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25 de jan. de 2012

1º TRIMESTRE DE 2012 - LIÇÃO Nº 05 - 29/01/2012 - "AS BÊNÇÃOS DE ISRAEL E O QUE CABE À IGREJA"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 05 - DATA: 29/01/2012
TÍTULO: “AS BÊNÇÃOS DE ISRAEL E O QUE CABE À IGREJA”
TEXTO ÁUREO – Ef 1:3-4
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gl 3:2-9
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/


I – INTRODUÇÃO:

Quando nos referimos às bênçãos que foram prometidas ao antigo Israel, logo queremos saber: Que bênçãos foram prometidas a Israel? Dessas bênçãos, o que cabe ao povo de Deus hoje? Elas se aplicam à Igreja? O problema ocorre quando não procuramos enxergar as esferas de competencias de cada uma das Alianças. Trata-se de um só povo, mas com promessas de bênçãos bem diferenciadas.


II - DEFINIÇÃO E ALGUNS TIPOS DE ALIANÇA:

(1) - ALIANÇA - Em linguagem teológica, aliança é um acordo firmado entre Deus e a família humana, através do qual Ele promete abençoar os que lhe aceitam a vontade e guardam os Seus mandamentos. A base das alianças é o amor divino. É um compromisso gracioso da parte de Deus, pelo qual Ele concede-nos favores imerecidos.


(2) - ALIANÇA CONDICIONAL: É uma proposta de Deus, em que Ele promete, segundo condições preestabelecidas, conceder bênçãos especiais ao homem, desde que este cumpra perfeitamente certas condições, bem como executar punições precisas, em caso de não cumprimento.

Na Aliança Condicional o cumprimento do que foi acordado depende do receptor da aliança, não do outorgador. Algumas obrigações ou condições devem ser satisfeitas pelo receptor, antes que o outorgador se obrigue a cumprir o que foi prometido. É uma aliança na qual está sempre presente a partícula “SE”. A aliança mosaica, entre Deus e Israel, é uma dessas alianças.

(3) - ALIANÇA INCONDICIONAL – É uma disposição soberana de Deus, mediante a qual Ele estabelece um contrato incondicional ou declarativo com o homem, obrigando-se, em graça, por um juramento irrestrito, a conceder, de Sua própria iniciativa, bênçãos definidas para aqueles com quem compactua.

Na Aliança Incondicional, o cumprimento do que foi acordado depende unicamente daquele que faz a aliança. O que foi prometido é soberanamente concedido ao receptor da aliança com base na autoridade e na integridade do outorgador, independentemente do mérito ou resposta do receptor. É uma aliança sem a presença da partícula “SE” vinculado a ela.


III - A ALIANÇA ABRAÂMICA:

Neste conteúdo procuraremos mostrar, através da Bíblia, o que foi prometido a Israel e o que hoje cabe à Igreja. Para isso ficar de maneira bem pedagógica, devemos ter em mente que as bênçãos tem seus aspectos:

(A) – PESSOAL;

(B) – NACIONAL; e

(C) - UNIVERSAL.

Assim...

(1) – DEUS TRATOU COM O INDIVÍDUO ABRAÃO (OU PESSOALMENTE) – Gn 12.1 – O que antes pertenceu aos judeus e depois foi dado aos cristãos, foi prometido primeiramente a Abraão. As bênçãos que ele contemplou se destinavam tanto a sua vida pessoal, como também ao seu povo.

Outro aspecto importante a ser lembrado é que as bênçãos contemplavam o presente, mas também apontavam para um futuro. Eram transitorias, mas também apontavam para algo permanente. Portanto, as bênçãos eram tanto temporais como eternas.

As bênçãos temporais eram aquelas que diziam respeito à realidade presente ou pessoal do patriarca; por outro lado, as bênçãos eternas se referem àquelas que diziam respeito às promessas com cumprimento futuro.

