I – INTRODUÇÃO: · I Cor 1:11 - Contendas e facções são obras do Inimigo para debilitar a obra de Deus e enfraquecer a Igreja. Tal situação é tão grave, que o apóstolo Paulo (que nessa ocasião encontrava-se em Éfeso) ocupou os quatro capítulos iniciais da Primeira Epístola aos Coríntios para tratar do assunto.
II - A NATUREZA DAS FACÇÕES EM CORINTO: · As contendas na Igreja de Corinto vinham das facções, ou grupos rivais, que eles mesmos haviam formado em torno de seus obreiros prediletos. Essas divisões provinham da carnalidade e da imaturidade espiritual.
· A igreja, via de regra, é acossada por males que vêm de fora, mas aqui temos uma série de malefícios que surgem de dentro. Oremos ao Senhor, e esforcemo-nos para que nenhum de nós sejamos contados como divisionistas na Sua Igreja, ou que contribuamos para isso, porque Deus não nos terá por inocentes.
1. As origens do partidarismo na igreja – I Cor 1:12-13; 3:4-5 - As facções giravam em torno de obreiros preferidos (l Co 1.12,13; 3.4,5). É nosso dever honrar, respeitar, prezar e amar os obreiros do Senhor, mas não fazer deles ídolos, nem deles formar grupos na congregação. As origens dessas divisões são como as raízes das plantas: ocultas. E a Bíblia fala da raiz que produz fel de absinto (Dt 29.18; Hb 12.15). Fatores contribuintes:
a) A mesclagem de raças - Corinto era uma cidade cosmopolita de grande porte, com costumes, tradições e influências das mais variadas partes do mundo. b) As diferenças sociais entre os crentes de Corinto (I Cor 1.26; 11.21-22) -Esses e outros fatores não devem jamais motivar o cristão a ser contencioso, como acontecia naquela igreja. Ali, a contenda ocorria também nos cultos, inclusive na Ceia do Senhor (I Cor 11.17-19). 2. Os grupos rivais da igreja de Corinto - I Cor 1.12 - Eram quatro esses grupos, ou facções, que o apóstolo expõe:
a) O grupo dos fundadores – I Cor 1:12 - Esse grupo gloriava-se em autoproclamar-se como o grupo de Paulo. Eles jactavam-se da liberdade cristã em relação à lei judaica, e assim excediam-se em nome da liberdade como muitos cristãos continuam a fazer nos dias de hoje. Como bandeira de seu grupo, usavam indevidamente o nome do apóstolo. b) O grupo dos intelectuais – I Cor 1:12; 3:4 - Apolo era um pregador, talvez, mais eloquente que Paulo (At 18.24-28; l Co 2.1; 2 Co 10.10). Era um intelectual fervoroso de espírito. c) O grupo dos tradicionais – I Cor 1:12 - O uso do termo aramaico “Cefas” (equivalente ao grego Pedro) pode sugerir que esta facção fosse formada de judeus cristãos. Certamente espelhavam-se em Pedro por ser este um dos primeiro seguidores de Jesus. Não consta na Bíblia que Pedro tenha trabalhado em Corinto, mas a sua popularidade chegara até lá através desses possíveis conversos judeus. É um fenômeno que se repete hoje. Mesmo que um obreiro não visite ou trabalhe em determinado lugar, pode se tornar bem conhecido ali por outros meios. d) O grupo exclusivista – I Cor 1:12 - Nenhum obreiro era aceito por eles; só Cristo. Nisso estava o seu grande erro. Eram exclusivistas; adeptos do perfeccionismo e do pietismo. Os discípulos de Jesus tinham falhas. O Senhor o sabia, mas os aceitou mesmo assim; trabalhou em suas vidas e os melhorou. Mais tarde, uma vez o Mestre assunto aos céus, eles receberam o poder Espírito Santo e continuaram a fazer a obra do Senhor. As outras facções vincularam-se a homens, mas este grupo só admitia um líder: Cristo. Entretanto, se o próprio Cristo viesse a dirigi-los em pessoa, eles O rejeitariam. III - A CAUSA DAS FACÇÕES: 1. Havia carnalidade em Corinto – I Cor 3:1, 3 - Corinto era uma Igreja pentecostal, mas havia permitido que o “velho homem” prevalecesse em detrimento da nova natureza implantada pelo Espírito Santo (II Cor 5:17).O crente precisa ser possuído integralmente pelo Espírito Santo: espírito, alma e corpo. O mesmo Espírito que manifesta poder no crente quer operar, antes de mais nada, a santidade em nossa vida (Ef 5.9; At 11.24a).
