de cultos e de crença, da qual gozamos, foi ganha pela fé,
heroísmo e sacrifício de alguém como os três hebreus.
Fato é, e sempre sem exceção, que o
melhor culto do mundo é oco e vão, enquanto que até mesmo na fornalha de fogo
ardente pode-se gozar da presença de Deus.
VII - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O primeiro império mundial, o de Nabucodonosor,
iniciou-se com a inauguração de uma estátua (Daniel 3) para ser adorada por
todos os habitantes da terra.
O último império gentílico, o do Anticristo
no tempo do fim, erguerá outra imagem deslumbrante e serão mortos todos aqueles
que não a adorarem - Apocalipse 13.14,15.
Devemos sujeitar-nos "a toda a
ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei como superior, quer aos
governadores." I Pedro 2.13.
Porém, tanto o exemplo dos três hebreus
como várias outras Escrituras nos ensinam que devemos obedecer ao Soberano dos
soberanos, antes de qualquer autoridade civil - Atos 4.18,19.
Tal fidelidade, como a dos três
hebreus, é o fruto do Espírito Santo - Gálatas 5.22 (Almeida, Revisão Autorizada).
FONTE DE
CONSULTA E PESQUISA:
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