Quando o Senhor chamou Abraão de Ur dos Caldeus, ele se tornou um nômade. Nessa jornada:

(A) – O homem Abraão perdeu a sua patria de origem, mas recebeu a promessa de ser uma nova nação – Gn 12.1-2;

(B) – Perdeu amigos, mas recebeu a promessa de receber reconhecimento – Gn 12.2;

(C) – Passou a ser um errante pelo deserto, mas recebeu a promessa de proteção divina – Gn 12.2;

(D) – Perdeu o aconchego da família, mas recebeu a promessa de vir a ser uma bênção para todas as nações – Gn 12.3;

Gn 23.6 - As bênçãos de Abraão também tiveram um alcance social. De acordo com o texto bíblico, Abraão gozava de um bom relacionamento com aqueles no meio dos quais convivia. Por isso, não adianta somente possuirmos bênçãos materiais, se aqueles que estão ao nosso redor não forem abençoados de alguma forma em consequencia disto. Os heteus não adoravam o Deus de Abraão, mas respeitavam o patriarca e sua fé.

Esses relatos nos revelam a soberania de Deus na chamada de Abraão e a sua bondade em abençoar ao patriarca em resposta à sua obediencia – Gn 13.2; 24.34-35

Abraão não partiu de Ur dos Caldeus a procura de bênçãos materiais, financeiras e nem tampouco de uma vida saudável, mas EM RESPOSTA AO CHAMADO DIVINO PARA SUA VIDA. As bênçãos da prosperidade foram uma consequencia disso – Gn 24.35; 25.8.

(2) – O ASPECTO NACIONAL DA BÊNÇÃO SOBRE ISRAEL – Quando se faz referencia às bênçãos do antigo Israel como herança de todos os filhos de Deus, alguns fatos não são vistos ou levados em conta. Por exemplo, haviam bênçãos dadas a Israel que eram de caráter puramente nacional, isto é, diziam respeito a eles como povo. Por outro lado, havia aquelas de caráter universal e espiritual, que apontavam para um futuro distante.

(2.1) – O alcance geográfico das bênçãos – Como um povo com identidade própria, Israel necessitava de uma terra física para habitar. Na chamada feita a Abraão, o Senhor prometeu fazer dele uma grande nação e dar a terra de Canaã como possessão a seus descendentes (Gn 12.2; 17.8). Essa era uma bênção nacional. A terra pertencia a eles.

(2.2) – O alcance político das bênçãos – Dt 28.7 – Na lista de bênçãos prometidas ao Israel nação ou histórico, ou ainda étnico, encontramos aquelas de natureza política. Elas diziam respeito ao convívio com nações vizinhas. Primeiramente vemos Israel convivendo em um meio hostil, e que por esse fato dependia da proteção divina. Sem essa proteção, Israel seria incapaz de sobreviver como nação em meio àqueles que os hostilizavam. Por outro lado, encontramos Israel recebendo reconhecimento dos povos vizinhos em decorrencia das bênçãos do Senhor. Esse temor era traduzido no sentimento de respeito que eles inspiravam.

(2.3) – O alcance global das bênçãos – É fácil percebermos que nem todas as bênçãos prometidas a Israel por intermedio dos patriarcas podem ser traduzidas em bênçãos locais, materiais e pessoais. Havia também aquelas de caráter universal e espiritual. Elas teriam um caráter coletivo e apontavam para um futuro ainda muito distante.

Gn 12.3 – Quando o Senhor falar isto com Abraão, a referencia é a salvação por intermedio da pessoa bendita de Jesus Cristo (Gl 3.8). Essa promessa se cumpriu muito séculos depois do patriarca. Essas bênçãos, embora contempladas por Abraão, não foram desfrutadas por ele – Jo 8.56 – Abraão “VIU” os dias do Messias, MAS NÃO OS VIVENCIOU. A bênção era para sua posteridade.

(3) - AS BÊNÇÃOS SOBRE A IGREJA SÃO DE CARÁTER UNIVERSAL – Pudemos observar que as bênçãos na Antiga Aliança era de natureza material, social e também espiritual. Havia bênçãos que diziam respeito à vida pessoal do patriarca Abraão, como também bênçãos destinadas ao Israel nação. Em todos os casos, as bênçãos sob a Antiga Aliança fazem sobressair seu aspecto temporal ou transitório em contraste com aquilo que é prometido para a Nova Aliança, que é eterno e permanente – Hb 8.13; 10.34.

Na Nova Aliança, as bênçãos são atemporais, isto é, são eternas. Aquilo que era apenas prometido na Antiga Aliança tem seu pleno cumprimento na Nova. O transitorio, efêmero e temporal pertenciam ao Antigo Pacto; o permanente, eterno e atemporal pertence ao Novo Pacto – II Cor 3.1-11.