2. Faltava maturidade espiritual em Corinto - I Cor 3.1-2 - Imaturidade espiritual crônica é um dos maiores obstáculos na vida espiritual do crente. Instituições como creches e jardins de infância precisam de rotina, disciplina, vigilância, supervisão e primeiros socorros. Mas as crianças crescem e logo tudo muda. Elas vão para outras séries, em busca de conhecimentos mais sólidos. No sentido espiritual, nem sempre isso acontece – I Cor 3:1 cf I Pe 1:5-7; II Pe 2:2.
3. Inobservância da doutrina bíblica - At 18.11; I Cor 11.2; 4.7 - Os crentes de Corinto haviam sido doutrinados. Mas continuavam alheios ao ensino da Palavra como a ressurreição (I Cor 15.12). Eles davam-se à fornicação (I Cor 5.l); tinham comunhão com os incrédulos e envolviam-se com a idolatria (II Cor 6.14-17). Eles ainda não tinham compreendido que o equilíbrio, a perenidade, o crescimento e a ortodoxia de uma igreja ou congregação local dependem, grandemente, do conhecimento e da observância das doutrinas bíblicas. A Palavra de Deus deve ser rigorosamente observada.
IV - A CURA DA DESUNIÃO ENTRE OS CRENTES: 1. Reconhecer o senhorio de Cristo – I Cor 3:22-23; 11:3b – Devemos reconhecer e submetermos a esse senhorio, isto é, a Cristo, o qual pertence a Deus como Filho Eterno e nosso Mediador. Aqui, acha-se compreendida a relação entre as pessoas da Trindade.
2. Reconhecer que as divisões fracionam a igreja como corpo de Cristo – I Cor 3:9, 17 - E quem as promove pode sofrer o julgamento divino. A divisão é obra do Inimigo (I Cor 12.25). Em Cristo todos somos um.
3. O amor promove e fortalece a união – I Cor 8:1b - Um crente cheio do amor de Deus, promove e fortalece a união entre os outros crentes, pois o amor de Deus é comunicante e apaziguador por natureza.
4. O sangue de Jesus Cristo – I Cor 10:16; Ef 2:13-14; Cl 2:13-14 - O sangue de Jesus que provê a nossa reconciliação com Deus, tem o poder, a virtude, o mérito e a eficácia de promover a paz, a união e a comunhão entre os membros do corpo espiritual de Cristo. Invoquemos, pela fé, o poder do sangue que nos remiu e aproximou-nos de Deus, para que opere a união e a unidade entre os crentes em suas igrejas e congregações locais.
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS: · Facções, grupos e divisões são sempre danosos. Tais males são chamados "obras da carne" em Gl 5.19,20. Aí, o termo traduzido por "heresias" não significa primeiramente aberração doutrinária, mas facção, grupos rivais, divisões. "Carne", nesse caso, é a natureza humana decaída e sempre propensa ao pecado.
· Bom seria termos poder do alto sem aqueles problemas de Corinto. Mas ter problemas sem poder do alto é pior. Busquemos o poder vindo dos céus e evitemos tais problemas em nós mesmos e na Igreja do Senhor.
FONTE DE CONSULTA: · Lições Bíblicas – CPAD – 4° Trimestre de 1997 – Comentarista: Antônio Gilberto
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