(3.1) – O material e o espiritual – O que pertencia a Israel que pode ser desfrutado pela Igreja? Como já foi dito, a Antiga Aliança enfatizava o aspecto material, local e transitorio das bênçãos; a Nova Aliança sublinha seu lado espiritual, universal e eterno. As bênçãos listadas sob a Antiga Aliança, por exemplo, eram nominadas como sendo bois, jumentos, ovelhas, prata e ouro (Gn 24.35; Jó 1.1-3).

Por outro lado, as bênçãos listadas na Nova Aliança são nominadas como sendo:

(A) – Justificação Gl 2.16; 2.21

(B) – Herança espiritual de filho de Deus – Rm 8.14; Gl 3.18

(C) – Vida – Gl 3.21; Rm 8.2

(D) – Liberdade – Gl 4.8-10; Gl 5.1

(E) – O dom do Espírito Santo – Gl 3.2

(D) – Remissão de pecados - Ez 36:25 cf Mt 26:28; Hb 8:12

(E) – Um novo coração - Ez 36:26 cf Jo 14:23, 27; 15:11; Hb 8:10

(F) – Concessão do Espírito do Senhor - Ez 36:27 cf Lc 24:49; Jo 14:16-17, 26

(G) – Cura Divina - Ex 15:26 cf Tg 5:14-15

Isso demonstra que as bênçãos da Nova Aliança se sobrepõem as da Antiga, e que são superiores e exclusivas para os crentes do Novo Pacto – Hb 8.6 cf Ef 1.3


IV - A RESPONSABILIDADE DO HOMEM PARA COM A NOVA ALIANÇA

À semelhança da Aliança com Abraão, é necessário que o homem creia em Deus e expresse sua fé, confessando publicamente o nome de Jesus (Mt 10:32; Mc 16:16; Jo 6:47; 14:15; Rm 10:9-10; Tg 2:17

V - UMA NOVA CARACTERÍSTICA DA NOVA ALIANÇA

Ela é UNIVERSAL, fato que Jesus claramente declarou. Suas provisões e promessas são em benefício de todas as nações e de toda criatura - Mt 28:19-20; Mc 16:15; Lc 24:47

VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS:


Em razão do pecado de Israel e seu fracasso, Deus foi obrigado a afastar-se deles e deixar-lhes a casa vazia (Ez 10.4; 11.23); (Mt 12.43-45; 23.38). 

Logo, a grande vantagem da atual Dispensação é esta: Que ficaram liberadas para todo o mundo as riquezas da graça que previamente estavam sob a custódia dos judeus que não as administraram bem.

Essas verdades devem ser pregadas em todo o mundo pelos convertidos em Cristo para que toda criatura tome conhecimento da faustosa oportunidade de receber plena salvação (Mt 28.20; II Tm 2.2). O meio que Deus usa para conseguirmos este objetivo é a pregação do Evangelho da graça (Mc 16.15; I Cor 1.21; Rm 1.16).


FONTES DE CONSULTA:

1) Escatologia - Doutrina das Últimas Coisas - CPAD - Severino Pedro da Silva

2) O Plano Divino Através dos Séculos - CPAD - N. Lawrence Olson

3) Pequena Enciclopédia Bíblica - CPAD - Orlando Boyer

4) Dicionário Teológico - CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade

5) Manual de Escatologia - Editora Vida - J. Dwight Pentecost

6) Dicionário Teológico do Antigo Testamento - Edições Vida Nova - R. Laird Harris, Gleason L. Archer e Bruce K. Waltke

7) O Sábado, A Lei, A graça - CPAD - Abraão de Almeida

8) Carta Aos Coríntios - CPAD - Frank M. Boyd

9) A Prosperidade à Luz da Bíblia - CPAD - José Gonçalves

4 comentários:

Alessandra disse...

gostei muito, me ajudou a esclarecer algumas duvidas Deus abençoe.

Ademir disse...

Muito bom, que Deus continue lhe abençoando.

Anônimo disse...

gostei muito da explanação por que muitos não entende que a Graça de Deus é a maior benção que podemos alcançar.

GERALDO CARNEIRO FILHO disse...

Prezados irmãos em Cristo Jesus,

Que o nosso Deus também continue derramando Suas mais ricas bênçãos sobre suas vidas. Muito agradecido pelas palavras e continuem nos ajudando em oração para continuarmos com este humilde trabalho de divulgação da Palavra do Senhor.